Início Dicas e Equipamentos Tucunaré: algumas espécies, curiosidades e dicas desse peixe esportivo

Tucunaré: algumas espécies, curiosidades e dicas desse peixe esportivo

por Otávio Vieira

Tucunaré é um peixe muito esportivo. Habita as águas dos rios da América do Sul e especialmente aqui no Brasil.

Mais encontrado na bacia amazônica, no entanto, hoje em dia se espalhou por todo Brasil. Peixe pertencente à família Cichlidae. Considerada a espécie de peixe mais numerosa de água doce do nosso meio ambiente.

Peixe de médio porte. Com tamanho que varia entre 30 centímetros, chegando a 1 metro de comprimento. Mais encontrado em águas lentas ou parada, uma vez que vivem em lagos, represas e rios. Embora, são animais de comportamentos diurnos. Carnívoro, seu principal alimento são peixes menores e também os camarões. Neste post, as principais espécies e algumas curiosidades do peixe que movimenta nossa pesca.

Origem do nome Tucunaré: o nome vem do Tupi, a partir da junção das palavras “Tucum” e “aré” que significa “semelhante ao Tucum”, pois o Tucunaré possui em sua nadadeira dorsal uma semelhança ao Tucum, que é tipo de palmeira espinhenta.

Da mesma forma, em alguns locais vocês vão ouvir falar que o significado do nome seria “amigo da árvore”, mas o real significado é “semelhante ao Tucum”.

Explosão do peixe na superfície

Quais as regiões encontramos o Tucunaré?

Para a alegria de todos, o Tucunaré é encontrado em todo Brasil.

Com mais facilidade na região do alto Paraná, no Pantanal e principalmente na Amazônia. Além disso, em algumas outras regiões, tais como Nordeste, Sudeste, Centro-oeste. Embora, na região Sul é o local com a menor presença dessa espécie.

Os Tucunarés Açú e os Pinimas são das regiões Norte e Nordeste do Brasil. No Sudeste e Centro-Oeste é pescado o Tucunaré Azul e o Tucunaré Amarelo.

Com acesso fácil aos lagos e represas, o pescador encontra também, facilidade para praticar a pesca do Tucunaré.

De fato, é um peixe predador e agressivo, ataca as iscas artificiais. Veja o post sobre esse assunto, não deixe de ler: Iscas artificiais conheça os modelos, as ações com dicas de trabalho

Espécies de Tucunaré encontrado no Brasil.

Mais de quinze espécies foram catalogadas. Veja algumas delas:

Espécies de Tucunaré encontrado no Brasil. Mais de quinze espécies já foram catalogadas. A seguir segue algumas delas:

Espécies de Tucunaré encontrado no Brasil. Mais de quinze espécies já foram catalogadas. A seguir segue algumas delas:

  • Temensis – Tucunaré Açu
  • Pinima – Tucunaré Pinima
  • Vazzoleri – Tucunaré Vazzoleri
  • Piquiti – Tucunaré Azul.
  • Intermedia – Tucunaré Intermedia
  • Melaniae –  Tucunaré do Xingu
  • Mirianae – Tucunaré Fogo
  • Orinocensis – Tucunaré Borboleta
  • Pleiozona – Tucunaré Pitanga
  • Jarina – Tucunaré Jari
  • Thyrorus – Tucunaré Thyrorus
  • Monoculus – Tucunaré Popoca
  • Ocellaris – Tucunaré Ocellaris
  • Kelberi – Tucunaré Amarelo
  • Nigromaculata – Tucunaré Tauá

As principais espécie mais pescadas

Tucunaré Açu

Nome científico Cichla Temensis. Peixes sensíveis a baixas temperaturas. Por isso são encontrados na região Norte, rios da bacia Amazônica, como Madeira e Rio Negro.

Ilustração Tucunaré Açu, nome científico Cichla Temensis

Ilustração Tucunaré Açu, nome científico Cichla Temensis

Os Tucunarés Açu apresentam cores fortes e brilhantes. Aliás, uma das suas principais característica é olho vermelho. Peixe que forma casais escolhendo uma área de remanso ou espraiado para a construção do ninho e em seguida cuidar da desova e prole.

Considerado o maior representante da família dos Cichlidae. Pode ultrapassar os 11 quilos e medir mais de 1 metro de comprimento.

A variação de cores e padrões de listras é um grande diferencial. Por exemplo: do vermelho ao esverdeado, do amarelo ao azulado, com pintas e faixas de variados padrões.

Dotado de cabeça grande e mandíbula saliente com corpo no formato alongado. Mancha arredondada na cauda, que leva o nome de ocelo. Normalmente apresentam três faixas pretas na posição vertical ao corpo.

Tucunaré Paca

Nome muito popular entre os pescadores, para denominar os peixes com uma coloração mais escura, repleta de pintas. Além disso, possuí também o corpo mais alongado e hidrodinâmico.

Não é correto dizer que o Tucunaré Paca é uma espécie. Em outras palavras, nada mais é, do que uma das fases que revela a maturidade sexual de algumas espécies Cichla.

Ilustração tucunaré paca

Ilustração tucunaré paca

Os Tucunarés da bacia amazônica são mais comuns nessa fase paca. Após o período de reprodução, estão muito coloridos e é quando são chamados de açu. Em seguida, retornam a fase paca para terem uma melhor condição de camuflagem nas áreas alagadas de florestas. Ou até mesmo nas margens dos rios. Por alimentarem praticamente nada durante o período de reprodução, quando estão na fase paca adotam o comportamento de frenesi alimentar.

Os Tucunarés da bacia amazônica que passam por essa fase paca são: Jarina, Temensis, Mirianae, Pinima, Vazzoleri, Melaniae e Thyrorus.

Entretanto, vale ressaltar que o Tucunaré Azul, é o único da família Cichlidae que não volta à fase paca.

Quando está na fase jovem ele ganha as pintas e coloração escura. Depois disso, quando atinge a maturidade sexual, sempre permanecerá com as características dos peixes da bacia do Tocantins e Araguaia. Ou seja, com as cores vibrantes e suas listras.

Tucunaré Azul

Nome científico Cichla Piquiti, peixes das bacias Araguaia Tocantins. Foi introduzido em reservatórios do Sudeste, Alto Paraná e Nordeste do país. Também é encontrado nos rios do Pantanal.

ilustração Cichla Piquiti

ilustração Cichla Piquiti

Diferencia-se das demais espécies por ter em seu corpo cinco ou seis listras transversais de colocação cinza. As nadadeiras são azul, daí o seu nome, Tucunaré Azul.

Durante o período de seca, o seu principal habitat são as lagoas marginais. Sobretudo, durante o período da cheia partem para os (igapó), as matas inundadas. Como não são peixes de águas rápidas, ficam nos remansos na ausência dos lagos.

O Tucunaré azul atinge peso superior a 5 quilos. Seu comprimento pode ultrapassar a 70 cm. Tem corpo um pouco comprido, alto e alongado. Cabeça e boca grande.

Tucunaré Amarelo

Nome científico Cichla Kelberi. Corpo que predomina o amarelo, razão do seu nome. Conta também com três listras preta no corpo.

ilustração Cichla Kelberi

ilustração Cichla Kelberi

Está presente em praticamente todo Brasil. Foi introduzido em inúmeros açudes e represas do país, visando o controle da superpopulação de Tilápias e de peixes forrageiros. Bem como no incentivo da pesca.

As listras pretas começam a partir da base das barbatanas dorsais e terminam no meio do corpo, na sua lateral. Decerto, a mancha preta no opérculo, região da mandíbula não está presente nesta espécie.

Embora, alguns exemplares apresentam manchas nas barbatanas. Quando estão nas partes mais fundas ou turvas, as cores amarelas mudam parar um tom de castanho escuro.

São facilmente encontrados nos rios da bacia amazônica, como por exemplo: Rio Araguaia, Tocantins, Teles Pires entre outros. Podem pesar mais de 3 quilos e ultrapassar facilmente os 45 cm.

Tucunaré Borboleta

Nome científico Cichla Orinocensis. Espécie também denominado como Tucunaré Orinco (Colômbia). Tucunaré Pavão ou Orinoco (Venezuela). Além disso está presente naturalmente nos afluentes dos Rios Negros, Branco e Orinoco.

ilustração Cichla Orinocensis

ilustração Cichla Orinocensis

Ao contrário das demais espécies o Tucunaré Borboleta apresenta três distintos ocelos na lateral do corpo. No lugar das tradicionais listras verticais das outras espécies.

Corpo tomado por um tom amarelo dourando brilhante, puxado para o verde oliva. Sobretudo, bastante uniforme ao longo do mesmo.

Normalmente encontrados próximos as rochas, madeiras flutuantes e até mesmo nas vegetações submersas dos lagos e rios.

Período de reprodução dos Tucunarés

Na natureza em seu habitat natural a reprodução ocorre no período da chuva. No entanto em ambientes como reservatórios, lagos e represas artificiais, quando não sofre com grande variação do nível da água, essa espécie reproduz várias vezes ao ano.

O "cupim" gigante do peixe

O “cupim” gigante do peixe

Na época da reprodução formam os pares, fazem os ninhos no fundo de lagos, próximos a troncos submersos em espraiados. Onde colocam a desova e posteriormente cuidam da sua prole.

Normalmente a fêmea toma conta do ninho, enquanto que o macho circula para evitar o aproximação de intrusos no local do ninho.

Durante o período de desova, o tucunaré se alimenta pouco, dedica-se praticamente a proteção do ninho, bem como os cuidados com a sua prole.

O “cupim” encontrado em muitos Tucunarés significa que ele está na época reprodutiva. Aliás essa protuberância é um acúmulo de gordura. De tal forma que é de lá que fornecerão os nutrientes necessários para o processo de maturação dos ovos. Denominado período de desova e cuidados com a prole.

Surpreendentemente, o casal protege os filhotes até atingirem o tamanho de aproximado de 6 cm.

No período que estão protegidos pelos pais, os alevinos não apresentam o ocelo na cauda. Que de fato é uma das características mais marcante do Tucunaré. Depois do abandono pelos pais, começam a aparecer as listras verticais e o ocelo na cauda.

Curiosidades sobre o Tucunaré

O tucunaré é muito apreciado na mesa dos brasileiros por ter uma carne branca e firme, sem muitos ossos. Eles são uma importante fonte de alimento há milênios na Amazônia e hoje são servidos não só nas casas ribeirinhas da população nativa, mas em restaurantes sofisticados nas grandes cidades. O sabor do tucunaré é parecido com o da garoupa ou anchova.

Devido ao seu valor como uma espécie de pesca esportiva, o tucunaré foram introduzidos em outras áreas de águas tropicais no Brasil, no Caribe e na Flórida. Por não ter seu próprio predador nestas novas águas, e devido ao seu comportamento agressivo, a introdução do tucunaré em outras regiões resultou na dizimação de espécies locais. E uma vez que ele eliminou as espécies nativas em novas águas, o tucunaré é conhecido por recorrer ao canibalismo, reduzindo o número de peixes da sua própria espécie.

Os tucunarés são peixes solitários que preferem zonas de águas lentas ou paradas. Eles são peixes de médio porte podendo medir entre 30 centímetros e 1 metro e pesar entre 3 kg e 10 kg.

Na época de reprodução formam casais que partilham a responsabilidade de proteger o ninho, ovos e juvenis.

Hábitos alimentares

Como já foi citado. O tucunaré é um peixe diurno, sendo assim, caçam de dia e dormem durante a noite. Peixe que ataca praticamente tudo que move a sua frente. Faz parte da sua alimentação, principalmente, os lambaris, peixes pequenos, filhotes de outros peixes, camarões, pitus e até mesmo insetos.

São tão vorazes quando se trata de alimentação que pode atacar e comer filhotes da sua própria espécie. Portanto são canibais. Dessa forma, a espécie está no top da cadeia alimentar dos rios e lagos.

Com toda a certeza, são exímios caçadores quando perseguem sua presa. Ao iniciar um ataque, não desistem até capturá-las.

Da família dos ciclídeos, são peixes extremamente territorialista. Independente da espécie e muita das vezes até do tamanho, dessa maneira eles enfrentam qualquer peixe para garantir o seu território.

Em conclusão, podemos afirmar que o Tucunaré é um peixe extraordinário. Considerado o embaixador da pesca no Brasil. De fato, movimenta centenas de torneios pelo Brasil.

Não sei você, mas eu sou suspeito para falar dessa espécie. Pois o considero o peixe mais esportivo.

Enfim, o que você tem a falar do Tucunaré? Então, deixe seu comentário abaixo.

Informações sobre Tucunaré no Wikipédia.

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5 comentários

Eliomar Cruz Ferreira 1 de dezembro de 2020 - 11:47

Bom dia, para mim o tucunaré além de ser um dos mais belos dos peixes, na minha opinião, para mim é sem sombra de dúvidas o mais esportivo, um ataque de um peixe dessa especie é extremamente fantástico.

Responder
Otávio Vieira 1 de dezembro de 2020 - 14:29

Falou tudo Eliomar! Pescaria de Tucunaré é bom demais, motivação para qualquer pescador esportivo!

Responder
Ricardo Gilson 13 de fevereiro de 2021 - 19:12

Tucunaré uma espécie extraordinária show

Responder
Otávio Vieira 13 de fevereiro de 2021 - 20:25

É verdade meu amigo, quem começa a pescar o Tucunaré não para nunca mais! rs rs

Responder
Carlos 20 de junho de 2021 - 12:05

Espetacular, já tive o prazer de fisga um Bruto
De onze quilos ,já mais senti tamanha emoção
Foi inesquecível .

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