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Tartaruga marinha: principais espécies, características e curiosidades

por Otávio Vieira

O nome vulgar Tartaruga Marinha está relacionado a espécies que vivem em mares tropicais e subtropicais de todo o mundo.

Nesse sentido, o grupo é formado por seis gêneros e sete espécies, sendo que todas estão ameaçadas. E elas estão ameaçadas porque sofreram muito com a caça intensiva pela sua carapaça, gordura e carne. Sendo assim, acredita-se que as redes de pesca matam cerca de 40 mil exemplares por ano.

A tartaruga marinha é um animal incrível que vive nas profundezas do mar. É um animal de tamanho impressionante que pode viver muitos anos e é considerado o mais antigo que habita o planeta até hoje. Uma vez que a tartaruga marinha macho entra no mar, nunca mais sai e, por seu lado, a fêmea só vem à superfície para desovar, pelo que durante muitos anos o estudo destes animais marinhos foi um pouco complicado.

Este réptil caracteriza-se por realizar longas viagens migratórias através das correntes oceânicas, o que o torna ainda mais fascinante. Prossiga a leitura e entenda informações das espécies e todas as suas curiosidades.

Classificação:

  • Nome científico: Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, Lepidochelys kempii, Natator depressus e Dermochelys coriacea
  • Família: Toxochelyidae, Protostegidae, Cheloniidae e Dermochelyidae
  • Classificação: Vertebrados / Répteis
  • Reprodução: Ovípara
  • Alimentando: Onívoro
  • Habitat: Água
  • Ordem: Testudines
  • Gênero: quelônia
  • Longevidade: 50 anos
  • Tamanho: 1,8 – 2,2m
  • Peso: 250 – 700kg

Espécies de Tartaruga Marinha

Primeiro de tudo, saiba que há 4 famílias de Tartaruga Marinha, mas, somente 2 delas têm espécies vivas.

E para que as espécies sejam diferenciadas, há características como as placas no casco, bem como a mudança no formato das nadadeiras e cabeça.

Por isso, deixe-nos falar as características de cada espécie:

tartaruga marinha nadando

Tartaruga Marinha

Família Cheloniidae

Em primeiro lugar, há a espécie C. mydas que atende por tartaruga verde, bem como alcança 160 kg de peso e 1.5 m de comprimento total. A cor dos indivíduos é verde e eles têm hábitos onívoros enquanto filhotes, ao mesmo tempo em que se tornam herbívoros quando adultos.

De outro modo, a tartaruga mestiça ou cabeçuda (C. caretta) tem 140 kg de peso e mede 1.5 m. A alimentação é carnívora, pois tem moluscos, mexilhões, caranguejos e outros invertebrados que são triturados com os músculos poderosos da mandíbula.

A espécie E. imbricata seriam as tartarugas de pente ou legítimas que pesam 85 kg e medem 1,2 m. Por outro lado, a tartaruga depende de corais para se alimentar, tendo em vista que usa o bico para predar anêmonas, esponjas, camarões e lulas.

Outro exemplo de Tartaruga Marinha seria a tartaruga oliva (L. olivacea) que pesa 40 kg e mede 72 cm. A dieta é carnívora e seria composta por crustáceos, moluscos, peixes, águas-vivas, briozoários, tunicados, algas e ovos de peixe.

Já a tartaruga-de-kemp (L. kempii) pesa entre 35 e 50 kg, além de medir 70 cm. A alimentação se baseia em caranguejos que ficam em águas pouco profundas. Além disso, come moluscos, outros crustáceos, alforrecas, algas, peixes e ouriços-do-mar.

Por fim, conheça a espécie N. depressus que seriam as tartarugas naturais da Austrália, tendo por nome vulgar “tartarugas australianas”. O comprimento máximo seria de 1 m e o peso é de 70 kg, bem como a alimentação inclui pequenos invertebrados, vertebrados e algas.

Família Dermochelydae

Desta família, cabe falar sobre as tartarugas gigantes ou tartarugas de couro (D. coriacea). Para que você tenha noção, o peso dos indivíduos pode ser superior a 400 kg e o comprimento é de 1,80 m.

Em contrapartida, as nadadeiras da frente contam com o comprimento máximo de 2 m. Quando adultas, as tartarugas não têm placas na carapaça e sua dieta inclui zooplâncton gelatinoso como celenterados. A alimentação também inclui salpas e pirossomos.

Características da Tartaruga Marinha

As espécies de Tartaruga Marinha contam com características parecidas como o casco rígido. Este casco é tão forte que pode proteger os indivíduos de mudanças climáticas, predadores e pressões ambientais.

Sendo assim, o casco é formado pela fusão de ossos das costelas, coluna vertebral e cintura pélvica. A parte dorsal tem por nome “carapaça”, sendo feita de ossos cobertos por escudos queratinosos nos indivíduos da família Cheloniidae.

Já a tartaruga da família Dermochelyidae tem a carapaça formada por pele e também pela gordura que fica por cima das vértebras e costelas.

De outro modo, a região ventral das tartarugas seria o “plastrão” que é composto por um osso não pareado e quatro pares de ossos.

O comprimento das espécies varia entre 55 cm e 2,1 m, além de um peso máximo de 900 kg. Aliás, o dimorfismo é claro, visto que os machos têm uma garra que fica nas nadadeiras anteriores, bem como, têm cauda longa.

As tartarugas também tem 2 garras em seus membros, sendo que a primeira garra é maior do que a segunda. Inclusive, o número de garras nos membros inferiores e posteriores seria o mesmo.

Mas, além da alimentação, quais as características que diferenciam as espécies? Em primeiro lugar, há as características externas.

Por isso, podemos falar sobre o formato do crânio, o número de escamas que ficam na cabeça. Quantidade de placas na carapaça e número de unhas nas patas. Em contrapartida, cabe fala que o plastrão pode ter padrões diferentes de acordo com a espécie.

tartaruga marinha na areia

Comportamento da Tartaruga Marinha

Pelo que se sabe, a tartaruga marinha é muito calma, com um temperamento bastante equilibrado. Gostam de nadar e a sua atividade preferida é fazer longas viagens migratórias através de correntes oceânicas e golfos, o que lhes permite obter alimentos e melhores condições de habitat.

Esta tartaruga passa a maior parte de sua vida submersa nos oceanos. A fêmea só vem à tona para desovar nas margens das praias e isso acontece em períodos de 3 a 5 anos (dependendo da espécie).

Por outro lado, uma vez que os machos nascem e entram no mar, eles nunca mais voltam à superfície.

Reprodução da Tartaruga Marinha

Dependendo da espécie, a tartaruga marinha fêmea atinge a maturidade sexual em diferentes idades. Essas idades estão entre 10 e 14 anos de vida.

Depois de atingir esse estágio, está pronto para acasalar. Em seguida, a fêmea sai para as margens das praias onde colocará seus ovos. Também dependendo da espécie, os ovos precisarão de diferentes temperaturas e tempos para eclodir. Assim que eclodem, eles começam sua jornada para o mar.

A fêmea se encarrega de enterrar os ovos ou deixá-los em locais seguros para que não sejam comidos por predadores. A tartaruga marinha chega a botar entre 2 e 4 ovos em períodos de tempo de 2 a 5 anos.

Estes répteis marinhos caracterizam-se por viver muitos anos, de facto existem espécimes que podem existir até 85 anos.

A reprodução da Tartaruga Marinha é complexa porque pode ocorrer migrações entre áreas de forrageamento. Nestas áreas, há bons recursos alimentares e os animais se reproduzem.

Com isso, os machos e fêmeas podem acasalar com vários pares e logo após este processo, elas migram para os lugares de desova.

Um ponto muito interessante que foi abordado em estudos é que elas desovam no local em que nascem, durante a noite. E a estratégia de desova durante a noite pode ser feita para evitar a exposição ao sol e como resultado, as altas temperaturas.

Nesse sentido, entenda que desova ocorre na época mais quente do ano, visto que a temperatura influencia muito. Por isso, é comum a desova entre setembro e março no litoral brasileiro.

Mas saiba que o processo também ocorre em outros períodos de acordo com o local. Por exemplo, nas ilhas oceânicas, a desova ocorre entre dezembro e junho, em especial com a tartaruga verde.

tartaruga marinha fundo do mar

Alimentação: O que a tartaruga marinha come?

A tartaruga marinha é um animal onívoro e sua dieta consiste em alimentos que ela pode encontrar nas profundezas dos oceanos, como esponjas, algas, crustáceos, águas-vivas, moluscos, plâncton e pequenos peixes.

No entanto, cada espécie tem o seu alimento preferido, pelo que desenvolvem uma predileção por um ou outro alimento que encontram nas profundezas. As tartarugas-de-pente, por exemplo, gostam de comer esponjas.

Para obter alimento, utiliza seu bico, que lhe permite alcançar o alimento que se encontra entre fendas e rochas. Como você pôde conferir acima, a alimentação depende da espécie.

No entanto, a tartaruga-verde é carnívora quando nova e depois se torna herbívora. Por esse motivo, come várias espécies de algas.

As demais espécies seriam onívoras vivendo em recifes de corais e se alimentando de medusas, gastrópodes, crustáceos e peixes.

Curiosidades sobre a espécie

A Tartaruga Marinha está ameaçada de extinção em especial, devido às ações humanas. Dessa forma, algumas causas seriam a pesca acidental que ocorre no mar aberto com anzol ou até mesmo com as redes de deriva.

As carapaças dos indivíduos são usadas como adornos, além da carne e ovos serem usados na culinária. Sendo assim, saiba que cerca de 35 mil tartarugas são mortas por ano na Nicarágua e no México.

Aliás, a espécie sofre com a pesca comercial em locais como Indonésia, China, Índia e Filipinas. Outro ponto é o sombreamento causado por altas construções em praias de desova.

Como resultado, a temperatura diminui, algo que afeta no sexo dos filhotes. Assim, nascem mais machos do que fêmeas. Algo que também tem relação com a reprodução seria o desenvolvimento costeiro nos locais de nidificação.

Isso significa que as fêmeas não colocam os ovos em um bom local. Portanto, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), todas as espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas.

Elas se encontram na lista vermelha de espécies em extinção. E cabe falar que as espécies são importantes para a preservação da biodiversidade. Isso porque as tartarugas mantêm a diversidade dos invertebrados e peixes.

Elas também são importantes para a formação de bancos de areias, algas, gramas marinhas, mangues, ilhotas e recifes.

tartaruga marinha no mar azul

Onde encontrar a Tartaruga Marinha

A Tartaruga Marinha vive em bacias oceânicas, sendo que os indivíduos foram vistos desde o Ártico até a Tasmânia. Mas, a maioria vive em locais tropicais e subtropicais, por isso, conheça mais sobre a distribuição das principais espécies:

O C. mydas de 1758, vive no Atlântico, em especial na ilha de Trindade que fica em nosso país e locais como Costa Rica, Guiné-Bissau, México e Suriname.

Já a espécie C. caretta também foi listada em 1758 e sua distribuição é circunglobal. Isso significa que as tartarugas vivem em mares subtropicais, tropicais e temperados do Atlântico, Pacífico e Índico. No Atlântico, a espécie vive em sítios reprodutivos que ficam na costa sudeste dos Estados Unidos. Também estão em nosso país e em Cabo Verde.

Assim como a espécie acima, o E. imbricata de 1766, tem uma distribuição circunglobal. Nesse sentido, esta seria a mais tropical de todas as espécies, vivendo em países como Brasil e Caribe. Listada em 1766, a espécie D. coriacea vive em praias dos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

No Atlântico, as principais regiões de distribuição seriam o Suriname, Guiana Francesa, bem como Trinidad e Tobago. As tartarugas também estão no Gabão e Congo, Caribe, ilha de Bioko e sul dos Estados Unidos. Sendo assim, além de águas tropicais, os indivíduos também estão em regiões subpolares.

E para encerrar, a espécie L. olivacea que foi catalogada em 1829 vive em bacias oceânicas tropicais e subtropicais. Esta espécie é a mais abundante dentre as tartarugas marinhas e vive em praias do Índico, Pacífico e Atlântico. As regiões mais comuns de reprodução e desova seriam Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Já as regiões secundárias ficam na África, em especial na Angola, Congo, Guiné-Bissau e Camarões.

Ameaças e predadores da Tartaruga Marinha

Todas as espécies de tartarugas marinhas atualmente existentes estão em sério perigo de extinção.

Isso se deve a muitos fatores, entre os quais se destaca a ação do homem, que em sua ambição desmedida contamina os oceanos, o que causa danos irreversíveis à tartaruga marinha que podem até causar a morte.

Soma-se a isso a pesca ilegal dessas tartarugas para venda ou consumo.

Da mesma forma, a baixa taxa de reprodução e os predadores terrestres que podem comer os ovos colocam seriamente em risco a continuidade da espécie.

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