O Tamanduá-bandeira também tem por nome vulgar tamanduá-açu, iurumi, papa-formigas-gigante, jurumim, tamanduá-cavalo e urso-formigueiro-gigante.
Este seria um mamífero xenartro que está presente tanto na América do Sul, quanto na América Central.
Como diferenciais, é a maior espécie dentre as 4 de tamanduás e juntamente com as preguiças, está incluída na ordem Pilosa.
O seu hábito é terrestre e vale esclarecer uma dúvida:
Porque o Tamanduá é chamado de bandeira?
Este é o principal nome vulgar porque a cauda do animal tem o formato de uma bandeira, entenda mais informações a seguir:
Classificação:
- Nome científico – Myrmecophaga tridactyla;
- Família – Myrmecophagidae.
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Quais as características do Tamanduá-bandeira?
Este é o maior representante de sua família, visto que o macho tem de 1,8 m a 2,1 m de comprimento total, além de pesar 41 kg.
A fêmea é menor porque pesa somente 39 kg, sendo a principal característica para diferenciar os sexos.
Isso ocorre porque pênis e testículos são retraídos na cavidade pélvica, entre o reto e a bexiga urinária (uma condição denominada criptorquidia), ou seja, o dimorfismo sexual não é evidente.
Todos os exemplares têm um crânio alongado que chega a medir 30 cm, sendo que as orelhas e os olhos são pequenos.
A audição e a visão da espécie são precárias, ao mesmo tempo em que o olfato é desenvolvido, quando comparamos com o dos humanos.
Assim, o olfato do Tamanduá é 40 vezes mais apurado.
Por outro lado, a cauda e dorso podem ter as cores de marrom ou preto, tal como os membros posteriores são negros e os anteriores são claros.
Há faixas pretas nos pulsos e duas listras brancas na parte dos ombros, aparecendo outra faixa diagonal ampla que tem a cor preta.
Esta faixa diagonal é uma característica que varia conforme o exemplar, por isso, pode servir para a identificação.
Os pelos do animal são longos, em especial na parte da cauda, dando uma impressão de ser maior.
Além disso, na parte das costas há um tipo de crina, a musculatura do pescoço é desenvolvida e existe uma corcunda atrás do pescoço.
Tem cinco dedos, mas os 4 dedos que ficam nas patas anteriores contam com garras.
Dentre estes 4 dedos, 3 têm um diferencial: garras alongadas, fazendo com a caminhada seja feita com os dedos dos pés.
Este comportamento também é visto nos chimpanzés e gorilas.
Já os membros posteriores, contam com garras curtas.
Reprodução do Tamanduá-bandeira
A reprodução do Tamanduá-bandeira em cativeiro pode ocorrer durante todo o ano.
De acordo com dados de zoológicos do nosso país, entre os anos de 1990 e 2000, a taxa de mortalidade foi de 47%.
Estes dados comprovam a alta taxa de mortalidade em cativeiro, tendo em vista que os filhotes morrem nas primeiras 24 horas de vida.
Com relação ao processo de reprodução e cortejamento, saiba que o macho segue a fêmea e a cheira, assim como se alimenta do mesmo cupinzeiro ou formigueiro.
Após a cópula, a fêmea gera o filhote em até 184 dias, que nasce com 1,4 kg.
Alguns estudos indicam que os tamanduás nascem com os olhos fechados, abrindo somente depois de 6 dias de vida.
Inclusive, eles comem alimentos sólidos somente depois de 3 meses.
Além disso, o cuidado da mãe é grande, tendo em vista que ela protege o filhote até os 10 meses de vida e o carrega nas costas para evitar o ataque de predadores.
Esta estratégia de manter o filhote nas costas faz com que ele fique camuflado devido à pelagem da mãe.
Vale destacar que a mãe tem o costume de lamber o filhote, em especial a língua e o focinho.
Por fim, eles ficam maduros entre 2,5 e 4 anos de idade.
Alimentação
O Tamanduá-bandeira se alimenta de cupins e formigas, por isso, a espécie tem uma anatomia peculiar e especializada na exploração destes recursos.
Embora pareça uma fonte de alimento precária, os tamanduás contam com abundância porque poucas espécies de mamíferos comem o mesmo alimento.
Dessa forma, a mandíbula do animal tem pouca mobilidade e ele não tem dentes.
Portanto, antes que o tamanduá-açu engula os insetos, eles são esmagados no palato.
O estômago conta com paredes duras e faz algumas contrações para moer os insetos que foram ingeridos.
Por fim, para facilitar a digestão, o animal também come algumas porções de areia e de terra.
Um ponto interessante é que o ácido das presas que foram comidas, também é usado para fazer a digestão porque o tamanduá não é capaz de produzir o seu próprio.
Curiosidades
Como curiosidade, é interessante esclarecer a seguinte dúvida sobre o Tamanduá-bandeira:
Porque o tamanduá está ameaçado de extinção?
De acordo com as informações da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), a espécie está “vulnerável“.
Isso significa que os indivíduos têm uma distribuição ampla, porém algumas populações foram extintas.
Por exemplo, há tamanduás em várias unidades de conservação como o Parque Nacional da Serra da Canastra, no Brasil, e o Parque Nacional das Emas.
Apesar disso, as populações que viviam na Costa Rica, Uruguai, Guatemala, Belize e no sul do Brasil, foram extintas, comprovando o estado de vulnerabilidade.
Falando em especial sobre o nosso país, a situação do tamanduá-açu é grave em alguns locais.
Nas regiões de Santa Catarina, no Rio de Janeiro e Espírito Santo, o animal foi extinto.
No Rio Grande do Sul está “criticamente em perigo”.
Dessa forma, há poucos estudos que buscam estimar o número de indivíduos vivos da espécie, o que dificulta a conservação.
Como resultado, está em todas as listas de animais em risco de extinção nos países em que é natural.
Além disso, no apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), é necessário a atenção para evitar que a espécie entre em processo de extinção.
Com o intuito de solucionar tais questões, há programas de reprodução em cativeiro no Brasil e nos Estados Unidos.
Um bom exemplo seria o Zoológico de São Paulo que tem como um dos objetivos preservar esta espécie.
Onde encontrar o Tamanduá-bandeira
O Tamanduá-bandeira vive em diversos ambientes, desde os locais savânicos e campos abertos, até as florestas tropicais chuvosas.
Assim, o animal depende de locais florestados a fim de compensar a sua pequena habilidade termorregulatória com a ajuda da sombra das árvores.
Em geral, está desde Honduras, que fica na América Central, até as regiões do Chaco boliviano, Paraguai, Brasil e Argentina.
Por isso, vale falar que os indivíduos não habitam a cordilheira dos Andes, pois na parte oeste, onde está o Equador, ainda é necessário que ocorra a confirmação de populações.
Conforme alguns registros históricos, a espécie também vivia em Punta Gorda, na Baía de Honduras, que seria o limite norte de sua distribuição.
Já o limite sul era de Santiago del Estero, que fica na Argentina.
Ainda de acordo com a história, este tipo de tamanduá também viveu em latitudes mais ao norte. Houve a confirmação por meio de um fóssil no noroeste de Sonora, no México.
Por fim, foi extinto em alguns locais da América Central como, por exemplo, Belize e Guatemala, assim como ocorre apenas em lugares isolados do Panamá.
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Informações sobre o Tamanduá-bandeira no Wikipédia
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