Peixes das Águas Brasileiras – No Brasil, a biodiversidade aquática é notável, com mais de 3.000 espécies de peixes de água doce distribuídas pelo território nacional. Esses peixes variam em tamanho, cor e forma, habitando desde rios de águas cristalinas até lagos e o pantanal.
Entre as espécies mais comuns estão o tambaqui, a piranha, o dourado, o pacu e o surubim. A pesca destes peixes é popular entre brasileiros e turistas, valorizando a diversidade ictiológica do país. No entanto, algumas espécies são consideradas invasoras, representando riscos para a fauna local.
Os peixes de água doce são categorizados em nativos, exóticos e cultivados. Adaptados a baixas concentrações de salinidade, eles possuem características únicas, como rins grandes para excreção de água e a habilidade de manter a temperatura corporal conforme o ambiente. Curiosamente, ao contrário dos peixes marinhos, eles não bebem água.
Seus habitats incluem rios com correntezas, pântanos, riachos e lagoas. A alimentação é diversa, variando de insetos e larvas a frutas e outros peixes menores. A reprodução, predominantemente ovípara, envolve a liberação de óvulos pela fêmea e subsequente fertilização pelo macho. Existem também espécies vivíparas e ovovivíparas.
Finalmente, os peixes de água doce enfrentam ameaças de predadores como lontras, garças e sanguessugas, refletindo a complexidade dos ecossistemas aquáticos brasileiros. Descobrir as características desses peixes nos ajuda a compreender e preservar a rica fauna aquática do Brasil.
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Características Únicas dos Peixes de Água Doce
Os peixes de água doce se destacam por suas adaptações fisiológicas únicas. Eles possuem rins grandes, equipados com numerosos corpúsculos renais. Essa estrutura é essencial para a eliminação do excesso de água e a absorção de sais, mantendo um equilíbrio ideal em seus corpos. A urina desses peixes, majoritariamente composta por água, reflete essa adaptação a um ambiente de baixa salinidade, geralmente inferior a 0,05%.
Surpreendentemente, ao contrário dos peixes marinhos, os peixes de água doce não bebem água. Isso ocorre porque seu organismo absorve a água diretamente do ambiente, tornando desnecessária a ingestão ativa. Essa característica está intimamente relacionada à sua adaptação a ambientes com baixa osmose.
Outro aspecto interessante é a maneira como esses peixes descansam. Ao invés de dormir como os mamíferos, diferentes partes de seus pequenos cérebros se alternam em atividade, permitindo que permaneçam alertas mesmo em momentos de repouso.
Além disso, os peixes de água doce apresentam uma adaptabilidade notável às variações de temperatura em seus habitats. Sendo ectotérmicos, eles são capazes de ajustar a temperatura do corpo à do ambiente aquático. Esta característica os torna resistentes a mudanças significativas de temperatura, seja em águas extremamente frias ou mais temperadas.
Essas características fazem dos peixes de água doce habitantes fascinantes e adaptáveis de nossos rios e lagos, desempenhando um papel vital nos ecossistemas aquáticos.
Habitat: onde vive os peixes de água doce
Os peixes de água doce habitam uma variedade impressionante de ecossistemas. Eles são encontrados em rios rasos, pântanos, riachos, lagoas, grandes poças e lagos, cada um oferecendo condições únicas para sua sobrevivência e desenvolvimento.
Esses ambientes aquáticos apresentam características distintas. Por exemplo, muitos desses habitats têm correntes fortes, que podem ser um desafio para peixes menores e menos ágeis, pois correm o risco de serem arrastados pela correnteza. No entanto, esta mesma característica traz benefícios, pois as correntes ajudam a trazer nutrientes e alimento, essenciais para a vida aquática.
A capacidade de adaptação dos peixes de água doce a esses ambientes é notável. Eles evoluíram para prosperar em condições variadas, desde águas calmas e estagnadas até rios de fluxo rápido. Esta diversidade de habitats não só demonstra a resiliência dessas espécies, mas também a importância de preservar os diferentes ecossistemas aquáticos para manter a biodiversidade e saúde dos habitats de água doce.
Alimentação peixes de água doce
A alimentação dos peixes de água doce é extremamente variada e se adapta ao ecossistema em que vivem. Esses peixes têm uma dieta que inclui insetos capturados na superfície da água, larvas de mosquitos, frutas que caem das árvores ribeirinhas, minhocas encontradas no leito dos rios ou lagoas, além de plantas aquáticas.
Especificamente, os peixes carnívoros têm uma dieta mais especializada, alimentando-se de outros peixes menores e até de carniça. Esta diversidade alimentar demonstra a incrível capacidade de adaptação dos peixes de água doce, permitindo-lhes prosperar em diversos ambientes aquáticos. Ao compreender a dieta desses peixes, ganhamos insights sobre a complexidade e o equilíbrio dos ecossistemas de água doce.
Reprodução de peixes de água doce
A reprodução dos peixes de água doce é um aspecto fundamental de suas vidas, apresentando uma diversidade notável. A maioria desses peixes é ovípara, um processo no qual a fêmea libera óvulos não fertilizados no ambiente, que são subsequentemente fertilizados pelo macho.
Este método de reprodução permite que os ovos se desenvolvam externamente, culminando no nascimento de novos peixes. Além disso, existem espécies vivíparas, nas quais os ovos são fertilizados e se desenvolvem completamente dentro do útero da mãe, nascendo já totalmente formados.
Há também os peixes ovovivíparos, que representam uma combinação desses dois métodos. Neste caso, os ovos são fertilizados e se desenvolvem dentro do corpo da mãe, mas sem uma conexão direta com o organismo materno para nutrição.
Principais predadores dos peixes de água doce
Os peixes de água doce enfrentam diversos predadores naturais em seus habitats. Eles vivem em ecossistemas como rios e lagoas, onde a presença de outras espécies cria um constante desafio pela sobrevivência.
Entre os principais predadores, destacam-se:
- Lontra de rio: Este mamífero aquático é um predador habilidoso, alimentando-se principalmente de peixes, além de moluscos e crustáceos.
- Garça: Estas aves, comuns em ambientes aquáticos, têm uma dieta que inclui peixes como componente principal, capturando suas presas em águas rasas e pântanos.
- Sanguessugas: Estes invertebrados são parasitas que se fixam nos peixes, alimentando-se de seu sangue.
Além destes, os peixes de água doce também enfrentam a ameaça de peixes maiores, em uma dinâmica natural de predador e presa. Este equilíbrio é essencial para a saúde dos ecossistemas aquáticos, refletindo a complexidade das cadeias alimentares desses habitats.
Diversas espécies diferentes nas águas brasileiras
No Brasil, a diversidade de peixes de água doce é impressionante, refletindo a riqueza dos ecossistemas aquáticos do país. Podemos classificar esses peixes em três categorias principais:
- Peixes Nativos: São espécies que evoluíram naturalmente no Brasil, adaptando-se às condições locais. Exemplos incluem o tucunaré, pirarucu, dourado e matrinxã.
- Peixes Exóticos: Essas espécies foram introduzidas no Brasil, seja por meio da pesca ou comércio. Muitos não se adaptaram totalmente às condições ambientais locais e estão concentrados em regiões específicas. Exemplos são a tilápia, carpa e bagre.
- Peixes Cultivados: São espécies criadas em cativeiro, como em tanques ou viveiros. Por serem domesticadas, podem ser encontradas em diversas regiões do país. Entre elas estão novamente a tilápia, além de carpas e bagres.
A pesca é uma atividade popular no Brasil, contribuindo para a grande variedade de espécies encontradas nas águas brasileiras. É crucial, no entanto, ter atenção ao consumir peixes, pois algumas espécies podem conter toxinas prejudiciais à saúde.
Conheça as principais espécies peixes de água doce
O Brasil é lar de uma extraordinária variedade de peixes de água doce, resultado da vasta extensão do país e de seus diversos climas e formações geológicas. Aqui, apresentamos algumas espécies notáveis:
Apaiari – Astronotus Ocellatus
Família: Cichlidae
Características Distintivas
O Apaiari, também conhecido como “Oscar”, é um peixe nativo da Amazônia e membro da família Cichlidae. Esta espécie é celebrada por sua beleza estonteante, tornando-se um favorito entre os entusiastas de aquários. Apesar de sua aparência dócil, com tamanho médio de 30 cm e peso até 1 kg, o Apaiari é conhecido por sua natureza valente e corpo robusto, oferecendo desafios emocionantes para os pescadores.
Sua nadadeira caudal, simétrica e bem desenvolvida, apresenta um ocelo marcante, com um centro escuro e uma borda vermelha ou alaranjada. Este “falso olho” serve como mecanismo de defesa, confundindo predadores e protegendo a espécie de ataques fatais à cabeça.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
O Apaiari é onívoro, alimentando-se principalmente de pequenos peixes, crustáceos e larvas de insetos. A reprodução é um espetáculo à parte, com a fêmea depositando até mil ovos, que são fertilizados pelo macho. Após o nascimento, os pais adotam um comportamento protetor intenso, com o macho transportando os alevinos na boca para refúgios seguros no leito do rio.
Curiosidades Notáveis
Esta espécie é monogâmica, sem dimorfismo sexual aparente. Alcança a maturidade sexual com cerca de 18 cm de comprimento. Durante o ritual de acasalamento, macho e fêmea exibem um comportamento único, ficando frente a frente com as bocas abertas e se mordendo suavemente.
Habitat Natural e Comportamento Territorial
O Apaiari é comumente encontrado em açudes do nordeste e represas do sudeste brasileiro, apesar de sua origem amazônica. Prefere águas paradas e fundo lamacento ou arenoso, normalmente perto de estruturas naturais como pedras e troncos. A espécie é territorialista, geralmente habitando áreas isoladas de outras espécies.
Os maiores exemplares são frequentemente encontrados em áreas com vegetação densa e galhadas, em profundidades que variam entre 30 cm e um metro.
Apapá – Pellona castelnaeana
Família: Pristigasteridae
Outros nomes comuns: Este peixe é conhecido por vários nomes, como sardinhão, dourada, amarela, sardinhão-amarelo, peixe-novo e tubarana. Essa variedade de denominações ressalta a sua presença marcante na cultura de pesca regional.
Habitat: O Apapá habita principalmente as bacias amazônica e do Tocantins-Araguaia, regiões de grande biodiversidade e importância ecológica. Esses locais são ricos em nutrientes e oferecem um ambiente ideal para o desenvolvimento deste peixe.
Dimensões: Com um tamanho que pode chegar a até 70 cm de comprimento total e um peso de até 7,5 kg, o Apapá é um peixe de porte considerável. O recorde registrado pela IGFA é de um exemplar capturado no rio Caura, na Venezuela, pesando 7,1 kg.
Dieta: Sua alimentação é composta principalmente por insetos e pequenos peixes. Este aspecto da sua natureza revela a importância do Apapá na cadeia alimentar aquática, atuando como um regulador biológico essencial.
Pesca: O Apapá pode ser pescado durante todo o ano, preferencialmente em áreas com corredeiras, desembocaduras de igarapés, entradas de baías e confluências de pequenos rios. Estes locais são propícios para encontrar este peixe ágil e robusto.
Dicas para uma Pesca Responsável: Embora o Apapá responda bem a iscas artificiais de superfície e sub-superfície, é notável que às vezes ele pode se tornar arredio. Nesses casos, recomenda-se fazer uma pausa para não sobrecarregar o ambiente. Para uma pesca eficaz, use linhas de multifilamento e anzóis finos e afiados. É importante lembrar que, por ser um peixe delicado, ele deve ser devolvido rapidamente ao seu habitat após a captura, reforçando a sustentabilidade e conservação das espécies de água doce.
Aruanã – Osteoglossum bicirrhosum
Família: Osteoglossídeos
Aruanãs são uma verdadeira maravilha das águas doces, especialmente nas regiões amazônicas e do Tocantins. Eles exibem uma beleza única, com seu corpo esguio e escamas reluzentes.
Habitat e Comportamento
Aruanãs em Águas Tranquilas – Estes peixes preferem as águas calmas e aquecidas, típicas das bacias Amazônica e do Tocantins. Eles são comumente vistos em lagos rasos e áreas alagadas durante as cheias. Notavelmente, eles se agrupam em pares, um comportamento que sugere a proximidade da época de reprodução.
Dimensões e Cores Marcantes – Um Aruanã adulto pode alcançar até 1,8 metros de comprimento e pesar mais de 4 quilogramas. Sua coloração é um espetáculo à parte, com tons de verde claro e bordas rosadas nas escamas, contrastando com um dorso verde escuro e um brilho prateado ou dourado no centro das escamas laterais.
Dieta e Predação
Carnívoros e Habilidosos – Os Aruanãs são predadores eficientes, alimentando-se de uma ampla variedade de presas, incluindo invertebrados aquáticos e terrestres, pequenos peixes, sapos, cobras e lagartos. Seus principais sentidos na caça são a visão aguçada e um par de barbilhões sensoriais na mandíbula.
Curiosidades e Cuidados
Parentalidade e Desafios no Manuseio – Um aspecto notável dos Aruanãs é o cuidado parental. Eles protegem a prole em suas bocas, exigindo um manuseio rápido e cuidadoso devido aos seus dentes afiados. Para capturá-los, recomenda-se o uso de um puçá sem nós e um alicate de contenção lateral.
Habitat Natural
Encontrando Aruanãs – Estes peixes são encontrados principalmente nos rios das bacias Amazônica e do Orinoco, frequentando pequenos rios e áreas de floresta inundada. São conhecidos por seus saltos impressionantes, de até 2 metros, para capturar presas ou escapar de predadores como botos.
Barbado – Pinirampus pirinampu
Família: Pimelodidae
O Barbado, um destacado representante dos peixes de água doce. Este peixe, conhecido por seu tamanho impressionante, pode chegar a pesar até 12 kg e medir mais de 1,20 metro. Contudo, exemplares com essas dimensões são considerados raros.
Destaca-se por seus seis barbilhões longos e achatados, localizados ao redor da boca, que lhe conferem um aspecto único e justificam seu nome popular. Sua nadadeira adiposa é notavelmente longa, estendendo-se da nadadeira dorsal até quase alcançar a caudal. O Barbado possui um corpo tipicamente alongado e ligeiramente achatado, com uma coloração prateada que adquire um tom esverdeado logo após ser retirado da água, tornando-se mais claro na região ventral.
Nos habitat naturais, os Barbados são frequentemente encontrados no fundo dos leitos de rios médios e grandes, preferindo águas escuras e barrentas. Eles se adaptam melhor em temperaturas de água entre 22 °C e 28 °C, faixa na qual realizam suas funções vitais, como alimentação, reprodução e desenvolvimento normal.
Quanto à reprodução, ela ocorre geralmente durante as cheias, quando as margens dos rios inundam e sua coloração se torna mais clara. São peixes carnívoros, com uma boca ampla e pequenos dentes em forma de lixa, adaptados para capturar presas como camarões de água doce e pequenos anfíbios. Apesar de sua dieta variada, o Barbado é um piscívoro voraz.
Distribuição geográfica: Este peixe é comum nas bacias da Amazônia, Araguaia-Tocantins e do Prata, abrangendo estados como Amazonas, Pará, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Dicas para pesca: O Barbado é capturado com equipamentos de médio a pesado, similares aos utilizados para pescar espécies como o pintado e a cachara. Este peixe oferece uma resistência significativa quando fisgado. Os melhores períodos para sua pesca são durante a noite e ao amanhecer.
Bicuda – Boulengerella cuvieri
Família: Ctenoluciidae
Pertencente à família Ctenoluciidae, a Bicuda é um exemplo fascinante da biodiversidade aquática do Brasil. Com corpo alongado e robusto, esse peixe de escamas brilha em distintos padrões de coloração. Em média, estes peixes podem atingir mais de um metro de comprimento e ultrapassar os cinco quilos, variando conforme a espécie.
A coloração deste peixe é um espetáculo à parte. Geralmente, apresenta um dorso cinza, flancos e ventre prateados. Sua nadadeira dorsal, posicionada na metade posterior do corpo, e as nadadeiras pélvica e anal com margens pretas, são características marcantes. Além disso, a caudal possui uma faixa preta nos raios medianos, detalhe que chama a atenção.
Comportamento Alimentar
Seu hábito alimentar classifica-a como piscívora, com um apetite voraz. A Bicuda é conhecida por sua habilidade em saltar, um comportamento único durante a alimentação. Ela ataca peixes menores e crustáceos com saltos acrobáticos e velozes, impulsionada pela nadadeira caudal.
Curiosidades do Habitat
Esses peixes não formam grandes cardumes, e os maiores exemplares tendem a ser solitários. Diferente de outras espécies, não realizam grandes migrações para desovar. Habitam as bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins, preferindo regiões com correnteza moderada, como remansos e bocas de igarapés.
Dicas de Pesca
Para os entusiastas da pesca, é importante notar que a Bicuda é um peixe pelágico. Eles são frequentemente encontrados próximos à superfície em águas com correnteza de leve a moderada. A paciência e a observação são chaves para capturar este exemplar magnífico das águas brasileiras.
Black Bass – Micropterus salmonides
Família: Ciclídeos
Características Únicas: Este peixe, pertencente à família dos ciclídeos – a mesma dos jacundás e acarás –, é renomado na pesca esportiva. Ostenta uma coloração verde-oliva na parte superior e uma lista preta na lateral. Sua parte inferior varia do amarelo claro ao branco. Nos Estados Unidos, é chamado de largemouth, referência à sua boca de tamanho impressionante. Curiosamente, não possui dentes, mas utiliza uma espécie de lixa em sua boca para capturar presas.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos: Sendo carnívoros vorazes, eles se destacam por sua agressividade e rapidez. Preferem águas límpidas e correntes, mas adaptam-se bem em tanques artificiais. Alcançam a maturidade sexual ao fim do primeiro ano. Sua dieta evolui de plâncton (larvas), para insetos e vermes (alevinos), até outros peixes (adultos). As fêmeas podem depositar de 3.000 a 4.500 ovos por desova. Tipicamente, caçam ao amanhecer e ao anoitecer, evitando o calor intenso do meio-dia.
Curiosidades e Comportamento: O black bass, originalmente da América do Norte (Canadá), foi introduzido no Brasil nos anos 60. Hoje, é encontrado em diversas represas nos estados do Sul e Sudeste. Seu comportamento alimentar varia conforme as estações, buscando habitats distintos. Em climas frios, prefere águas profundas; em climas mais quentes, aproxima-se de locais com vegetação aquática e outros esconderijos. Começa caçando em grupos e torna-se um caçador solitário com a idade, formando pares apenas durante o acasalamento.
Onde Encontrar: Este peixe está presente em vários estados do Sul e Sudeste, exceto no Espírito Santo. Introduzido em represas para controlar pirambebas, o black bass utiliza troncos, pedras e vegetação como esconderijos para emboscar presas.
Dicas para Pescá-lo: Para uma pescaria eficaz, recomenda-se utilizar equipamentos leves, como linhas finas de fluorcarbono e anzóis afiados. Isso aumenta a sensibilidade e eficácia na fisgada.
Cachara – Pseudoplatystoma fasciatum
Família: Distribuídas em nove famílias, entre elas os jaús e as piraíbas.
Família e Distribuição: O Cachara, cientificamente conhecido como Pseudoplatystoma fasciatum, pertence a uma família diversificada de peixes, que inclui também os notáveis jaús e piraíbas. Essas espécies são encontradas em várias regiões do Brasil, especialmente no Norte e Centro-Oeste, marcando presença nas Bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata. Além disso, são comuns nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Características Únicas: O Cachara se destaca de outros membros do gênero pelas suas manchas distintas em forma de malhas, que começam na região dorsal e se estendem até próximo ao ventre. Com um corpo alongado, aerodinâmico e roliço, possui esporões nas pontas das nadadeiras peitorais e dorsal. Sua cabeça, achatada e grande, compõe aproximadamente um terço do tamanho total do peixe. A coloração varia do cinza escuro no dorso ao branco no ventre, passando por uma linha lateral.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos: Os Cacharas são conhecidos por seus hábitos noturnos e dieta piscívora. Preferem se alimentar de peixes de escamas como muçum, tuviras, lambaris, piaus, curimbatás, além de camarões. Durante a piracema, migram rio acima para a reprodução, um fenômeno que ocorre na seca ou no início da enchente.
Curiosidades: Este peixe é um dos maiores bagres fluviais da fauna aquática brasileira. Na classificação zoológica, pertence aos siluriformes, que são peixes com o corpo revestido de couro. No Brasil, existem mais de 600 espécies desta categoria, incluindo diversos tipos de surubim. Regionalmente, o Cachara é conhecido como surubim na Bacia Amazônica.
Onde Encontrar: Habitam canais de rios, poços profundos, praias, matas inundadas e igapós. São mais ativos durante a noite, quando se alimentam de pequenos peixes de escamas e camarões.
Cachorra – Hydrolicus armatus
A Cachorra larga, um dos sete tipos de cachorra encontrados no Brasil, destaca-se por seu tamanho impressionante. Este peixe pode ultrapassar 1 metro de comprimento e pesar mais de 10 kg, tornando-se um alvo cobiçado pelos pescadores na Bacia Amazônica.
Seu corpo é alongado e comprimido, com uma cabeça proporcionalmente pequena, mas dotada de olhos grandes e uma boca poderosa, adornada com grandes dentes caninos. Curiosamente, dois destes dentes se alojam em depressões na maxila superior, um detalhe único desta espécie.
A coloração prata azulada, com o dorso mais escuro, adiciona um charme especial a este peixe, cuja nadadeira caudal truncada muitas vezes aparece danificada – um sinal de sua luta constante pela sobrevivência nas águas amazônicas.
Hábitos Alimentares e Comportamento
A Cachorra forma cardumes não muito numerosos, o que torna a pesca bastante produtiva. Este peixe é conhecido por sua alimentação agressiva, caçando outros peixes com arrancadas rápidas e violentas. Apesar disso, é um peixe que se cansa rapidamente, tornando-se vulnerável, especialmente para as piranhas.
Curiosidades e Cuidados
Embora sua carne seja de pouco valor culinário, devido às muitas espinhas e ao sabor adocicado, alguns gourmets conseguem criar pratos surpreendentes com ela. É essencial manusear a Cachorra com cuidado e rapidez, evitando estresse excessivo ao peixe.
Localização e Dicas de Pesca
Encontrada na calha do Amazonas e seus afluentes, a Cachorra prefere águas rápidas e se esconde atrás de obstáculos naturais. Para uma pesca bem-sucedida, é recomendável fisgar sempre para cima, devido à dureza de sua boca, e estar atento às variações nas correntes de água.
Corvina – Plagioscion squamossissimus
Família: Sciaenidae
Pertencendo à família Sciaenidae, a corvina de água doce, também conhecida como pescada do Piauí, é uma espécie nativa da Amazônia e amplamente disseminada em várias regiões do Brasil, especialmente no Sudeste. Este peixe notável tem um corpo lateralmente comprimido, coberto por escamas e uma linha lateral distintamente visível.
Características Distintas
Seu dorso exibe uma coloração prateada com linhas oblíquas levemente azuladas, enquanto o flanco e o ventre se mantêm prateados. O que mais chama a atenção são as suas duas nadadeiras dorsais próximas uma da outra, e a boca oblíqua com inúmeros dentes recurvados e pontiagudos. Além disso, possui dentes na faringe e arcos branquiais com projeções afiadas. Com um tamanho que pode ultrapassar 50 cm e um peso superior a 5 kg, sua carne branca e suave é muito valorizada na gastronomia.
Hábitos Alimentares e Comportamento
Esta espécie é predominantemente carnívora, alimentando-se de outros peixes, camarões e insetos. Curiosamente, apresenta um comportamento canibalístico. Os exemplares maiores tendem a ser pescados ao entardecer ou à noite, em poços profundos, e é importante uma fisgada firme para garantir a captura.
Habitat e Peculiaridades
A corvina de água doce é encontrada principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, além de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Prefere áreas de fundo e meia água em lagos, lagoas e reservatórios. Interessantemente, usa os canais das grandes represas para se orientar em direção a águas menos profundas.
Dicas de Pesca
Para pescar esses magníficos peixes, o ideal é fazê-lo no início da manhã ou ao final da tarde e noite. Mantenha a isca em movimento para atrair os maiores exemplares, principalmente se estiver utilizando isca viva.
Curimbatá – Prochilodus scrofa
Família: Prochilodontidae
O Curimbatá (Prochilodus scrofa), membro da família Prochilodontidae, é um peixe fascinante encontrado nas águas doces brasileiras. Com uma boca em forma de ventosa localizada na parte anterior da cabeça, este peixe se destaca por seus lábios grossos e uma quantidade impressionante de dentes pequenos e finos, adaptados para uma alimentação especializada.
Comportamento Alimentar e Físico
Estes peixes são detritívoros, alimentando-se principalmente de pequenos crustáceos e larvas encontrados no lodo do fundo dos rios. Seu longo trato digestivo permite que aproveitem nutrientes que outras espécies não conseguem. Fisicamente, o Curimbatá possui nadadeiras adiposas e uma coloração prateada escura. Quanto ao tamanho, varia significativamente, com machos e fêmeas atingindo até 58 cm e 70 cm respectivamente, e pesos superiores a 5 quilos.
Reprodução e Migração
Uma característica notável é a sua reprodução: os Curimbatás realizam longas migrações reprodutivas em grandes cardumes. Durante a piracema, os machos produzem sons únicos, que são um fenômeno fascinante para observar. Eles são extremamente prolíficos, com fêmeas capazes de desovar mais de um milhão de óvulos por temporada.
Curiosidades e Habitat
Conhecido como a “sardinha dos rios brasileiros”, o Curimbatá é uma presa comum para diversas espécies de peixes e aves predatórias. Sua presença é particularmente notável durante a piracema, quando são encontrados em grande número. Este peixe habita diversos rios do Brasil, incluindo as Bacias do Prata, São Francisco, Amazônica e Araguaia-Tocantins.
Dicas para Pesca
Para os entusiastas da pesca, é importante saber que os Curimbatás tendem a se aglomerar em áreas com fundos lodosos dos grandes rios, principalmente nas partes mais baixas. Sua capacidade de sobreviver em ambientes com baixo oxigênio dissolvido torna esses locais ideais para encontrá-los.
Dourado – Salminus maxillosus
Família: Salminus
O dourado, conhecido como o “rei dos rios”, integra a família Salminus, distinguido por seu corpo lateralmente achatado e um maxilar inferior saliente. Este peixe, com uma expectativa de vida de aproximadamente 15 anos, varia em tamanho conforme o ambiente em que vive. Na Bacia do Paraguai, no Pantanal, os dourados comumente medem entre 70 a 75 cm e pesam de 6 a 7 kg. Porém, na Bacia do Prata e Bacia do São Francisco, alguns exemplares excepcionais podem chegar a 20 kg.
O dourado exibe dimorfismo sexual, com fêmeas geralmente maiores que os machos, atingindo mais de um metro de comprimento. Os machos possuem espinhos na nadadeira anal, ausentes nas fêmeas.
À medida que envelhece, sua coloração torna-se um vibrante amarelo-dourado, com nuances avermelhadas, uma mancha distintiva na cauda e estrias escuras nas escamas. A parte inferior do corpo clareia progressivamente, e tanto a cauda quanto as barbatanas apresentam uma tonalidade avermelhada. As escamas exibem um filete negro no centro, formando linhas longitudinais escuras que se estendem da cabeça até a cauda.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
Conhecido por ser um carnívoro agressivo e canibal, o dourado se alimenta principalmente de tuviras, lambaris e piaus. Durante a vazante, eles se agrupam em cardumes nas correntezas, realizando migrações reprodutivas, conhecidas como piracemas. Neste período, eles podem se deslocar até 400 km rio acima, percorrendo uma média de 15 km por dia.
Este peixe é notável por sua capacidade de saltar mais de um metro fora d’água, especialmente durante a desova. A construção de barragens nos grandes rios brasileiros tem afetado significativamente sua população. São encontrados principalmente na Bacia do Prata, onde buscam alimentos nas corredeiras e lagoas durante a vazante. Para a desova, preferem as cabeceiras dos rios, de águas mais limpas, aumentando as chances de sobrevivência dos alevinos.
Jacundá – Crenicichla spp.
Família: Cichlidae
O Jacundá, membro proeminente da família Cichlidae, é um peixe de água doce notável por sua boca grande e desdentada. Com uma mandíbula proeminente sobre o maxilar superior, este peixe se destaca no reino aquático. Seu corpo é comprido e esbelto, culminando em uma nadadeira caudal bem definida. A nadadeira dorsal, estendendo-se da cabeça até quase a cauda, é outro traço marcante.
Em termos de coloração, o Jacundá é vibrante, com várias subespécies exibindo padrões de manchas que variam. Uma característica comum é uma faixa longitudinal escura, estendendo-se do olho ao pedúnculo da nadadeira caudal, complementada por um ocelo negro nesta região. Além disso, muitos possuem uma mancha negra atrás dos olhos.
Comportamento e Alimentação
Os Jacundás são conhecidos por seu comportamento predatório. Enquanto jovens, alimentam-se de plâncton, mas rapidamente evoluem para uma dieta carnívora, predando pequenos peixes, camarões e invertebrados. Durante as épocas de cheia, estes peixes podem ser frequentemente vistos na superfície, caçando ativamente em águas turvas.
Este peixe é tipicamente social, formando cardumes, apesar de sua natureza tímida e agressiva. Normalmente, não excedem 35 cm de comprimento, preferindo águas com temperaturas entre 20°C e 25°C.
Reprodução e Habitat
O Jacundá atinge maturidade sexual no final do primeiro ano de vida. Alguns depositam ovos em superfícies limpas, vigiados de perto pelos pais. Outros incubam os ovos na boca, garantindo a segurança dos filhotes.
Habitando principalmente a Bacia Amazônica e outras regiões fluviais do Brasil, o Jacundá prefere áreas com muita vegetação e esconderijos, como troncos e pedras.
Dicas de Pesca
Para pescar um Jacundá, é essencial entender seu comportamento territorialista. Eles tendem a ficar em locais fixos e são extremamente cautelosos, emergindo de esconderijos apenas quando se sentem seguros.
Jaú – Paulicea luetkeni
Família: Pimelodidae
O Jaú se destaca como um dos maiores habitantes das águas brasileiras. É um peixe de couro e piscívoro, impressionando pelo seu tamanho, podendo atingir 120 kg e 1,60 m de comprimento. Sua coloração é parda com manchas escuras no dorso, enquanto o abdômen é branco. Os juvenis, chamados de jaús-poca, apresentam uma coloração amarelada com manchas violeta. Sua cabeça é grande e achatada, constituindo cerca de um terço do tamanho total do peixe, e possui um corpo grosso e curto, com esporões nas pontas das nadadeiras.
Hábitos e Habitat
O Jaú é conhecido por seus hábitos carnívoros e noturnos, sendo mais facilmente capturado do final da tarde até o amanhecer. Esta espécie prefere os canais dos rios, especialmente poços fundos durante as cheias. Quando os rios estão mais baixos, eles acompanham os cardumes migratórios rio acima. Apesar do seu tamanho, o Jaú ataca de forma rápida e precisa.
Equipamentos de Pesca Recomendados
Para uma pesca eficiente, é essencial utilizar equipamentos adequados devido à força do Jaú. Recomenda-se usar tralhas de ação pesada ou extra pesada (30 a 50 lb), linhas de 50 a 80 lb, e carretilhas ou molinetes que suportem cerca de 150 m. Chumbadas do tipo oliva entre 200 g e 1 kg são aconselhadas, dependendo da profundidade e correnteza. As iscas mais eficazes incluem tuvira, muçum, pirambóia, cascudos, traíra, piaus, piabas, minhocuçu, além de coração e fígado de boi, e tripa de galinha.
Localização e Dicas de Pesca
Os Jaús são encontrados principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, e em locais específicos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Locais como o Pantanal ainda oferecem chances de encontrar exemplares acima de 50 kg.
Jundiá – Rhamdia sebae
O Jundiá, cientificamente conhecido como Rhamdia sebae, é uma espécie notável de peixe de couro da família Pimelodidae. Habitando predominantemente nas águas doces, esta espécie pode crescer até um metro de comprimento e pesar até 10 quilos. Sua aparência é marcada por uma coloração que varia do marrom ao bege, adornada com manchas irregulares, lembrando a pele de uma onça pintada.
Morfologia e Habitat
Este peixe exibe uma morfologia singular, com grandes barbilhões que funcionam como órgãos sensoriais. Seu corpo é revestido por couro, apresentando uma nadadeira adiposa alongada. O espinho de sua nadadeira peitoral é serrilhado, e os olhos são de tamanho médio. O Jundiá prefere ambientes de águas calmas e profundas, com fundos arenosos ou lamacentos, geralmente perto de margens e vegetação aquática.
Comportamento e Alimentação
O Jundiá é uma espécie onívora, com uma dieta variada incluindo peixes menores, crustáceos, insetos, restos vegetais e detritos orgânicos. Notavelmente, os alevinos do Jundiá são capazes de tolerar salinidades de até 9,0 g/l, um indicativo de sua adaptabilidade. A espécie é também euritérmica, suportando temperaturas que variam de 15 a 34°C.
Reprodução e Crescimento
Esta espécie ovulípara desova em águas limpas, calmas e com fundos pedregosos. Atinge a maturidade sexual já no primeiro ano de vida. Curiosamente, o crescimento dos machos é mais rápido nos primeiros anos, mas depois as fêmeas ultrapassam em tamanho. A expectativa de vida teórica é de 21 anos para as fêmeas e 11 anos para os machos.
Distribuição e Conservação
Muito apreciado pela culinária local, o Jundiá é encontrado principalmente na bacia Amazônica, sendo um prato típico em regiões como o norte do Mato Grosso. Devido à sua importância ecológica e gastronômica, é essencial promover práticas sustentáveis de pesca, respeitando o tamanho mínimo de captura de 30 cm, para garantir a conservação desta espécie.
Jurupensém – Sorubim lima
Família: Pimelodidae
O Jurupensém, pertencente à família Pimelodidae, é uma espécie de bagre-de-água-doce. Essa família engloba mais de 90 variedades de peixes siluriformes, variando desde espécimes pequenos até aqueles que ultrapassam os 2 metros de comprimento. O Jurupensém, em particular, tem cerca de 40 cm de comprimento e pesa aproximadamente 1 kg. Reconhecido pela sua ausência de escamas e barbilhões marcantes, possui uma cabeça longa e achatada, com olhos laterais que melhoram sua visão.
Coloração e Anatomia Distintiva
Seu corpo roliço, coberto por uma pele quase negra que gradativamente clareia rumo ao ventre, exibe uma linha longitudinal escura, que se estende da cabeça até a cauda. Suas nadadeiras, de tons avermelhados ou róseos, e os barbilhões longos são características marcantes. A nadadeira anal é notavelmente longa, e a caudal apresenta um lobo inferior mais largo que o superior. Além disso, possui espinhos nas nadadeiras peitoral e dorsal.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
Este peixe é predominantemente piscívoro, alimentando-se de pequenos peixes e invertebrados como camarões. Durante a temporada de reprodução, entre novembro e fevereiro, realiza migrações em conjunto com outras espécies pelos rios, em busca de locais adequados para a desova.
Curiosidades e Distribuição Geográfica
Uma curiosidade deste peixe é o maxilar superior proeminente, que lhe rendeu o apelido de Bico-de-Pato. Habitando as bacias do Prata, Amazônica e Araguaia-Tocantins, o Jurupensém é comumente encontrado em cardumes, especialmente nas proximidades da vegetação marginal e no fundo dos rios.
Dicas para Pescaria Eficiente
Para pescar o Jurupensém, recomenda-se utilizar linhas multifilamento de 30 a 80 lb e anzóis circle hooks de arame fino, otimizando a captura e facilitando a devolução do peixe à água.
Lambari – Astianax spp.
Família: Characidae
Pertencendo à família Characidae, o Lambari é um peixe de água doce amplamente reconhecido em todo o Brasil. Com sua forma elongada e corpo levemente comprimido, essa espécie é um verdadeiro símbolo da biodiversidade aquática nacional.
Características Únicas
O Lambari é muitas vezes comparado à sardinha, devido ao seu pequeno tamanho, raramente ultrapassando 10 centímetros. Apesar disso, destaca-se pela sua voracidade surpreendente, capaz de se alimentar vigorosamente de restos orgânicos na água.
Além disso, várias espécies de Lambari possuem um colorido impressionante, tornando-as altamente valorizadas no mercado de peixes ornamentais. Um exemplo notável é o lambari-guaçu (Astianax rutilus), que pode atingir até 30 cm de comprimento, exibindo uma coloração prateada nas laterais e um dorso quase preto.
Hábitos e Reprodução
Os Lambaris são conhecidos por sua reprodução prolífica no início da primavera. Eles desovam em poças d’água, contribuindo significativamente para a manutenção do ecossistema aquático. Sua dieta é onívora, abrangendo desde crustáceos e insetos até algas e sementes.
Importância Ecológica
Apesar de seu tamanho modesto, o Lambari desempenha um papel crucial como predador nos rios, mantendo um equilíbrio ecológico ao consumir larvas de outras espécies.
Diversidade e Distribuição
Este peixe possui uma vasta gama de nomes populares e é encontrado em variados ecossistemas aquáticos do Brasil, desde a Bacia Amazônica até o Atlântico Sul.
Dicas para Pescadores
Para os entusiastas da pesca, o Lambari é muitas vezes o primeiro peixe a ser capturado, oferecendo uma experiência única. Eles são comumente encontrados em águas rasas e locais com mata inundada durante cheias de rios.
Matrinxã – Brycon sp.
Família: Characidae
A matrinxã, um peixe de água doce, possui um corpo fusiforme e comprimido. Sua nadadeira caudal, levemente furcada, apresenta uma coloração negra marcante na parte posterior. Este peixe exibe uma notável coloração prateada nas laterais, enquanto seu dorso é predominantemente negro e o ventre, branco. Em termos de tamanho, podem alcançar mais de 4 kg e aproximadamente 60 cm de comprimento total.
Dieta e Hábitos Alimentares:
No que diz respeito à alimentação, a matrinxã é onívora. Sua dieta varia desde folhas, frutos e sementes até pequenos peixes e outros animais menores, adaptando-se às mudanças sazonais. A estrutura de sua boca, pequena e ornada com dentes multifuncionais, permite-lhe consumir uma grande variedade de alimentos, tornando-a uma espécie versátil em termos de iscas e técnicas de pesca. Estes peixes tendem a formar cardumes, especialmente durante a época de reprodução, e habitam principalmente na coluna d’água, perto de obstáculos naturais.
Distribuição e Ecossistema:
Originalmente nativa da Bacia Amazônica, a matrinxã agora se espalhou por diversas regiões do Brasil, exceto no sul. Interessantemente, devido à sua natureza reofílica e migração reprodutiva, a reprodução em cativeiro requer indução hormonal. Este aspecto é crucial para seu cultivo em pisciculturas, onde demonstram boa adaptabilidade, aceitando rações à base de proteínas vegetais.
Encontrando e Pescando Matrinxãs:
Encontrados em rios de águas claras e cor de chá, os matrinxãs preferem regiões com obstáculos semi-submersos como troncos e pedras. A melhor época para sua captura é a estação seca, utilizando iscas que imitam pequenos peixes e artrópodes. Além disso, são encontrados em pesqueiros, oferecendo um desafio para pescadores experientes.
Dicas para uma Pesca Eficaz:
Para pescar matrinxãs, é essencial estar preparado para seus ataques rápidos, utilizando anzóis menores e bem afiados. A escolha adequada do equipamento e a técnica de pesca podem ser decisivas para um sucesso garantido.
Pacu – Piaractus mesopotamicus
Família: Caracídeos
O Pacu é uma espécie fascinante de peixe de água doce. Estes peixes, também conhecidos como Pacus-Caranha e Caranhas, são notáveis por seu tamanho considerável, sendo superados apenas pelo Dourado em termos de porte entre os peixes de escama nativos da bacia do Prata.
Os Pacus podem crescer até um pouco mais de 80 cm, pesando cerca de 10 kg, embora haja relatos de exemplares que alcançaram até 20 kg. Uma das características distintivas desses peixes é sua nadadeira anal, que possui menos de 27 raios, além da ausência de um espinho pré-dorsal e os primeiros raios das nadadeiras sendo maiores que os medianos.
Variações de Cor e Habitat
A coloração do Pacu varia do castanho ao cinza-escuro, frequentemente alterando-se conforme a época do ano. Durante a estação das cheias, quando migram para campos alagados, os Pacus tendem a escurecer, enquanto em rios de água branca, como nas calhas, sua coloração se torna mais pálida. Seu ventre varia do esbranquiçado ao amarelo ouro, e às vezes o dorso apresenta tons de roxo ou azul escuro.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
Os hábitos alimentares do Pacu mudam de acordo com a época do ano e a disponibilidade de alimentos. Eles consomem principalmente frutos, folhas, moluscos, crustáceos e até pequenos peixes. São encontrados em diversos habitats, como corixos, vazantes, matas inundadas e nas calhas principais de rios. Durante a piracema, migram para áreas propícias para a reprodução e desenvolvimento de larvas.
Curiosidades e Localização
Uma curiosidade interessante é que os Pacus não conseguem subir quedas d’água com grandes desníveis, tornando-os típicos de regiões planas. Eles são encontrados nas bacias Amazônica, Araguaia/Tocantins e do Prata, escondendo-se frequentemente sob vegetação nativa ou boiando em lagoas.
Piapara – Leporinus obtusidens
Família: Anostomidae
A piapara, pertencente à família Anostomidae, é um fascinante peixe de água doce. Existem diversas espécies conhecidas por esse nome, como a Leporinus obtusidens, predominante na Bacia do Prata, e a Leporinus elongatus, típica da Bacia do São Francisco. Também se destaca a Leporinus crassilabris.
Características Distintivas
Este peixe, parente dos piaus e piavas, apresenta um focinho acarneirado único. É um peixe de escamas, com uma coloração prateada e três manchas pretas distintas nas laterais, acima da linha lateral. As nadadeiras amareladas e as listras longitudinais menos evidentes são outras características marcantes. O corpo da piapara é alongado, alto e fusiforme, com uma boca pequena e terminal. Em média, medem cerca de 40 cm e pesam aproximadamente 1,5 kg.
Hábitos e Habitat
Esses peixes são mais ativos ao amanhecer e entardecer, preferindo poços profundos, margens de rios, boca de lagoas e vegetação inundada. Formam cardumes e gostam de águas paradas com temperaturas entre 21 a 27 ºC. São onívoros, alimentando-se de uma variedade de itens, desde matéria vegetal e animais em decomposição até plantas aquáticas e frutos. Podem se adaptar a uma dieta exclusivamente herbívora.
Curiosidades da Espécie
A piapara é conhecida por sua migração, a piracema, realizada para a reprodução. Possui uma linha lateral desenvolvida, o que a torna sensível às variações ambientais, como temperatura e vibrações.
Distribuição Geográfica
Encontrada em diversas regiões, como Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Goiás, Paraná e São Paulo, a piapara é comum na bacia do Prata e também presente na Amazônia e Araguaia-Tocantins.
Dicas para Pescadores
Para pescar a piapara, recomenda-se paciência. Ela costuma pegar a isca com delicadeza, exigindo calma do pescador. Uma boa técnica é fazer uma ceva com milho ou farinha para atrair os peixes ao local de pesca.
Piau Flamengo – Leporinus fasciatus
O Piau Flamengo, conhecido cientificamente como Leporinus fasciatus, é um membro intrigante da família Anostomidae. Este peixe, que também recebe nomes regionais como aracu-pinima e aracu-flamengo, é uma espécie nativa da Bacia Amazônica, refletindo a rica biodiversidade aquática do Brasil.
Características Físicas
Este peixe se destaca por seu corpo alongado e fusiforme, tendo uma coloração amarela vibrante com 8 a 9 faixas pretas contrastantes em seu corpo. Além disso, possui uma boca pequena com dentes pontiagudos, características típicas da família Anostomidae à qual pertence.
Em termos de tamanho, o Piau Flamengo pode atingir até 35 cm de comprimento e pesar aproximadamente 1,5 kg, o que o torna uma presença marcante nos ecossistemas fluviais. Sua dieta é predominantemente composta por sementes, folhas, frutos e insetos, o que indica a sua importância no equilíbrio ecológico das regiões onde habita.
Habitat e Distribuição
Além de ser comum nos rios e florestas inundadas da América do Sul, o Piau Flamengo foi introduzido em outros países, como os Estados Unidos, especificamente nos estados da Flórida e Havaí. Esta introdução é atribuída à liberação acidental de espécimes que cresceram demais para aquários domésticos.
Dieta e Comportamento Alimentar
Classificado como um peixe onívoro com tendência a carnívoro, o Piau Flamengo tem uma dieta variada. Alimenta-se de folhas, sementes, frutos, crustáceos, e alguns invertebrados, como insetos. É interessante notar que, ocasionalmente, pode consumir peixes menores, evidenciando seu papel ecológico como predador em seu habitat.
Importância Ecológica e Cultural
O Piau Flamengo não só contribui para a biodiversidade aquática da região, mas também é parte integrante da cultura de pesca local. Suas características únicas o tornam um alvo popular entre pescadores, ressaltando a necessidade de práticas de pesca sustentáveis para a sua conservação.
Piau Três Pintas – Leporinus friderici
O Piau Três Pintas, também conhecido cientificamente como Leporinus friderici, representa uma das espécies mais intrigantes entre os peixes de água doce. Pertencendo à família Anostomidae, esta espécie é conhecida por diversos nomes comuns, como Piau, Aracu-cabeça-gorda e Aracu-comum.
Habitat e Distribuição
Este peixe nativo habita predominantemente nas bacias amazônica e dos rios Tocantins-Araguaia, Paraguai, Paraná, Uruguai e São Francisco. Além disso, ele é encontrado em rios de águas claras nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. O Piau Três Pintas é facilmente identificável pela sua coloração prateada e três manchas escuras na lateral do corpo, características que agregam um valor estético único à espécie.
Características Físicas
Quanto ao porte físico, o Piau Três Pintas pode atingir até 35 cm de comprimento e pesar até 2 kg. Existem, no entanto, registros de exemplares que alcançaram dimensões maiores, de até 60 cm de comprimento e 3 kg de peso.
Alimentação
Em relação à alimentação, o Piau Três Pintas é classificado como um peixe onívoro, com tendência predominante ao herbivorismo. Sua dieta é composta principalmente por sementes, folhas, frutos e insetos, como os cupins. Este peixe utiliza seus quatro dentes fortes para esmagar o alimento, adaptando-se bem à variedade de recursos disponíveis em seu habitat natural.
Comportamento Reprodutivo
A reprodução do Piau Três Pintas ocorre durante a época de cheias, em meio à vegetação aquática. Este comportamento reprodutivo indica sua adaptação aos ciclos naturais dos rios e é um aspecto crucial para a manutenção da espécie nos ecossistemas fluviais.
Importância para a Pesca
Para entusiastas da pesca, o Piau Três Pintas é um alvo interessante. Ele pode ser encontrado principalmente durante o dia, em locais como margens de rios, bocas de lagoa e pontas de praia.
Piavuçu – Piauçu – Leporinus macrocephalus
Família: Anastomidae
O Piavuçu, também conhecido como Piauçu, é um peixe fascinante que habita as águas doces brasileiras. Pertencendo à família Anostomidae, este peixe é um ícone da biodiversidade encontrada na Bacia do Rio Paraguai, incluindo o vasto Pantanal Mato-Grossense.
Características Marcantes
Este peixe se destaca por seu corpo alongado, com um dorso de tonalidade cinza escuro-esverdeado, resultado da pigmentação mais escura nas bordas de suas escamas curtas. O ventre apresenta uma coloração amarelada distinta, e nos flancos, duas listras verticais escuras são facilmente observáveis. Além disso, possui uma nadadeira dorsal central e uma nadadeira adiposa proporcionalmente pequena, mas harmoniosa com seu corpo.
Hábitos e Reprodução
O Piavuçu é conhecido por suas impressionantes migrações, conhecidas como piracema, onde percorre mais de 4 km diários contra a correnteza para se reproduzir. Uma fêmea pode liberar até 200 mil ovos por desova, uma estratégia para compensar a alta taxa de predação enfrentada por larvas e alevinos.
Ecologia e Comportamento
Geralmente, o Piavuçu forma cardumes e prefere áreas médias e inferiores de águas paradas. Como um dos maiores membros de sua família, pode alcançar até 50 cm de comprimento e pesar até 4 kg. Eles são onívoros e se alimentam de uma variedade de alimentos disponíveis em seu habitat.
Habitat e Localização
Além do Pantanal, o Piavuçu é encontrado em estados como Minas Gerais, Goiás e São Paulo, marcando presença também nas Bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata.
Dicas para Pesca
Para os entusiastas da pesca, o melhor período para encontrar o Piavuçu é durante os meses mais quentes, especialmente ao amanhecer e ao entardecer. Eles são frequentemente encontrados nas margens dos rios, bocas de lagoas e cursos de água com vegetação abundante, preferindo áreas próximas a galhadas e florestas inundadas.
Pintado – Pseudoplatystoma corruscans
Família: Pimelodídeos
O Pintado (Pseudoplatystoma corruscans), pertencente à família dos Pimelodídeos, é um dos maiores e mais fascinantes representantes da fauna ictiológica brasileira, encontrando-se predominantemente na América do Sul. Este peixe de rio tem um papel vital tanto na pesca esportiva quanto na gastronomia, devido à excelência de sua carne.
Características Distintivas
Habitando primordialmente a Bacia do Prata e o Rio São Francisco, o Pintado pode atingir tamanhos impressionantes, ultrapassando os 90 kg, principalmente no Rio São Francisco. Este peixe fluvial possui um corpo robusto, afinando-se em direção à cauda, com um abdome levemente achatado e uma cabeça distintamente deprimida.
Notável por suas três pares de barbilhões, uma característica da família Pimelodídeos, o Pintado exibe uma coloração cinza, variando entre tons chumbo e azulado. Acima da linha lateral, destaca-se por suas estreitas faixas brancas transversais, alcançando facilmente mais de 1 metro de comprimento.
Comportamento Alimentar
Este peixe carnívoro se alimenta quase exclusivamente de outros peixes, sendo classificado como piscívoro. Suas mandíbulas poderosas e placas dentígeras equipadas com inúmeros dentículos tornam a captura de suas presas uma tarefa eficiente.
Preferindo as calhas principais dos rios, o Pintado procura poços profundos e áreas alagadas durante as cheias para se alimentar. É comum encontrá-los em corixos e vazantes, onde caçam alevinos, juvenis e adultos de espécies como Curimbatás, Lambaris, Tuviras e Jejus.
Curiosidades e Habitat
Reconhecido pelo nome popular devido às suas manchas negras, que são mais numerosas no dorso e ausentes no abdome, o Pintado é um habitante frequente de rios, lagos permanentes e áreas alagadas, especialmente em poços próximos a barrancos verticais. À noite, aventuram-se em áreas mais rasas para caçar.
Dicas para Pescadores
Para os entusiastas da pesca, a recomendação é aguardar pacientemente as corridas dos peixes antes de fisgar, garantindo assim uma captura mais eficaz.
Piraíba – Brachyplatystoma filamentosum
Família: Pimelodidae
A Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum) é um peixe de água doce pertencente à família Pimelodidae. Este peixe majestoso é notável por seu tamanho impressionante e características físicas distintas. Com um dorso cinza oliva que varia em intensidade, a Piraíba possui um ventre claro, quase branco. Seu corpo robusto é adornado com seis barbilhões sensíveis, usados para detectar alimentos no leito dos rios.
Este peixe de água doce possui uma boca ampla e quase terminal, com olhos proporcionalmente pequenos em relação ao seu corpo grande. A Piraíba apresenta duas nadadeiras dorsais, sendo a primeira maior e com espinhos, enquanto a segunda é notavelmente menor. Sua nadadeira caudal é simétrica, e a peitoral, bastante ampla.
Hábitos e Habitat
As Piraíbas são frequentemente observadas nos canais dos rios, especialmente na Bacia Amazônica e na Bacia Araguaia-Tocantins. Elas seguem o ciclo da piracema, preferindo águas correntes, lugares profundos e confluências de grandes rios. Embora possam atingir até 300 kg, os exemplares capturados hoje em dia geralmente pesam menos de 10 kg.
Desafios na Pesca
A pesca da Piraíba é considerada um desafio emocionante. Para capturá-la, é essencial utilizar equipamentos pesados, pois a luta com um exemplar médio pode durar várias horas. As iscas mais eficazes são peixes vivos locais. O recorde brasileiro de pesca data de 1981, com um exemplar de 116,4 kg.
Curiosidades
Apesar do tamanho, a carne da Piraíba não é muito valorizada, especialmente nos exemplares maiores, devido à presença de parasitas. No entanto, a carne de exemplares menores, conhecidos como filhotes, é considerada de alta qualidade. Este peixe carnívoro e voraz se alimenta principalmente de outros peixes, como pacu-peba, traíra, matrinxã, entre outros.
Piranha Preta – Serrasalmus rhombeus
A Piranha Preta, conhecida cientificamente como Serrasalmus rhombeus, é um peixe de água doce nativo de amplas regiões da América do Sul. Sua distribuição abrange os rios da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Bolívia, incluindo os principais rios Amazonas, Orinoco, Negro, Xingu e Araguaia.
Esta espécie, que pode viver até 25 anos, se caracteriza pelo seu corpo arredondado e ligeiramente comprimido, com escamas e uma mandíbula saliente equipada com dentes extremamente afiados, capazes de morder com uma força 30 vezes maior que seu peso corporal. Os adultos geralmente variam do cinza ao preto, enquanto os jovens são mais claros com manchas escuras. Em termos de tamanho, podem atingir até 40 cm de comprimento e pesar até 4 kg, sendo considerados os maiores entre as piranhas da Amazônia.
A dieta da Piranha Preta é oportunista, consistindo principalmente de nadadeiras e carne de outras espécies, além de peixes menores, insetos e crustáceos. Em condições de aquário, adaptam-se a aceitar alimentos mortos, embora alguns indivíduos possam ser relutantes inicialmente.
Em relação ao temperamento, as Piranhas Pretas devem ser mantidas isoladas em aquários, pois não são gregárias e podem brigar até a morte com outros da mesma espécie. Se colocadas com outros peixes, é provável que acabem como presas devido ao seu comportamento agressivo e alimentar.
A reprodução em cativeiro é rara e desafiadora, com um caso bem documentado ocorrendo no Zoológico de Duisburg, Alemanha, na década de 1970. A fêmea depositou ovos em um aquário fortemente plantado, e os filhotes foram tolerados pelos pais até alcançarem cerca de 15 cm, momento em que começaram a ser atacados.
Piraputanga – Brycon microlepis
Família: Brycon
A Piraputanga, pertencente à família Brycon, exibe um corpo fusiforme comprimido, característico da subfamília Bryconinae. Esta espécie, muitas vezes comparada a grandes lambaris, apresenta uma coloração que pode confundir pescadores iniciantes, pois se assemelha ao padrão cromático dos dourados. Contudo, sua identificação precisa é facilitada pelas diferenças na boca e na dentição.
A presença de pequenos dentes cônicos na mandíbula é um detalhe crucial, exigindo o uso de empate de aço durante a pesca para evitar perdas de equipamento. Sua coloração geral é amarelada, com escamas dorsais mais escuras e nadadeiras de tonalidade avermelhada ou alaranjada. Uma mancha preta distintiva se estende da região caudal mediana ao pedúnculo caudal. Seus flancos podem exibir reflexos azulados, e possui uma mancha umeral arredondada logo após a cabeça. Em termos de tamanho, a piraputanga alcança cerca de 3 kg e 60 cm de comprimento.
Hábitos Comportamentais
Estes peixes de água doce geralmente formam cardumes de tamanho variável. Em águas mais movimentadas, é comum encontrá-los em menor número, escondidos atrás de obstáculos naturais, como troncos e pedras submersas. Durante períodos de sol intenso, preferem a sombra de árvores, reforçando a importância de preservar matas ciliares.
Importância Ecológica e na Pesca Amadora
Apesar de ser a maior espécie do gênero Brycon na bacia do Paraguai, a piraputanga não recebe tanto destaque na pesca amadora. No entanto, proporciona experiências emocionantes devido aos seus saltos vigorosos fora da água, especialmente quando capturada com equipamento adequado ao seu porte.
Localização e Dicas de Pesca
Encontrada predominantemente na bacia do Paraguai, a piraputanga responde bem ao processo de ceva, facilitando sua localização em cardumes. Para pescá-las eficientemente, a técnica de jogar quirera (milho picado) é altamente recomendada, atraindo rapidamente um cardume para a superfície, tornando a pesca mais produtiva e emocionante.
Pirarara – Phractocephalus hemioliopterus
Família: Pimelodidae
A Pirarara é uma espécie onívora e versátil em sua dieta. Alimenta-se de uma variedade de itens, como frutas, caranguejos, aves, tartarugas e principalmente outros peixes. Habitam as águas doces da região norte do Brasil e parte do centro-oeste (Goiás e Mato Grosso), marcando presença nas bacias Amazônica e do Araguaia-Tocantins. São encontradas em diferentes ambientes, incluindo canais de rios, várzeas e igapós, tanto em águas negras como claras.
Época Ideal para Pesca
Para os entusiastas da pesca, a melhor época para capturar Pirararas vai de maio a outubro, quando os rios estão em seu leito normal. Em rios que não sofrem com cheias, a pesca é praticada durante todo o ano. Durante o dia, é comum vê-las se aquecendo ao sol, próximas à superfície da água. Em certos locais, como o Rio Javaés, elas chegam a expor sua nadadeira dorsal fora da água.
Características Físicas
As Pirararas possuem cores distintas, com o dorso variando do marrom ao preto. O ventre se destaca pelo tom amarelo ao creme. Sua cauda truncada, de cor vermelho-sangue, é facilmente identificável. A espécie pode atingir mais de 1,2 metros e pesar cerca de 70 kg. Possuem três pares de barbilhões sensitivos, característicos da família Pimelodidae. Quando removidas da água, emitem sons únicos, que vão de tons graves a agudos.
Curiosidades Históricas e Culturais
Registros fósseis indicam que a Pirarara existe na América do Sul há mais de nove milhões de anos, com tamanhos historicamente maiores do que os atuais. Relatos na cultura amazônica, incluindo o do sertanista Orlando Villas-Bôas, mencionam ataques a seres humanos, evidenciando a natureza imponente desta espécie.
Dicas para Pesca
Para pescar Pirararas, as iscas naturais são mais eficazes, especialmente peixes como Piranhas. O início da noite é o momento ideal, em regiões rasas e com correntezas.
Pirarucu – Arapaima gigas
Família: Osteoglossidae
O Pirarucu (Arapaima gigas), um emblemático peixe de água doce, destaca-se em rios e lagos sul-americanos, principalmente na Amazônia. Este gigante aquático, um dos maiores peixes de água doce do mundo, pode alcançar até 3 metros de comprimento e pesar até 200 kg. Sua dieta onívora inclui uma variedade de alimentos, como peixes, frutas, sementes, insetos, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e até aves aquáticas.
Características Distintivas
O Pirarucu exibe uma silhueta alongada e cilíndrica, com escamas grossas e amplas que servem como armadura contra predadores. Sua coloração varia com o ambiente, apresentando tons de verde escuro no dorso e vermelho nos flancos e cauda, uma característica que deu origem ao seu nome, derivado dos termos tupis para peixe (pira) e vermelho (urucu).
Adaptações Respiratórias Únicas
Uma característica notável do Pirarucu é sua adaptação respiratória para sobreviver em ambientes com baixo oxigênio. Ele possui dois sistemas respiratórios: brânquias para respiração aquática e uma bexiga natatória modificada que funciona como pulmão para respiração aérea, emergindo à superfície a cada 20 minutos para respirar.
Habitat e Ecologia
O Pirarucu prefere habitats em águas claras e calmas, com temperaturas entre 24° a 37°C. Ele evita correntezas fortes ou águas ricas em sedimentos, favorecendo regiões como as várzeas da bacia do rio Amazonas. Sua presença é mais comum nas Bacias do Araguaia-Tocantins e Amazônica.
Preservação e Pesca Responsável
A pesca do Pirarucu, dada a sua majestade e tamanho impressionante, deve ser realizada com responsabilidade. Existe uma regulamentação que proíbe a captura, transporte e comercialização de Pirarucus menores que 150 cm. Além disso, é proibida anualmente na Bacia Amazônica de 01/12 a 31/05 para permitir a reprodução da espécie.
Saicanga – Acestrorhynchus sp.
Família: Characidae
Conhecido por diversos nomes como cadela magra, peixe cachorro, branca, e lambari cachorro, o Saicanga (Acestrorrynchus hepsetus) é um membro distinto da família Characidae. Este peixe piscívoro, com sua origem nas raízes do tupi guarani – “sai” significando “minúsculo, delgado” e “canga” como “cabeça, esqueleto” – é notável em várias regiões da América do Sul, incluindo a Bacia Amazônica, Prata, Araguaia-Tocantins e São Francisco.
Características Marcantes
O Saicanga é um peixe de pequenas escamas, agressivo e com um corpo alongado e comprimido lateralmente. Sua coloração prateada intensa e brilhante é um espetáculo à parte. Notavelmente, as nadadeiras dorsal e anal situam-se na metade posterior do corpo, enquanto a caudal exibe raios medianos prolongados, formando um filamento avermelhado ou amarelado com uma mancha escura. Este peixe atinge em média 20 cm de comprimento e 500 g de peso, equipado com um focinho longo e uma boca grande e oblíqua. Os dentes avantajados e afiados são usados para um método de alimentação único: arrancar escamas e pedaços de outros peixes.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
Como um predador carnívoro, o Saicanga se alimenta principalmente de pequenos peixes, insetos aquáticos e, ocasionalmente, raízes de vegetais. Seu comportamento de caça é notável: ataca em cardumes e, após capturar o alimento, leva-o ao fundo do rio para partilhá-lo ou cortá-lo ao meio. A reprodução ocorre no verão, geralmente entre novembro e maio, onde migram longas distâncias até planícies alagadas para desovar.
Habitat e Dicas de Pesca
Encontrado em lagoas, represas e estirões repletos de paus, pedras, e galhadas, o Saicanga é uma escolha popular entre os pescadores. Conhecido como a “Truta Brasileira”, pode ser pescado o ano todo, incluindo no inverno. Recomenda-se equipamentos ultra leves, e as melhores iscas incluem minhocas, pedaços de peixes ou iscas artificiais de 3 a 6 cm.
Surubim Chicote / Bargada – Sorubimichthys planiceps
Família: Pimelodidae
O Surubim Chicote, também conhecido como Bargada, é um peixe de água doce com características únicas. Possui uma cabeça achatada e grande, correspondendo a cerca de um terço do seu corpo. Se destaca pelos três pares de barbilhões longos, usados para sentir o ambiente e localizar presas. Sua boca larga facilita a captura de grandes presas, enquanto o maxilar superior proeminente apresenta uma lixa de pequenos dentes.
Descrição Física
Este peixe possui um corpo curto, fino e cilíndrico, com nadadeiras robustas nas extremidades. Sua coloração é cinza escuro, com uma faixa clara se estendendo da nadadeira peitoral à caudal. O dorso e as nadadeiras possuem pintas pretas. A nadadeira caudal bifurcada confere ao Surubim Chicote grande velocidade e força.
Hábitos Alimentares e Comportamentais
Conhecido por sua força e rapidez, o Surubim Chicote é um predador eficiente, alimentando-se principalmente de outros peixes. Possui hábitos noturnos, sendo mais ativo e visível do final da tarde até o amanhecer, especialmente em águas escuras e barrentas. Durante a piracema, migra rio acima para desovar, coincidindo com as enchentes.
Habitat e Distribuição
Este peixe habita principalmente as bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins, preferindo o fundo dos leitos dos rios de médio e grande porte. Pode ser encontrado em diversos habitats aquáticos, incluindo matas inundadas, lagos e canais fluviais.
Dicas para Pescaria
Para pescar o Surubim Chicote, os locais mais indicados são bancos de areia e áreas com vegetação aquática. Sua pesca é mais produtiva em águas calmas e pouco profundas.
Tabarana – Salminus hilarii
Família: Characidea
A Tabarana, pertencente à família Characidea, é um peixe de água doce nativo das bacias hidrográficas brasileiras. Este peixe carnívoro e voraz é conhecido por se alimentar primariamente de peixes menores, como os lambaris. De porte médio, tem em média 35 cm de comprimento e pesa cerca de 1 kg, embora possa atingir até 50 cm e pesar 5 kg. As fêmeas, menores, variam entre 30 cm a 36 cm e são notáveis por sua capacidade reprodutiva, podendo ter até 52 mil óvulos.
Hábitos e Habitat
Estes peixes preferem as águas cristalinas e rasas dos rios, com profundidades de até um metro, habitando principalmente a calha principal onde há correnteza. Costumam se esconder perto de obstáculos naturais, como troncos submersos, emergindo rapidamente para capturar suas presas.
Pesca Esportiva e Desafios
Devido à sua arrancada forte, resistência e habilidade de realizar belos saltos, a Tabarana é altamente valorizada na pesca esportiva. Contudo, sua captura está se tornando cada vez mais desafiadora, especialmente em São Paulo, devido à poluição e pesca predatória. Uma curiosidade é que muitas vezes ela é confundida com o dourado, porém, difere em tamanho, coloração e número de escamas entre a nadadeira dorsal e a linha lateral.
Identificação e Diferenciação
Para identificar a Tabarana, observe que ela possui entre 66 a 72 escamas na linha lateral, enquanto o dourado tem de 92 a 98. Este é um detalhe chave para diferenciar estas espécies, especialmente em seus estágios juvenis.
Distribuição e Época Ideal para Pesca
A Tabarana pode ser encontrada em diversas bacias brasileiras, incluindo as do Amazonas, Tocantins-Araguaia, Prata e São Francisco. A melhor época para sua pesca é durante o verão, especialmente na estação das águas claras.
Tucunaré Borboleta – Cichla orinocensis
O Tucunaré Borboleta é uma espécie fascinante de peixe de água doce, pertencente à família Cichlidae. Esta família é notável por ser uma das maiores entre os peixes de água doce, abrigando espécies com características únicas. O Tucunaré Borboleta se destaca por sua coloração vibrante, variando do amarelo ouro ao esverdeado, e por seus distintos ocelos – marcas circulares que lembram olhos.
Características Únicas e Comportamento
Apresenta um corpo robusto e uma cabeça grande, podendo atingir até 60 cm de comprimento e pesar cerca de 4 kg. Seu corpo ligeiramente comprimido e quadrado é adaptado para um estilo de vida carnívoro e predatório. O Tucunaré Borboleta persegue incansavelmente suas presas, que incluem pequenos peixes, insetos, crustáceos e até rãs.
No início de sua vida, as larvas do Tucunaré se alimentam de plâncton, evoluindo gradualmente para uma dieta baseada em alimentos vivos maiores, como larvas de insetos. À medida que crescem, passam a se alimentar exclusivamente de outros peixes.
Reprodução e Desenvolvimento
Durante a época de reprodução, o Tucunaré Borboleta exibe um comportamento particularmente interessante. Os machos desenvolvem uma protuberância escura entre a cabeça e a nadadeira dorsal, uma reserva de gordura para os períodos que antecedem a desova. Este peixe também é conhecido por seu cuidado parental, protegendo seus ovos e alevinos até que estes atinjam cerca de 6 cm de comprimento.
Habitat e Distribuição
Original da Bacia Amazônica, esta espécie é territorial e sedentária, preferindo águas quentes (24 a 28 graus), claras ou levemente amareladas. Durante as estações, o Tucunaré Borboleta migra entre lagoas marginais e matas inundadas, adaptando-se às variações do ambiente.
Conservação e Pesca Responsável
É importante ressaltar a necessidade de pesca responsável e conservação destas espécies. O tamanho mínimo para captura é de 35 cm, assegurando a proteção das populações jovens e a sustentabilidade da espécie.
Tucunaré Azul – Cichla sp
Família: Cichlidae
A família Cichlidae, a qual pertence o Tucunaré Azul, representa um fascinante grupo de peixes de água doce. Na América do Sul, cerca de 290 espécies compõem esta família, equivalendo a aproximadamente 6 a 10% da ictiofauna do continente. No Brasil, destacam-se pelo menos 12 espécies de tucunarés, com cinco delas já descritas. Estes peixes são conhecidos por sua beleza, variando em cores, formas e padrões de manchas, mas todos exibindo um distintivo ocelo no pedúnculo caudal.
Características Distintivas do Tucunaré-Azul
Este peixe é notável por seu tamanho, podendo ultrapassar os 60 cm e pesar mais de cinco quilos. Sua anatomia inclui um corpo comprimido, cabeça e boca grandes, e uma nadadeira dorsal com espinhos que diminuem de tamanho progressivamente. A linha lateral nos tucunarés-azuis é outro aspecto relevante, sendo completa nos juvenis e frequentemente interrompida nos adultos.
Hábitos Alimentares: Um Predador Nato
Desde os primeiros dias de vida, o tucunaré-azul passa por diversas fases alimentares. Inicialmente, alimentam-se de plâncton, evoluindo para larvas de insetos e, posteriormente, pequenos peixes e camarões. Adultos têm uma dieta estritamente carnívora, incluindo peixes vivos, insetos e pequenos animais. Seu comportamento predatório é persistente e territorialista, com uma estratégia de caça que o distingue de outros predadores.
Reprodução e Cuidados Parentais
Durante a desova, os tucunarés-azuis apresentam comportamentos complexos e avançados. Os machos desenvolvem uma protuberância característica e o casal seleciona cuidadosamente um local para a desova. Os ovos são depositados em superfícies duras e os filhotes recebem cuidados intensivos dos pais, incluindo a prática de carregar ovos e larvas na boca.
Curiosidades e Habitat
O nome tucunaré origina-se da língua indígena, significando “olho na cauda”. Preferem águas quentes e claras, habitando estruturas como galhadas e vegetação. Eles são encontrados principalmente nas Bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins e foram introduzidos em outros habitats brasileiros.
Tucunaré Açu – Cichla sp.
Família: Cichlidae
O Tucunaré Açu (Cichla sp.) é uma espécie fascinante e exclusiva da América do Sul, sendo um destaque nas bacias hidrográficas do Amazonas, Guianas e Orinoco. Este peixe, pertencente à família Cichlidae, compartilha sua linhagem com outras espécies notáveis como Carás, Apaiaris e Jacundás.
Características Únicas
Os Tucunarés se distinguem dentro da família Cichlidae pelo formato peculiar de sua nadadeira dorsal. Esta nadadeira apresenta uma progressão no comprimento até o 5º espinho, seguida de uma diminuição até alcançar a região da dorsal ramosa. Essa característica é mais proeminente em indivíduos adultos e auxilia na identificação entre as 12 espécies conhecidas. Vale ressaltar que, apesar da semelhança superficial, existem variações significativas no padrão de coloração durante o desenvolvimento do indivíduo.
Comportamento e Hábitos
Um aspecto notável do Tucunaré é seu cuidado parental. Diferentemente de outras espécies que realizam a piracema e produzem milhões de ovócitos, os Tucunarés depositam menos ovos, mas com uma estratégia reprodutiva eficiente que garante alto sucesso reprodutivo.
Diversidade e Distribuição
Recentemente, pesquisas de renomados cientistas como Efrem de Ferreira e Sven Kullander expandiram nosso entendimento sobre esta espécie, elevando o número de espécies reconhecidas para 12. Interessantemente, todas, exceto uma, são encontradas em território nacional. Natural da bacia Amazônica.
Habitat Preferencial
Estes peixes preferem águas paradas de lagos e lagoas marginais, mas não é raro encontrá-los em rios e até em correntezas. A maioria das espécies busca regiões de água mais tranquila e costuma se agrupar perto de estruturas subaquáticas como galhadas, troncos caídos, e vegetação aquática.
Dicas para Pescadores
Uma dica valiosa é observar o comportamento do peixe ao usar iscas artificiais de superfície. Se o Tucunaré Açu acompanhar a isca sem atacá-la, uma pausa na movimentação pode incentivar o ataque. Alternativamente, usar iscas de meia água ou colheres pode ser eficaz.
Tucunaré Paca – Cichla temensis
Família: Cichlidae (Clclídeo)
O Tucunaré Paca, cientificamente conhecido como Cichla temensis, é um membro notável da família Cichlidae. Este peixe de água doce se destaca por suas características físicas únicas e comportamento agressivo, tornando-o um dos predadores mais formidáveis nas águas brasileiras.
Características Morfológicas
Com um corpo alongado e hidrodinâmico, o Tucunaré Paca possui uma coloração escura, adornada com pintas que lhe conferem uma aparência distintiva. Estes peixes possuem escamas e variam em tamanho, podendo medir de 30 centímetros a impressionantes 90 centímetros de comprimento.
Distribuição e Habitat
Nativos da Bacia Amazônica e afluentes, estes peixes têm uma ampla distribuição geográfica.
Comportamento e Ecologia
Os Tucunarés Paca são conhecidos por seu comportamento agressivo e persistente na caça, o que os torna altamente valorizados na pesca esportiva. Esses peixes não realizam migrações significativas, preferindo habitats lênticos como lagos e lagoas, especialmente durante as cheias.
Importância Ecológica e para a Pesca Esportiva
A importância do Tucunaré Paca transcende sua presença nos ecossistemas aquáticos. Sua agressividade e força o tornam uma espécie cobiçada na pesca esportiva, contribuindo significativamente para a economia local e o turismo de pesca.
Tucunaré Amarelo – Cichla monoculus
O Tucunaré Amarelo, pertencente à família Cichlidae e conhecido cientificamente como Cichla ocellaris, é uma espécie icônica de peixe de água doce. Este peixe é nativo das bacias amazônica e Tocantins-Araguaia, mas sua presença é ampla em diversos ecossistemas aquáticos brasileiros.
Características Físicas
O Tucunaré Amarelo se destaca por seu corpo alongado, levemente comprimido, coberto de escamas. Sua coloração amarelada, adornada com manchas pretas verticais e uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal, torna-o facilmente reconhecível. Estes peixes variam em tamanho, podendo medir de 30 cm a até 60 cm de comprimento.
Comportamento e Habitat
Este peixe é conhecido por ser carnívoro, alimentando-se principalmente de outros peixes e camarões. De hábitos diurnos, eles caçam à noite e se abrigam durante o dia em buracos ou vegetação. Habitam ambientes como lagoas, lagos, rios e áreas de águas lentas ou paradas, incluindo açudes e represas. O Tucunaré Amarelo é considerado um peixe sedentário, sem tendência a realizar migrações.
Reprodução
A reprodução do Tucunaré Amarelo não envolve migração. Eles formam casais e escolhem áreas de águas paradas para construir ninhos com pequenas pedras. Durante este período, a fêmea cuida do ninho enquanto o macho protege o perímetro. Os filhotes são cuidados pelos pais até atingirem cerca de dois meses de idade e 6 cm de comprimento. Essa reprodução ocorre principalmente no período das chuvas e pode acontecer várias vezes ao ano em reservatórios controlados como açudes e represas.
Diversidade de Espécies
Existem aproximadamente 15 espécies diferentes de tucunaré, incluindo Cichla monoculus, Cichla kelberi, Cichla piquiti, entre outras. Essa diversidade contribui para a rica biodiversidade dos ecossistemas de água doce do Brasil.
Tambaqui – Colossoma macropomum
Família: Characidae
O tambaqui, um habitante endêmico da bacia Amazônica, se destaca como um dos maiores peixes de escama da região. Este peixe, pertencente à família Characidae, é altamente valorizado por pescadores devido à sua carne saborosa e rica, com mínima presença de espinhas. Os exemplares podem atingir até 90 cm de comprimento e pesar cerca de 30 kg, embora, no passado, fossem capturados indivíduos de até 45 kg. A sobrepesca tem impactado significativamente o tamanho desses peixes atualmente.
Em termos de aparência, o tambaqui possui um corpo arredondado com uma coloração peculiar: a parte superior do corpo tende a ser parda, enquanto a inferior é preta. Essa coloração pode variar de acordo com a transparência da água. Nos estágios juvenis, os alevinos exibem manchas escuras em um fundo geralmente cinza claro.
Hábitos Alimentares e Reprodutivos
O tambaqui é conhecido por seu crescimento rápido e dieta onívora. Sua alimentação é diversificada, incluindo frutas, sementes, folhas, plâncton, insetos e outros itens orgânicos. Curiosamente, consome coquinhos maduros, triturando-os com seus dentes fortes e arredondados.
A reprodução do tambaqui é um fenômeno fascinante. Eles são peixes reofílicos, realizando migrações reprodutivas (piracema) rio acima para amadurecer sexualmente e procriar. Esse processo acontece tipicamente entre agosto e dezembro, onde viajam mais de 1000 km contra a correnteza. Durante este esforço, o ácido lático se acumula em seus corpos, estimulando a produção de hormônios sexuais.
Distribuição e Criação
Originalmente do rio Amazonas, o tambaqui agora habita vários outros estados brasileiros, como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Sua adaptação a diferentes ambientes é notável, embora não seja recomendado para regiões mais frias do Sudeste. Para tais locais, o híbrido tambacu, uma combinação de tambaqui e pacu, é mais adequado devido à sua resistência e rápido crescimento.
Tilápia – Tilapia rendalli
Família: Cichlidae
A tilápia é parte da grande família Cichlidae, abrangendo uma variedade impressionante de mais de 100 espécies. Entre elas, a Tilápia do Nilo merece destaque. Esta espécie, introduzida no Brasil, é conhecida por sua ampla distribuição, sendo uma das mais populares em águas brasileiras e ao redor do mundo.
Características Físicas
Com um porte elegante e médio, as tilápias brasileiras podem atingir até 60 cm e pesar até 3 kg. Possuem um corpo comprimido, com uma coloração predominante cinza-azulada. Suas nadadeiras dorsal e caudal, esta última com nuances de marrom avermelhado, são marcantes. A boca, pequena e ornada com dentes quase imperceptíveis, reflete sua natureza onívora.
Hábitos Alimentares
Predominantemente herbívoras, as tilápias têm uma dieta variada que inclui ervas, plâncton, insetos, vermes, e até ovos e alevinos de outros peixes. Essa versatilidade alimentar contribui para sua adaptabilidade em diferentes ambientes aquáticos.
Reprodução e Habitat
As tilápias do Nilo são conhecidas por sua reprodução eficiente. Em condições ideais de temperatura (entre 26º e 28º C) e abundância de alimentos, podem se reproduzir até quatro vezes ao ano. Constroem ninhos côncavos em locais rasos e exercem cuidado paternal. Preferem habitats de águas mais rasas, próximos às margens e com pouca correnteza, não tolerando temperaturas abaixo de 12º C.
Importância para a Piscicultura
Devido à sua rusticidade, capacidade de sobreviver em condições ambientais variadas, e excelente desempenho em cativeiro, as tilápias são amplamente valorizadas na piscicultura. Seu cultivo tem ganhado destaque global, contribuindo significativamente para a economia de muitos países.
Dicas para Pesca
Para pescar tilápias, é aconselhável usar linhas mais grossas e coloridas na ponta da vara, pois estas peças tendem a pegar a isca de maneira sutil. O verão é a época ideal para pescá-las, utilizando uma variedade de iscas.
Traíra – Hoplias malabaricus
Família: Erithrynidae
A Traíra, um peixe fascinante das águas doces sul-americanas, pertence à família Erythrinidae. Com um corpo alongado e cilíndrico, este peixe tem uma média de 50 cm de comprimento e pode pesar até 3 kg. Sua coloração varia entre verde-oliva e marrom, com manchas escuras pelo corpo, barbatanas curtas e arredondadas, e uma cauda bifurcada.
Hábitos Alimentares
Estes peixes são carnívoros e conhecidos pela sua agressividade. Sua dieta principal inclui outros peixes, insetos e crustáceos. A técnica de caça da Traíra envolve se esconder na vegetação aquática e atacar a presa com rapidez e força.
Dicas para Pescá-la
Para capturar a Traíra, as técnicas de pesca mais comuns incluem o uso de iscas artificiais, como as “iscas de superfície”, “iscas de meia-água” ou “iscas soft”. Também é possível usar iscas naturais, como minhocas ou pedaços de peixe. É crucial utilizar equipamentos adequados, com linhas e anzóis resistentes.
Onde Encontrar
A Traíra habita diversos corpos de água, como lagos, rios, açudes e represas. Ela prefere águas calmas e ricas em vegetação aquática, facilitando a caça e a camuflagem. Locais famosos para a pesca da Traíra no Brasil incluem o Pantanal, a Amazônia, o Paraná e o Rio Grande do Sul.
Época de Pesca
A melhor época para pescar a Traíra varia de acordo com a região e o clima, sendo a primavera e o verão os períodos mais indicados devido à maior atividade do peixe. Contudo, é possível pescá-las durante todo o ano, utilizando as técnicas e iscas apropriadas.
Trairão – Hoplias macrophthalmus
Peixe da família Erythrynidae
O Trairão, pertencente à família Erythrynidae, é um peixe emblemático das águas doces brasileiras. Este peixe de água doce é conhecido por seu corpo cilíndrico e cabeça grande, que representa cerca de um terço do seu comprimento total. A sua coloração, geralmente marrom escuro, muitas vezes quase negra, permite-lhe uma camuflagem perfeita em ambientes de lama e folhas subaquáticas.
Características Físicas e Comportamentais
Este predador aquático pode alcançar mais de 1 metro de comprimento e pesar cerca de 15 quilos. Uma característica notável do Trairão é sua dentição forte e perfurante, ideal para destruir iscas. Este peixe é frequentemente pescado visualmente, exigindo precisão do pescador. Quando uma isca entra em seu raio de ação, ela é quase sempre atacada imediatamente.
O Trairão é um predador voraz, com uma dieta que inclui não só peixes, mas também pequenos mamíferos, aves e anfíbios quando disponíveis. Ele é encontrado principalmente nas bacias amazônica e Tocantins-Araguaia, bem como em rios do médio e baixo Amazonas, como o Tocantins, Xingu e Tapajós.
Habitat e Técnicas de Pesca
Este peixe prefere águas lênticas e rasas, como lagos, enseadas e ressacas. Eles são encontrados em fundos lamacentos, ricos em vegetação e galhos, mas também em áreas mais profundas de rios e riachos. Para a pesca do Trairão, recomenda-se equipamento médio/pesado ou pesado, com varas de 6 a 7 pés e linhas de 15 a 30 libras. Molinetes e carretilhas adequados, além de anzóis n° 6/0 a 8/0, são essenciais.
Na pesca com mosca, varas de 8 a 10 com linhas floating são ideais. Iscas como hairbugs, poppers, divers e streamers mostram-se eficientes. Para iscas naturais, pedaços de peixes ou peixes inteiros, vivos ou mortos, são recomendados. As iscas artificiais, como plugs de superfície e meia água, são igualmente populares.
Considerações Finais
Ao finalizarmos nossa jornada pelas águas brasileiras, fica evidente a riqueza e diversidade dos peixes de água doce no Brasil. Desde as espécies nativas, passando pelos exóticos até os cultivados, cada peixe desempenha um papel único em seus ecossistemas. Com habitats variados, dietas adaptativas, modos de reprodução diversificados e enfrentando uma gama de predadores, esses peixes são verdadeiros tesouros naturais.
Esperamos que esta publicação tenha sido esclarecedora e enriquecedora. Seu comentário é valioso para nós, então compartilhe suas impressões e experiências relacionadas a essas fascinantes criaturas aquáticas. A sua interação é fundamental para continuarmos explorando e valorizando a biodiversidade aquática do nosso país.
Informações sobre peixes no Wikipédia
8 comentários
ceva para piava de manha cedo no rio iguaçu
como coseguir semente de trairao
mto bom
Valeu Roberto
Seu blog é miuto bom…
Coloquei o seu blog no meu blog – Como Profº Biologo – gosto de socializar na WEB sobre educação… e preferencias-
Tenho outros blogs eduacionais – —
Obrigado pela atenção:
excelente porteo muchas gracias por compartir
Valeu Gustavo, fica ligado no blog que sempre temos posts novos!
Meus parabéns pelo trabalho de lindas fotos