O Pirarucu (Arapaima gigas), notoriamente apreciado na gastronomia das regiões do Pará e Amazonas, tem sua carne considerada um tesouro culinário, sendo amplamente requisitada não apenas nos estados mencionados, mas em outras partes do Brasil. Além da carne, há um toque de tradição nas formas antigas de utilizar suas escamas robustas como lixa de unhas, demonstrando a versatilidade e a integração desse peixe magnífico na vida cotidiana das pessoas.
O habitat diversificado do Pirarucu dentro da vastidão da bacia amazônica é outro aspecto fascinante. Desde os serenos lagos de várzea até os grandiosos afluentes do Rio Amazonas, como o Rio Madeira e o Rio Machado, a presença do Pirarucu é uma constante. Em particular, é notável sua preferência por águas cristalinas, muitas das quais são deficientes em oxigênio devido à sua localização em áreas alagadas da floresta tropical.
A grandiosidade do Pirarucu é inegável. Um dos maiores peixes de água doce do mundo, com registros de indivíduos alcançando cerca de 3 metros de comprimento e pesando 200 kg. Infelizmente, o tamanho médio da espécie tem sido afetado pelo excesso de pesca, embora ainda seja possível encontrar exemplares com mais de 2 metros, pesando mais de 125 kg. A coloração cinza dominante, com salpicos de laranja perto da extremidade posterior, e as duas aletas simétricas em ambos os lados do corpo na extremidade posterior, contribuem para a aparência imponente do Pirarucu.
A aventura que é pescar um Pirarucu amplia a aura de excitação em torno deste peixe. Suas características marcantes, acompanhadas de dicas essenciais de pesca, convidam os entusiastas a explorarem mais sobre este gigante das águas doces e a engajarem-se em discussões enriquecedoras sobre a importância de práticas de pesca sustentáveis para a preservação desta espécie icônica.
Classificação:
- Nome científico – Arapaima gigas;
- Família – Osteoglossidae.
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Características do Peixe Pirarucu
O Peixe Pirarucu (Arapaima gigas), com sua silhueta alongada e cilíndrica, ostenta escamas grossas e amplas que servem como uma armadura robusta contra predadores. A paleta de cores deste peixe majestoso é um espetáculo à parte, com tons de verde escuro adornando seu dorso e um vermelho rico enfeitando os flancos e a cauda.
A coloração vibrante do Pirarucu não é apenas esteticamente agradável, mas também é influenciada pelas características da água em que reside. Em águas turvas, tende a adotar uma tonalidade mais escura, enquanto em águas mais claras, o vermelho é mais pronunciado. Esta característica é tão distintiva que inspirou seu nome comum, derivado dos termos tupis para peixe (pira) e vermelho (urucu).
A fisionomia do Pirarucu é igualmente intrigante. Possui uma cabeça achatada e mandíbulas proeminentes que são características marcantes. Seus olhos, com pupilas salientes de cor azul e um tom amarelado, parecem estar em constante movimento, dando a impressão de um olhar atento ao seu entorno. A língua bem desenvolvida do Pirarucu, com um osso na parte interna, é outra peculiaridade fascinante.
No que tange ao seu porte físico, o Pirarucu é um gigante das águas doces. Exemplares comuns podem atingir até 100 kg, enquanto indivíduos raros têm a capacidade de alcançar um peso impressionante de cerca de 250 kg. Com uma expectativa de vida de 18 anos, este peixe imponente é uma presença marcante nos corpos d’água da Amazônia.
Descrição geral do Pirarucu (Arapaima gigas)
O Pirarucu (Arapaima gigas) é um emblemático peixe de água doce que habita rios e lagos da América do Sul, sendo nativo da região da Amazônia. Este gigante aquático é um dos maiores peixes de água doce do mundo, alcançando até 3 metros de comprimento e pesando até 200 kg. Com uma dieta onívora, o peixe tem uma alimentação diversificada que inclui peixes, frutas, sementes, insetos, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis e até aves aquáticas. É também conhecido por vários nomes, como Arapaima, Peixe Pirosca, Bacalhau da Amazônia e Paiche, ressaltando sua importância e reconhecimento em diferentes culturas e regiões.
Sistema respiratório
O Pirarucu possui uma adaptação respiratória notável que lhe permite sobreviver em ambientes aquáticos com baixos níveis de oxigênio. Ele tem dois sistemas respiratórios: brânquias para respiração aquática e uma bexiga natatória modificada que atua como um pulmão para respiração aérea, especialmente durante a estação seca. Essa capacidade de respirar o ar atmosférico é vital, e o peixe normalmente volta à superfície a cada 20 minutos para obter oxigênio.
Hábitos alimentares
O Pirarucu é predominantemente carnívoro, com uma dieta variada que reflete a riqueza do ecossistema amazônico. Ele se alimenta de outros peixes, crustáceos, e até mesmo pequenos animais terrestres e aves que se aventuram perto da água. Durante a estação chuvosa, quando as florestas estão alagadas e ricas em alimentos, o Pirarucu aproveita a abundância de presas disponíveis. Além disso, o sistema digestório do Pirarucu é adaptado para maximizar a absorção de nutrientes de sua dieta diversificada, contribuindo para seu crescimento rápido e robustez.
O Pirarucu (Arapaima gigas) é um predador voraz com uma dieta diversificada, refletindo sua capacidade adaptativa no ecossistema aquático. Seu apetite eclético permite que ele consuma uma variedade de presas, incluindo caramujos, tartarugas, gafanhotos, plantas e até mesmo cobras, demonstrando uma flexibilidade alimentar notável.
No início da vida, os jovens pirarucus têm uma dieta composta principalmente de plâncton. À medida que crescem e se desenvolvem, a transição para uma dieta piscívora ocorre, e outros peixes tornam-se sua principal fonte de nutrição. Esta mudança na dieta é um marco no desenvolvimento do Pirarucu, preparando-o para a vida como um dos predadores apex do ambiente aquático.
Além de sua predileção por peixes, o Pirarucu não hesita em aproveitar oportunidades alimentares que surgem com a presença de pássaros ou outros animais pequenos na região. Seu comportamento predatório assertivo é uma demonstração de sua posição dominante na cadeia alimentar.
A busca por alimento geralmente ocorre perto da superfície da água. A necessidade de respirar oxigênio atmosférico a cada 10 a 20 minutos direciona o Pirarucu para a superfície, onde também encontra uma abundância de presas. Esta relação simbiótica entre sua fisiologia respiratória e hábitos alimentares é uma adaptação evolutiva fascinante que destaca a intrincada interação do Pirarucu com seu habitat.
Importância ecológica e econômica
A presença do Pirarucu é de vital importância tanto ecológica quanto economicamente. Ecologicamente, contribui para o equilíbrio do ecossistema aquático da Amazônia. Economicamente, é uma fonte de sustento para várias famílias, especialmente na região norte do Brasil, onde sua pesca e cultivo são atividades relevantes. O manejo sustentável do Pirarucu é também uma estratégia crucial para a conservação deste recurso, promovendo a preservação da espécie em lagos manejados, o que beneficia tanto a biodiversidade local quanto as comunidades que dependem desta atividade.
Contexto cultural e histórico do nome Pirarucu
A denominação “Pirarucu” é derivada de termos indígenas: pirá, que significa “peixe”, e urucum, que significa “vermelho”, atribuído à coloração de sua cauda. Além disso, diversas lendas indígenas cercam a origem do Pirarucu, muitas das quais narram a transformação de um índio guerreiro em peixe pelo deus Tupã, ressaltando a rica cultura que envolve esta espécie majestosa.
Habitat e Distribuição do Pirarucu
O Pirarucu (Arapaima gigas) é uma espécie emblemática que habita ambientes de água doce, como rios e lagos. Eles são tipicamente encontrados em águas claras, com temperaturas variando de 24° a 37°C. Evitam lugares com fortes correntezas ou águas com muitos sedimentos, preferindo áreas onde as águas são mais calmas, especialmente nas áreas de várzea da bacia do rio Amazonas. O Pirarucu aprecia habitats com abundância de alimentos e onde possa utilizar sua extraordinária capacidade de respirar tanto na água quanto no ar para sobreviver.
Onde Encontrar o Peixe Pirarucu
O majestoso Pirarucu (Arapaima gigas) é uma espécie icônica das águas doces da América do Sul, sendo mais prevalente nas Bacias do Araguaia-Tocantins e Amazônica. Este peixe gigante tem uma predileção por águas tranquilas que percorrem as vastas planícies dessas regiões, proporcionando um habitat propício para seu crescimento e reprodução.
Os ambientes aquáticos que o Pirarucu escolhe para habitar são diversificados. Ele pode ser encontrado em rios tributários de águas claras, brancas e pretas. Estes rios, muitas vezes alcalinos, mantêm uma temperatura amena que varia entre 25° a 36°C, criando condições ideais para a sobrevivência e prosperidade do Pirarucu.
É notável que o Pirarucu evita áreas com fortes correntezas ou águas ricas em sedimentos. Esta preferência reflete a necessidade do peixe de acessar a superfície para respirar oxigênio atmosférico, um comportamento que pode ser desafiador em águas turbulentas.
Ao buscar por Pirarucus na natureza, é provável que você os encontre em regiões onde as águas são mais calmas e as temperaturas são amenas. Esses gigantes aquáticos são um espetáculo para ser visto em seu habitat natural, refletindo a grandiosidade e a beleza da fauna aquática da região amazônica.
Distribuição geográfica
Geograficamente, a distribuição do Pirarucu está intimamente ligada à Bacia Amazônica, na parte setentrional da América do Sul, onde encontra as condições ideais para sua sobrevivência e reprodução. No entanto, além de sua distribuição natural, o Pirarucu foi introduzido em outras regiões, como o sudeste do Peru, noroeste da Bolívia, e Tailândia, onde é considerado uma espécie invasora. A introdução em novos habitats é muitas vezes motivada pelo valor econômico do Pirarucu, seja para pesca ou aquicultura, mas pode trazer desafios ecológicos para os ecossistemas locais devido à sua natureza predatória.
Reprodução do Peixe Pirarucu
O Pirarucu (Arapaima gigas) possui um ciclo reprodutivo intrigante que está intimamente alinhado com as condições ambientais da bacia Amazônica. O período de reprodução se estende de dezembro a maio, durante o qual os pirarucus adultos preparam cuidadosamente o ninho no leito arenoso de águas rasas.
A vasta geografia habitada pelo pirarucu influencia diretamente seu ciclo de vida, especialmente a inundação sazonal que ocorre na região. Por seis meses, os pirarucus desfrutam de uma abundância de água, enquanto na outra metade do ano, enfrentam condições de seca. Esta oscilação sazonal moldou muitas facetas da vida do peixe, incluindo sua reprodução. As fêmeas depositam seus ovos principalmente nos meses de fevereiro a abril, quando os níveis de água estão mais baixos.
Construindo um ninho de cerca de 50 cm de largura e 15 cm de profundidade, geralmente em áreas de fundo arenoso, eles criam um ambiente propício para a eclosão dos ovos. Com o aumento do nível da água, os ovos eclodem e os filhotes têm a temporada de cheias, de maio a agosto, para prosperar. Este ciclo de desova é meticulosamente sincronizado com o ritmo das estações.
Um aspecto notável é a quantidade de ovos que uma fêmea pode depositar, alcançando cerca de 180 mil ovos em diferentes ninhos. As larvas eclodem no quinto dia, e a proteção dos alevinos é uma tarefa compartilhada entre os pais. Enquanto os filhotes, com uma coloração mais escura, nadam próximo à cabeça do pai, a mãe nada ao redor, garantindo a segurança de sua prole.
Ciclo reprodutivo
O ciclo reprodutivo do Pirarucu (Arapaima gigas) é intrigante e se destaca pela formação de casais, seleção e isolamento da área de desova, construção de ninhos e proteção da prole. O processo de reprodução envolve várias etapas, incluindo a fertilização do ovo, larvas e pós-larvas, juvenil e adultos. Este ciclo é crucial para a continuidade e crescimento da população de Pirarucus em seu habitat natural e em cativeiro.
Cuidado parental
O cuidado parental é um aspecto crucial do comportamento reprodutivo do Pirarucu. O casal seleciona e isola uma área para a desova, onde constroem ninhos. Após a desova, ambos os pais participam ativamente na proteção da prole contra predadores. Este nível de investimento em cuidados parentais é um traço distintivo do Pirarucu, e reflete uma estratégia evolutiva que maximiza a sobrevivência da prole em um ambiente muitas vezes hostil. Acredita-se que a espécie seja monogâmica devido à formação de casais e ao investimento significativo em cuidados parentais, o que é evidenciado pela construção de ninhos e pela proteção conjunta do ninho e da prole.
Importância Econômica e Ecológica: Pesca e aquicultura
O Pirarucu (Arapaima gigas) é um peixe de água doce de grande porte, alcançando até dois metros de comprimento e 200 kg de peso, sendo conhecido como o maior peixe de água doce com escamas do mundo. Dada sua envergadura, é compreensível que o peixe seja um recurso amazônico valioso, com enorme relevância cultural, social e econômica para a região. Sua pesca e manejo, quando realizados de maneira sustentável, têm o potencial de trazer benefícios significativos para as comunidades locais.
A pesca do Pirarucu, no entanto, chegou a ser proibida em alguns estados da Amazônia devido ao risco de extinção. A proibição visava preservar e aumentar os estoques pesqueiros da espécie. Entretanto, a importância do peixe para a economia amazônica exigiu a busca por alternativas que permitissem sua conservação junto com a exploração sustentável.
Benefícios para o ecossistema e comunidades locais
Além da importância econômica, o Pirarucu contribui de forma significativa para o ecossistema, beneficiando também as comunidades que vivem da pesca na região amazônica. O manejo comunitário do Pirarucu, iniciado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá em 1999, é um exemplo de como a exploração sustentável pode trazer benefícios tanto para a conservação da espécie quanto para a economia local.
O manejo comunitário resultou em fortalecimento da cadeia produtiva do Pirarucu, proporcionando um incremento médio de R$1.765 de renda bruta por família, totalizando mais de 7 milhões de renda bruta gerada para as comunidades e suas organizações. Além disso, a capacitação dos comunitários em educação financeira, gestão de negócios e noções de custo de produção tem ajudado a melhorar as condições de negociação, beneficiando tanto os produtores quanto as comunidades envolvidas.
Desafios e Conservação: Riscos de extinção e ameaças
O Pirarucu (Arapaima gigas), sendo um predador de topo na cadeia alimentar, tem enfrentado diversas ameaças, principalmente a pesca predatória, que quase levou a espécie à extinção no final do século XX. Além disso, a introdução do Pirarucu em regiões onde originalmente não existia tem causado danos ecológicos, representando um desafio adicional para a conservação da espécie e dos ecossistemas locais.
Esforços de conservação
Os esforços de conservação têm sido notáveis, especialmente na Amazônia, onde o manejo comunitário do Pirarucu tem resultado em uma recuperação significativa da população da espécie. Este manejo, protagonizado pelas comunidades locais, inclui a proteção territorial de lagos, construção de abrigos para monitoramento e fiscalização contra pesca ilegal. Na região do médio Juruá, por exemplo, um lago protegido possui em média 500 pirarucus, em contraste com apenas nove indivíduos em lagos sem proteção. Além disso, esse trabalho resultou em um crescimento de 425% das populações de pirarucu em um período de 11 anos.
A Embrapa tem também um papel importante na conservação do Pirarucu através do banco de germoplasma, que é um patrimônio genético valioso para desenvolver a aquicultura regional e reduzir a pressão da pesca predatória nos estoques silvestres.
Outra estratégia para a conservação do Pirarucu é o manejo tradicional, que tem promovido a conservação do recurso, contribuindo para um aumento significativo da espécie em lagos manejados, demonstrando a importância social e econômica do peixe para as comunidades locais.
Dicas para Pesca do Pirarucu
A pesca do Pirarucu pode ser uma experiência inigualável, dada a majestade e o tamanho impressionante deste peixe. No entanto, é fundamental abordar essa atividade com responsabilidade e conhecimento adequado para garantir tanto o sucesso na pescaria quanto o bem-estar do animal.
O Pirarucu é notável por seu comportamento protetor em relação à prole, especialmente após a desova. Durante este período, eles tendem a ficar mais expostos, proporcionando aos pescadores uma oportunidade de observá-los mais de perto.
A maturidade sexual do peixe é alcançada após o quinto ano de vida, e a recomendação é que apenas indivíduos com tamanho mínimo de 1,50 m sejam alvo de pesca. Ao se preparar para a pescaria, opte por varas firmes com capacidade acima de 50 lb e cerca de 2,40 m de comprimento. Linhas de monofilamento com 0,40 mm e carretilhas com capacidade de 150 m são também indicadas. O uso de anzóis circulares, como o circle hook, pode aumentar as chances de uma captura bem-sucedida sem causar danos excessivos ao peixe.
Uma peculiaridade do Pirarucu é sua respiração suplementar à branquial, que o obriga a buscar oxigênio na superfície. Durante a luta, o peixe pode se esgotar, e manter o peixe fora da água por muito tempo pode ser fatal. É crucial devolver o peixe à água em menos de um minuto após a captura para evitar lesões ou morte.
Equipamentos e técnicas
A pesca do Pirarucu (Arapaima gigas) exige uma abordagem meticulosa devido ao tamanho e força desta espécie. Aqui estão algumas dicas essenciais:
- Equipamento Correto:
- Varas firmes com mais de 50 libras e cerca de 2,40 metros de comprimento são recomendadas.
- Linhas de monofilamento com 0,40 milímetros de espessura.
- Carretilhas com capacidade de 150 metros para suportar a briga com o peixe.
- Anzóis de formatos circulares (ou circle hook) são preferíveis para garantir firmeza e segurança ao lidar com o peso do peixe.
- Melhores Tipos de Iscas:
- Para o Pirarucu, que é carnívoro, as melhores iscas são naturais como alguns tipos de peixes (tilápia, traíra, tuvira e lambari), além de insetos, moluscos, crustáceos, salsicha e minhocuçu.
- Para iscas artificiais, escolha as de meia-água como zara stick, popper e soft bait.
- Técnicas de Arremesso e Localização:
- O arremesso deve ser feito a no máximo um metro do peixe e, no mínimo, 50 centímetros.
- A pesca do peixe é muitas vezes referida como uma “pesca de visão” devido ao hábito do peixe de subir à superfície para respirar, indicando assim sua localização.
Regulamentações e melhores práticas
- Restrições de Pesca:
- A pesca do Pirarucu é proibida anualmente na Bacia Amazônica, no período de 01/12 a 31/05, para permitir a reprodução da espécie.
- Existe uma regulamentação que proíbe a captura, transporte e comercialização de Pirarucus com tamanho inferior a 150 cm.
- Além disso, o IBAMA criou uma Instrução Normativa em 2004 que regulamenta a pesca do Pirarucu na Amazônia, estabelecendo tamanhos mínimos para pesca e comercialização da espécie.
Curiosidades sobre o Pirarucu
O Pirarucu (Arapaima gigas) é uma criatura aquática fascinante que carrega consigo uma série de peculiaridades intrigantes. Uma das características notáveis é sua habilidade de respirar tanto na água quanto na superfície. Este peixe majestoso tem um comportamento único de emergir à superfície da água de tempos em tempos para capturar oxigênio atmosférico, uma necessidade advinda de seus dois aparelhos respiratórios distintos. As brânquias permitem a respiração aquática, enquanto a bexiga natatória modificada, que funciona de maneira semelhante a um pulmão, facilita a respiração aérea.
Em algumas regiões, o peixe é carinhosamente apelidado de “bacalhau da Amazônia” devido ao sabor delicado e apreciado de sua carne. A captura do peixe, seja por meio de arpões ou redes, é uma prática antiga, refletindo a importância deste peixe tanto para a alimentação quanto para a cultura local. Além disso, o Pirarucu também é valorizado no comércio de aquarismo, sendo uma adição exótica a grandes aquários.
Datando sua primeira descrição em 1817, o Pirarucu é frequentemente referido como um “fóssil vivo” devido à sua morfologia arcaica. Esta designação é ainda mais acentuada pela longevidade evolutiva de sua família, que perdura com características semelhantes há mais de 100 milhões de anos. A sobrepesca, no entanto, colocou o Pirarucu em risco de extinção, ressaltando a necessidade de práticas de conservação para preservar este testemunho vivo da história evolutiva.
Fatos interessantes e mitologia associada
O Pirarucu, conhecido como o gigante das águas doces, carrega consigo fatos interessantes e mitologias que ressoam através da cultura brasileira, especialmente a amazônica.
- Dimensões impressionantes: O Pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do Brasil, com alguns indivíduos atingindo quase 3 metros de comprimento e pesando até 200 kg.
- Nome Significativo: Seu nome científico, Arapaima gigas, traduz-se como o gigante do gênero Arapaima, enquanto o nome comum, Pirarucu, vem de dois termos tupis: pirá, que significa “peixe”, e urucum, que significa “vermelho”, aludindo à coloração da sua cauda.
- Lenda Indígena:
- Origem da Lenda: A lenda do Pirarucu é uma narrativa indígena que conta a história de um índio guerreiro maldoso que foi transformado em peixe pelo deus Tupã como castigo por suas ações malévolas. A lenda serve como uma lição moral, desencorajando a maldade e promovendo a bondade.
- A Maldição: Após uma série de eventos catastróficos provocados por deuses descontentes com o comportamento cruel do índio, Tupã o transformou em um peixe gigante. As cores do Pirarucu, escuro e vermelho, simbolizam o coração negro do índio e o sangue dos inocentes que ele matou, respectivamente.
Conclusão: Reflexão sobre a importância do Pirarucu
O Pirarucu (Arapaima gigas), uma joia aquática da Amazônia, não é apenas um espécime fascinante devido ao seu tamanho colossal e características únicas, mas também desempenha um papel vital na ecologia e economia da região. A herança cultural e a mitologia associadas a este peixe magnífico entrelaçam a história da fauna amazônica com a vida das comunidades locais, criando narrativas que enriquecem a cultura brasileira.
A exploração sustentável do peixe, através de práticas de pesca responsáveis e manejo comunitário, ressalta a harmonia possível entre a humanidade e a natureza. Além disso, a culinária que envolve o peixe é um testemunho da riqueza gastronômica da Amazônia, proporcionando uma janela para o sabor autêntico e a diversidade da culinária brasileira.
Convidamos você a mergulhar mais fundo na histórias, práticas sustentáveis e delícias culinárias que rodeiam o peixe. Seja através da experimentação de receitas autênticas, participação em discussões sobre conservação, ou explorando mais sobre a história e a ecologia desta espécie fascinante, há um oceano de conhecimento e experiências a serem descobertos.
Receitas com Pirarucu: Pratos populares e modos de preparo
O Pirarucu, conhecido como o gigante das águas doces, é uma delícia culinária apreciada por muitos. Sua carne saborosa e diferenciada é muito utilizada no preparo de recheios de salgados assados, sendo também uma excelente opção para ser servido ensopado ao molho de tomate ou até mesmo na brasa. Uma das receitas mais populares é o Pirarucu de Casaca, um prato tradicional da Amazônia, que leva farinha do uarini, misturada com leite de coco e o peixe assado, criando uma farofa úmida deliciosa.
Além disso, o Pirarucu é apelidado de “bacalhau da Amazônia” devido ao seu sabor suave e textura similar ao bacalhau, conquistando os corações dos chefs não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Uma receita que destaca a versatilidade do peixe é a Moqueca de Pirarucu, que leva ingredientes típicos como cebola, pimentões, tomates, azeite de dendê e leite de coco, trazendo um sabor autenticamente brasileiro ao prato.
As festas juninas também são uma ocasião em que as receitas com peixe, como o “Pirarucu à casaca”, são bastante populares, especialmente na região amazônica.
O Pirarucu não só carrega um sabor inigualável, mas também ressalta a rica cultura gastronômica da Amazônia, proporcionando uma experiência culinária única.
Moqueca de Pirarucu
Ingredientes:
- 500g de filé de Pirarucu
- Suco de 1 limão
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
- 2 colheres de sopa de azeite de dendê
- 1 cebola grande fatiada
- 1 pimentão vermelho fatiado
- 1 pimentão verde fatiado
- 2 tomates maduros fatiados
- 1 xícara de leite de coco
- Coentro fresco picado a gosto
Modo de Preparo:
- Comece lavando os filés do peixe com água fria e seque-os com papel toalha. Em seguida, tempere os filés com o suco de limão, sal e pimenta-do-reino a gosto. Deixe marinar por cerca de 30 minutos para absorver os sabores.
- Em uma panela grande, aqueça o azeite de dendê em fogo médio. Adicione a cebola, os pimentões e os tomates, e refogue por cerca de 5 a 7 minutos, ou até que os vegetais estejam macios.
- Coloque os filés do peixe sobre os vegetais e despeje o leite de coco por cima. Reduza o fogo para baixo, cubra a panela e deixe cozinhar por cerca de 15 a 20 minutos, ou até que o peixe esteja cozido e fácil de desfiar com um garfo.
- Verifique o tempero e ajuste com mais sal e pimenta, se necessário. Polvilhe com coentro fresco picado antes de servir.
- Sirva a moqueca de Pirarucu quente, acompanhada de arroz branco e farofa.
Espero que aproveite esta receita deliciosa de Moqueca de Pirarucu!
Referências
- National Geographic Brasil
- My Aquarium
- Gov.br – ICMBio
- Zaltana
- BVS – Pesquisa
- TEDE – UFAM
- WWF Brasil
- So História
- Segredos do Mundo
- G1 – Terra da Gente
- CPT Cursos
- Scientia Amazonia
- Embrapa
- Editora Científica
- SciELO
- Biólogo
- G1 – Terra da Gente (2023)
- Embrapa
- Blog Quisty
- Gov.br – Agricultura
- Gastronomia Carioca
- Receiteria
- PetitChef
Informações sobre o Peixe-pirarucu no Wikipédia
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1 comentário
amei ver oq é Pirarucu