Nativo da Bacia hidrográfica do São Francisco, o Peixe Pirá tamanduá se tornou o símbolo deste rio devido as suas características únicas.
Além disso, o animal ganhou uma citação no Anexo I da Instrução Normativa no 5, do Ibama.
Esta citação proíbe a captura e comércio da espécie porque atualmente ela está sendo ameaçada de simplesmente desaparecer do mapa.
Mas, há algumas notícias boas sobre o bicho que ressurgiu depois de 50 anos no município de Pão de Açúcar.
Por isso, nos acompanhe e saiba as principais características, como funciona sua reprodução e todas as curiosidades.
Classificação:
- Nome científico – Conorhynchos conirostris;
- Família – Pimelodidae.
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Características do peixe Pirá
O Peixe Pirá é um bagre de focinho alongado, ventre esbranquiçado e um dorso azul-brilhante.
O seu nome vulgar “tamanduá” vem do focinho que lembra muito este animal.
Inclusive, outra grande curiosidade seria que o peixe não tem dentes no palato e nem na mandíbula.
Há também uma espécie de barbicha no animal por conta dos seus barbilhões sensitivos e curtos, que ficam na boca.
O peixe também pode ter por nome vulgar somente “Pirá” e alcança 1 metro de comprimento total, além de pesar 13 kg.
Além disso, tem um comportamento pacífico e prefere as águas com temperatura entre 22 a 27 °C.
Reprodução do peixe Pirá
Assim como a maioria das espécies, o Peixe Pirá faz as grandes migrações no período da piracema como um estímulo natural à ovulação.
Com isso, a fêmea gera a cada desova, de 0,5 a 1 milhão de ovos.
No entanto, alguns problemas fizeram com que os indivíduos se tornaram incapazes de migrar para desovar.
Por exemplo, os desafios naturais e também os barramentos que foram criados ao longo do rio São Francisco.
E esses problemas causaram o desaparecimento da espécie do Baixo São Francisco.
Alimentação
A alimentação do Peixe Pirá se baseia em pequenos peixes, moluscos e outros invertebrados.
Curiosidades
A principal curiosidade do peixe seria a presença do seu nome na lista de espécies ameaçadas, embora alguns especialistas acreditem que isso não seja necessário.
Em geral, está nas listas vermelhas do Estado de Minas Gerais e do Brasil.
Assim, quanto à ameaça de extinção, é importante citar que apesar de a pesca ser ilegal, o animal é considerado um recurso pesqueiro fundamental.
É importante porque sua carne é branca e não possui espinhos, o que a torna ideal para o comércio.
E por meio da pesca, podemos notar a queda da população do Peixe Pirá.
Por exemplo, conforme um estudo, foi possível notar que o rendimento de pescadores era de 16 kg diariamente em 1970.
O estudo foi feito Superintendência de Desenvolvimento da Pesca, Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco.
Em contrapartida, quando a pesca de 1980 foi observada, os indivíduos pescaram somente 12 kg.
Ou seja, em apenas 10 anos houve uma queda de 4 kg, o que fez com que muitos considerassem a espécie em ameaça.
Contudo, como dito anteriormente, alguns especialistas consideram o contrário.
De acordo com eles, de fato houve uma redução na distribuição geográfica do animal, mas os dados que consideram a pescaria entre os anos de 1970 e 1980, são os únicos que indicam a provável extinção.
Dessa forma, não haveria fatos que justificassem a ameaça, o que faz com que estes especialistas indiquem que a espécie seja removida das listas vermelhas.
Reaparecimento da espécie
Outro ponto que fortalece o argumento de especialistas que não consideram a espécie ameaçada seria o seu reaparecimento.
Basicamente, o Peixe Pirá-tamanduá reapareceu no município de Pão de Açúcar, após a ausência de quase 50 anos.
O animal quase se tornou extinto durante todos estes anos por causa das hidrelétricas que impediam a migração e a sua reprodução.
A captura ilegal da espécie também pode ser uma das principais causas da quase extinção.
A reaparição aconteceu em maio deste ano e muitos pesquisadores acreditam que ela foi o resultado de peixamentos feitos pela CODEVASF nos anos de 2017 e 2018.
Neste tipo de experimento, os peixes foram gerados em cativeiro para que finalmente fossem colocados no rio.
Os técnicos foram capazes de dominar a tecnologia de reprodução artificial, assim como fazer a primeira desova no Baixo São Francisco, nas regiões do Alagoas.
E com o sucesso neste tipo de geração, a CODEVASF passou a repovoar algumas regiões como também distribuir os alevinos para centros de aquicultura e recursos pesqueiros.
Assim, os alevinos ficam seguros e a introdução natural pode ser feita em mais locais.
Portanto, vale citar que este foi um estudo e trabalho coordenado pelo engenheiro de pesca Sérgio Marinho. No geral, houve a fase de larvicultura depois da desova e a alevinagem.
Mas, vale ressaltar que o trabalho da CODEVASF é a opção mais provável de reaparecimento, apesar de não ser a única.
Há também a possibilidade de o animal ter vindo pelas turbinas das hidrelétricas no momento de migração.
Onde encontrar o peixe Pirá
O Peixe Pirá-tamanduá é original do nosso país, por isso, pertence ao Rio São Francisco.
Assim, sua preferência seria por locais tropicais que tenham água fresca.
E uma característica interessante é que o animal se diferencia dos demais peixes migratórios porque não usa lagos de várzeas como viveiro.
Dica extra
Para encerra nosso conteúdo, saiba o seguinte:
Apesar de o peixe ter sido visto novamente no município de Pão de Açúcar, ele ainda está nas ameaças de extinção.
Em outras palavras, somente após uma reprodução efetiva, a espécie poderá ser pescada.
Também é necessário aguardar até que os alevinos sejam distribuídos nas demais regiões.
Por esse motivo, como dica, não faça a pesca do Peixe Pirá.
A notícia do ressurgimento é muito boa e com a contribuição de todos os pescadores, no futuro, poderemos pescar o animal de maneira esportiva.
Informações sobre o Peixe-pirá no Wikipédia
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