O Peixe Miraguaia é um animal muito esportivo porque briga muito quando é fisgado, além de atacar a isca com grande voracidade.
Aliás, sua carne é importante em poucas regiões, pois é infestada de vermes.
Ela muitas vezes chega de mansinho, sem dar aviso. Se a pegada for sutil, mas a briga pesada e longa, desconfie: pode ser uma grande miraguaia na linha.
A miraguaia, também conhecida como piraúna e burriquete na região Sul, é um peixe alongado, bastante convexo e alto, retilíneo na região ventral.
Possui olhos bem grandes e boca sub inferior. A mandíbula tem barbilhões desenvolvidos que utiliza para detectar suas presas, sobretudo nos fundos da areia e lama.
A nadadeira dorsal tem base longa, a porção espinhosa com formato relativamente triangular e a ramosa mais homogênea. Escamas ctenóides (ásperas) estão presentes no corpo e cicloides (lisas) na região da cabeça.
As nadadeiras peitorais são alongadas. Uma característica que permite uma separação segura da corvina, com a qual tem semelhança, é a presença de um segundo raio duro muito grosso na nadadeira anal. A caudal tem formato truncado. Sua coloração geral é marrom.
Sendo assim, para conhecer mais detalhes sobre a espécie, como a reprodução, alimentação e dicas de pesca, prossiga a leitura.
Classificação
- Nome científico – Pogonias cromis;
- Família – Sciaenidae.
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Características do peixe Miraguaia
O Peixe Miraguaia também pode ter por nome vulgar corvina-preta, burriquete, graúna, piraúna, perombeba vaca e quindunde.
Dessa forma, o nome pode mudar de acordo com a região.
Esta espécie representa um peixe teleósteo, perciforme e seria a única do gênero Pogonias.
Aliás, o animal tem escamas, um corpo alongado e achatado, assim como um focinho arredondado na parte extrema e reto em sua parte anterior.
Há cerca de 5 poros no queixo e de 10 a 13 pares de barbilhões pequenos ao longo das bordas medianas da mandíbula inferior e subopérculos.
E os barbilhões podem ficar maiores a partir do desenvolvimento do animal.
Quanto a cor do Miraguaia, vale citar que ela pode variar entre o cinza, marrom e negro.
Os indivíduos jovens também têm 4 ou 5 faixas verticais negras que simplesmente desaparecem quando eles se tornam adultos.
Já as barbatanas pélvicas e anal são pretas.
Por fim, o bicho mede em torno de 1,5 m de comprimento total e alcança 51 kg de peso.
Reprodução do peixe Miraguaia
O Peixe Miraguaia tem o costume de migrar para as águas quentes durante o inverno, com o objetivo principal de realizar a desova.
Dessa forma, os peixes migram para os costões rochosos.
Alimentação
Esta espécie se alimenta de moluscos, mariscos, crustáceos e peixes de pequeno porte.
E um ponto interessante é que o Peixe Miraguaia come sim os siris e caranguejos.
Isso ocorre porque este animal tem duas placas ósseas que ficam na região da garganta.
As placas ficam na parte inferior ou superior e servem como uma espécie de triturador de alimentos.
Elas permitem que o Miraguaia engula suas presas de uma vez só.
Curiosidades
A curiosidade tem relação com a possível sobre-exploração desta espécie.
Aos que ainda não sabem, a sobre-exploração seria uma exploração tão grande que não permite a recuperação da espécie de forma natural.
Isso significa que os peixes sofrem com uma ameaça enorme e podem ser completamente extintos.
De acordo com um estudo feito no estuário da Lagoa dos Patos, o Peixe Miraguaia foi um grande recurso pesqueiro e atualmente, encontra-se em ameaça.
No ano de 1977, tivemos o maior número de capturas (cerca de 1.450 toneladas), porém, no ano de 1982 a pesca e venda desta espécie deixou de ser rentável.
Assim, a espécie não foi mais vista nos anos de 2004, 2005, 2008, 2009 e 2010.
Somente no ano de 2013, a espécie voltou a aparecer e as capturas desembarcadas reuniram cerca de 7,014.
O grande problema foi que os indivíduos capturados tinham um tamanho inferior (de 27,6 a 62,4 cm), o que indica o colapso da espécie.
Portanto, este mesmo estudo e demais pesquisas do Miraguaia, nos indicam que a diminuição do tamanho e também da expectativa de vida dos indivíduos é um resultado da sobrepesca que ocorreu nos anos anteriores.
Muitos especialistas também indicam que há uma enorme chance da extinção do animal.
Onde encontrar o peixe Miraguaia
O Peixe Miraguaia pode ser encontrado no Atlântico Ocidental, desde a Nova Escócia até a Flórida.
Alguns locais para ver o animal, também seriam o Golfo do México, Antilhas, costa sul do Caribe, assim como desde o delta do Orinoco até a Argentina.
Em nosso país, o Miraguaia está presente nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, desde o Amapá até o Rio Grande do Sul.
Porém a sua ocorrência é mais comum seria nas regiões Sudeste e Sul.
Os peixes adultos preferem os fundos de areia e também de lama arenosa.
Em contrapartida, os indivíduos jovens preferem viver na costa, como também canais e áreas estuarinas próximas a rochas.
Dicas para pesca do peixe Miraguaia
Em algumas regiões do nosso país, há uma lei que proíbe a pesca da espécie. Mas, o animal pode ser capturado em alguns locais.
Portanto, você deve se informar inicialmente, se o peixe pode ser capturado ou não no seu lugar de pesca.
Já para capturar o Peixe Miraguaia, use sempre os equipamentos de médio a pesado e uma carretilha de perfil alto.
É interessante que a carretilha tenha capacidade para 300 m de linha e as linhas sejam de até 35 lb.
Use anzóis de n° 4/0 a 7/0 e as varas podem ser de ação média a pesada com uma boa capacidade.
O tamanho ideal de vara seria entre 3,6 e 4,5 m.
Com relação às iscas, indicamos principalmente os modelos naturais como os moluscos, camarões, mariscos, caranguejos e tatuís.
Caso prefira o uso de peixes, indicamos a sardinha e o Papa-Terra.
E como dica de pesca, é ideal que você monte uma isca grande e deixe bem servida porque esta espécie é voraz.
De outro modo, para evitar que os peixes menores roubem a isca, amarre-a bem com um elástico.
Você também precisa estar muito bem equipado e atento porque o Miraguaia tem uma força enorme.
Os Equipamentos
Pelo porte que atinge, a Miraguaia deve ser sempre respeitada. É mais comumente capturada na pesca embarcada na região Sudeste, em saídas de estuário e pontos com fundos de cascalho e pedras, bem como perto de naufrágios. Na pesca desembarcada, é pescada em costões, plataformas e beiras de praia, especialmente na região Sul.
Pesca embarcada
Varas: De 6 a 7 pés, classe 20 a 30 libras, com ação moderada a rápida.
Carretilhas ou molinetes: De categoria média –pesada, com fricção forte e macia e capacidade para 150 metros de linha.
Linhas: De multifilamento, com 25 a 40 libras de resistência. Sua baixa elasticidade é importante para aumentar a sensibilidade nas profundidades em que o peixe é encontrado, muitas vezes entre 30 a 50 metros.
Líderes: De fluorcarbono, com 0,50 a 0,60 mm de espessura e até 2 metros de comprimento.
Anzóis: Circulares, 3/0 a 5/0, ou do tipo wide gap, 2/0 ou 3/0.
Chumbadas: De 40 a 80 gramas ou mais, dependendo da profundidade e força da maré, dos tipos oliva ou redondo para chicotes terminais com apenas um anzol e dos tipos gota ou melão quando o peso vai embaixo e as pernadas acima.
Iscas Artificiais: Siris, caranguejos, camarões (de preferência vivos), moluscos como os saguaritás, pequenos peixes, lulas e outras.
Chicotes: Os simples, com apenas uma pernada terminal após o chumbo (separação feita por meio de girador), podem ter entre 40 a 60 centímetros, com anzol na ponta.
Os chicotes com pernadas (em geral, duas) têm o peso na ponta, com pernadas medindo entre 40 a 50 centímetros feitas com o mesmo material do líder.
Se o fundo for “mole” (de areia, cascalho ou lodo), o anzol de baixo pode ultrapassar a chumbada; já em fundos de pedra e outras estruturas “enroscativas”, eleve a posição dos anzóis.
Ao invés de rotores de praia, frágeis, opte por giradores triplos ou luvas com giradores (usados em pargueiras) para atar as pernadas ao chicote.
Iscas artificiais: Principalmente metal jigs de 20 a 40 gramas, além de iscas plásticas como camarões e shads acoplados a jig heads de 10 a 20 gramas.
Pesca de praia
Varas: De 3,9 a 4,5 metros, com potência de arremesso (casting) de até 200 gramas.
Carretilhas e molinetes: Com bom sistema de freio e capacidade para pelo menos 200 metros de linha. Carretilhas rápidas ajudam a ganhar tempo no recolhimento das iscas.
Linhas: De mono ou multifilamento com resistência entre 25 a 30 libras.
Líderes: De náilon ou fluorcarbono com espessura de 0,60 a 0,70 mm, longos, com 5 a 10 metros de comprimento.
Anzóis: Podem ser os mesmos usados na pesca embarcada.
Chumbada: Do tipo pirâmide ou com garras para boa fixação no fundo em condições de ventos/onde fortes e fundos lisos, ou dos tipos gota ou carambola com peso entre 80 e 200 gramas ou mais.
Chicotes: Confeccionados com o peso embaixo, e duas pernadas, de forma similar à indicada na pesca embarcada. Lembre-se de não usar rotores tradicionais, em geral fracos para as grandes miraguaias.
Iscas: Caranguejos de pedra e de praia (“Maria-farinha”), camarões, siris, corruptos e sarnambis, entre outras.
Informações sobre o Peixe-miraguaia no Wikipédia
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2 comentários
Excelente artigo. Informações muito relevantes. Obrigado.
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