O Peixe Arraia tem um nome científico que vem das palavras gregas trygon (arraia) e potamos (rio).
Assim, esta é uma espécie de água doce que pode ser vista no comércio de aquário com dificuldade, pois a criação deve ser feita em aquários jumbos.
Nesse sentido, hoje será possível conferir informações sobre o Arraia, bem como o esclarecimento de uma dúvida muito interessante:
Qual o nome vulgar correto, Raia ou Arraia?
Classificação:
- Nome científico: Potamotrygon falkneri;
- Família: Potamotrygonidae (Potamotrygonídeos)
- Nome popular: Arraia, Raia, Arraia Pintada — Inglês: Largespot river stingray
- Origem: América do Sul, bacia do Paraná e Paraguai
- Tamanho Adulto: 60 cm (comum: 45 cm)
- Expectativa de vida: 20 anos
- Temperamento: Pacífico, predador
- Aquário mínimo: 200 cm X 60 cm X 60 cm (720 L)
- Temperatura: 24°C a 30°C
- pH: 6.0 a 7.2 – Dureza: até 10
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Características do peixe Arraia
O Peixe Arraia é cartilaginoso como os tubarões e o peixe-serra, ou seja, não tem ossos. Seu corpo tem um formato oval, achatado e o centro é levemente elevado.
Também há fendas branquiais que ficam abaixo da cabeça.
Por meio destas fendas, a água entra e sai depois que o oxigênio é absorvido.
Desse modo, o aparelho de respiração do Peixe Arraia é diferente, tendo em vista que ele pode respirar quando fica enterrado no substrato.
Isso ocorre porque atrás dos olhos, o bicho possui uma abertura que tem por nome “espiráculo”, permitindo que a água e o oxigênio vá até as guelras.
Na região superior caudal, está um ferrão venenoso formado por dentina, que pode causar grandes dores quando penetra na pele.
As dores são causadas porque depois de penetrar a pele, acontece a degeneração rápida dos tecidos. Com isso, sintomas como a dor de cabeça, diarreia e náusea, surgem.
Por fim, o animal alcança cerca de 90 cm de comprimento total e pesa 30 kg.
Visão geral peixe Arraia
Nativo das bacias dos rios Paraná e Paraguai no Brasil, Paraguai e Argentina. Encontrado desde Cuiabá até o Rio da Prata na Argentina.
Como outros membros do gênero, é encontrado em uma variedade de biótopos, incluindo grandes rios e pequenos afluentes em meio a substratos lamacentos ou arenosos.
Durante a estação chuvosa, migra para áreas de floresta alagada e pode ser encontrada em lagos e lagoas temporárias após a retirada da água.
Forma do corpo ligeiramente oval, cartilaginosa, meio do corpo um pouco mais alto. Corpo achatado dorsiventralmente com fendas branquiais (espiráculos) sob a cabeça, onde a água entra pelas brânquias e sai após a absorção do oxigênio.
As bordas do disco são mais finas e sua cauda é mais curta que o comprimento do corpo, com um ferrão venenoso.
Como Peixes-serra e tubarões, eles não têm ossos em seus corpos, em vez disso, têm uma estrutura esquelética composta principalmente de cartilagem.
Todos estão incluídos na classe Elasmobranchii (elasmobrânquios). Os potamotrigonídeos fazem parte do único clado de Elasmobrânquios que evoluíram para viver exclusivamente em águas interiores.
Eles têm dispositivos especiais de respiração que lhes permitem respirar enquanto estão enterrados no substrato. Atrás de cada olho há uma abertura chamada espiráculo, através da qual a água é transportada para as brânquias e o oxigênio é removido.
Seu ferrão encontrado na cauda é formado por dentina, o mesmo material que compõe o dente humano, e está ligada a glândulas de veneno.
Segundo estudos, a toxicidade do veneno pode variar de acordo com a espécie, mas todas são muito semelhantes em composição. A proteína é a base com produtos químicos que dizem induzir dor intensa e rápida degeneração tecidual (necrose).
Segundo relatos das vítimas, a dor na área afetada após uma picada costuma ser insuportável, além de dores de cabeça, náuseas e diarreia. Reações mais graves não são incomuns e um médico deve ser consultado. Imergir a área afetada em água morna minimizará a dor.
Reprodução e dimorfismo sexual do peixe Arraia
Vivíparos, sexuados (fecundação). O período de gestação varia entre 9 e 12 semanas, dando uma média de 4 a 12 exemplares medindo em torno de 6 a 10 cm. Faixa etária de 4 anos para machos.
O ovo é fecundado dentro da fêmea e em muitas espécies os alevinos nascem vivos.
Os clásperes, já citadas são formadas nas partes internas das nadadeiras pélvicas e, como já explicado, são utilizadas para fertilização.
Este órgão é endurecido com cartilagem e atua como um dilatador para direcionar o esperma para o orifício da fêmea. Ao copular, projeta-se para a frente ereto e se insere na fêmea, e os sulcos ao longo de suas superfícies internas formam um tubo por onde o esperma flui.
As arraias ejetam ovos fertilizados em cápsulas que endurecem em contato com a água. Meses depois, o jovem emerge da cápsula como uma miniatura de seus pais.
Mas há arraias que são vivíparas, o que significa que produzem alevinos totalmente formadas. O embrião se desenvolve no corpo feminino e se alimenta de um grande saco vitelínico.
Este tipo de gestação dura 3 meses, com os recém-nascidos ficando sob a fêmea por 4 a 5 dias. Um fato curioso ocorre nas arraias vivíparas, pois os espinhos ou farpas de suas caudas nos juvenis são embainhados para não prejudicar a mãe durante o parto.
Os pais ou adultos de arraias geralmente não atacam os jovens, mas devem ser removidos por razões de segurança.
Dimorfismo sexual
O macho apresenta muito claramente o clásper, um par de órgãos sexuais utilizado para inseminar a fêmea, localizado entre a nadadeira anal e a cauda, bem como dois pênis paralelos, um de cada lado da cauda na comparação de sexo, e até mesmo visíveis em um animal impúbere. Os machos são geralmente menores.
Alimentação
Por ser um animal carnívoro e com tendência a ser piscívoro, o Peixe Arraia come invertebrados como os crustáceos, moluscos e vermes.
Também pode comer peixes de pequeno porte.
Com relação à sua alimentação em cativeiro, o animal pode aceitar alimentos secos e vivos.
Outros exemplos de alimentos seriam os filés de peixe de água doce, minhocas e camarões.
E com relação aos alimentos que o peixe não pode comer, vale destacar a carne de mamíferos como o coração de frango e boi.
Neste tipo de carne, há lípidos que o animal não consegue metabolizar de maneira adequada.
Inclusive, a carne pode causar um excesso no depósito de gordura ou a degeneração dos órgãos, por isso, não é indicada.
Por fim, o Peixe Arraia tem um bom metabolismo e deve ser alimentado com frequência. Nesse sentido, o aquário precisa ter boa filtragem.
Curiosidades sobre peixe Arraia
A principal curiosidade desta espécie seria o seu nome vulgar adequado: Peixe Arraia, ou Raia?
Bom, de uma maneira geral, ambos os nomes podem ser usados, pois se referem ao mesmo organismo.
Então, quais seriam as diferenças?
Raia é um nome usado e aceito somente pelas comunidades escolares e acadêmicas. Até mesmo nos livros, o nome é “Raia”.
Já o nome Arraia é popular e pode representar peixes marinhos, que sejam de água doce e possuam o esqueleto cartilaginoso da classe Elasmobranchii.
Onde encontrar o peixe Arraia
O Paraná e também do Rio Paraguai, no Brasil, são os locais de origem da espécie.
Nesse sentido, pode estar no Sul do nosso país, Nordeste da Argentina, Uruguai e Paraguai.
E de acordo com alguns estudos, a espécie já esteve na bacia do alto Paraná acima das Cataratas do Guaíra.
Infelizmente, não pode ser mais pescada nesta região por causa da criação da Barragem de Itaipu, que extinguiu esta e várias outras espécies.
Acredita-se também que o Peixe Arraia pode estar na parte superior da Bacia Amazônica.
Ou seja, está em rios como Marañón, Beni, Solimões na Bolívia, Guaporé e Madre de Díos.
Os rios do leste do Peru e também do oeste do Brasil, podem abrigar a espécie.
Dessa forma, os peixes costumam habitar o fundo de rios e podem ficar enterrados na lama, logo na parte rasa.
Isso significa que os afluentes com o substrato arenoso e lamoso, são os prediletos do bicho.
De outro modo, quanto ao período de chuva, o Arraia pode migrar para as áreas de florestas inundadas. Por esse motivo, o peixe está em lagoas temporárias, após o recuo da água.
Aquário e comportamento
Necessário fundo arenoso e macio, aquário de bom comprimento e largura desejável. Decorações podem ser usadas, mas com moderação deixe espaços livres para nadar.
O sistema de filtragem do aquário deve ser impecável, principalmente a filtragem biológica, devido à quantidade de resíduos que esses peixes produzem.
As arraias estão entre os principais predadores em seu ambiente natural e comem qualquer peixe menor que entrar em seu ambiente.
Eles exibem um comportamento muito pacífico e calmo e devem evitar ser mantidos com peixes agressivos ou territoriais. Peixes com hábitos de mastigação também devem ser evitados.
É melhor manter juntos os peixes que são igualmente pacíficos, não são pequenos o suficiente para serem comidos e preferem frequentar a parte média ou superior do tanque.
Mantê-lo em um aquário requer muita manutenção, embora seja um animal manso ele pode usar uma picada como meio de defesa. O ferrão geralmente é trocado a cada seis meses ou um novo pode aparecer logo após o uso do original.
Dicas para pesca do peixe Arraia
Como dica final, tenha muito cuidado no manuseio e principalmente na soltura do Peixe Arraia.
Para soltar o bicho na água, segurei-o pelos espiráculos e remova o anzol de sua boca de forma cuidadosa, com o auxílio de um alicate.
Informações sobre o peixe Arraia no Wikipédia
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1 comentário
Tive uma muito boa e completa informação sobre o peixe raia.
Fica aqui meu agradecimento.