Maria-faceira, coaracimimbi, coaracinumbi e garça-flauta-do-sol são nomes vulgares de uma ave vista como ameaçada de extinção.
Portanto, “Maria-faceira” é uma referência ao comportamento ativo, “coaracinumbi” e “coaracimimbi” são nomes que surgem da junção dos termos tupis kûarasy, “sol” e me’mbi, “flauta”.
Sendo assim, estes nomes estão relacionados ao canto e cor amarela dos indivíduos.
Na língua inglesa, o nome vulgar é de Whistling Heron e a seguir iremos entender mais detalhes sobre a espécie:
Classificação:
- Nome científico – Syrigma sibilatrix;
- Família – Ardeidae.
Índice - clique no tópico desejado
Subespécies de Maria-faceira
Atualmente, 2 subespécies são reconhecidas, sendo que a primeira foi listada em 1824 e tem por nome S. sibilatrix.
Os indivíduos vivem na parte sul da América do Sul, incluindo locais alagados da Bolívia, Paraguai e nordeste da Argentina.
Em nosso país, a subespécie está nas regiões central, sul e sudeste.
Quanto às características corporais, saiba que elas se assemelham com a subespécie do norte, porém a coroa é mais negra e menos azul-ardósia.
As penas da cauda que cobrem as penas reais ou coberteiras das asas, têm um tom de rosa-acanelado, juntamente com estrias largas e pretas.
Ao invés de amarelo-mel claro, o peito e o pescoço tem a cor verde-oliva claro, bem como o comprimento médio do bico é curto.
Em segundo lugar, temos a S. sibilatrix fostersmithi, de 1949 e que vive no norte da América do Sul.
Por isso, os indivíduos estão na Venezuela e no leste da Colômbia.
A coroa desta ave é menos enegrecida e mais ardósia-azulada, assim como as coberteiras das asas não são rosadas, mas sim amareladas.
Nas coberteiras também podemos observar as estrias negras, porém elas são estreitas.
Por fim, o pescoço e peito são amarelo-mel claro, e o bico seria alongado.
Características da Maria-faceira
Apesar de ter sido comparada com duas espécies nativas do Velho Mundo (garça-vaqueira e a garça-de-cabeça-preta), a Maria-faceira é uma ave inconfundível.
Isso ocorre porque é a única garça brasileira com padrão de cor diferenciado
Portanto, saiba que no geral, a espécie tem um tom de azul-claro na face, além de uma coroa cinza-escura ou preta.
Há penas ornamentais longas, rígidas e curvas, das quais as pontas são brancas ou amareladas.
O bico é fino e tem cor rósea, juntamente com uma mancha azul-violeta logo na ponta.
Já a plumagem do pescoço, garganta e das partes inferiores são amarelas, ao mesmo tempo em que os rêmiges, escapulares e dorso, são cinza-escuro.
As pernas preto-esverdeadas e íris amarelo-claras.
Nesse sentido, saiba que macho e fêmea são semelhantes, fazendo com que o dimorfismo sexual não seja evidente.
E com relação aos jovens, entenda que eles são mais esmaecidos.
Uma informação interessante é que as sociedades indígenas têm o costume de usar as penas da ave com fins comerciais.
Apesar disso, esta não é a principal causa do risco de extinção porque as populações não são reduzidas por meio desta ação.
Reprodução da Maria-faceira
O casal da espécie permanece junto grande parte do tempo, comunicando-se com um chamado especial durante o voo.
Este chamado é um sibilo longo e melodioso, bem parecido com o som produzido de marias-fumaças de brinquedo.
Portanto, a época de reprodução da Maria-faceira é extensa e variável, ocorrendo desde abril a setembro na parte norte.
Já no sul e no Brasil, as aves se reproduzem entre setembro e janeiro.
Os machos se exibem para as fêmeas através de um voo, indo para frente e para trás, além de deslizarem em círculos.
Após definir a parceira, o macho inicia a construção do ninho em uma árvore que tenha galhos horizontais e grandes.
Este ninho fica entre 3 e 8 m acima do solo e é feito com o uso de gravetos, sendo que a construção é frágil e solta.
Isso permite que os ovos sejam vistos através do fundo que não é forrado, inclusive é possível que ocorram acidentes e quedas em dias de vento.
A fêmea coloca até 4 ovos azuis-claros que têm diversas manchas, em especial nas 2 extremidades da casca.
O tempo de incubação é de 28 dias e logo após deixar o ninho, os filhotes ainda são dependentes dos pais para se alimentar.
Alimentação da Maria Faceira
A Maria-faceira passa grande parte do seu tempo no solo, andando e à procura de alimentos como os insetos.
Por outro lado, quando a espécie vive em locais alagados, não tem o costume de se aventurar em águas profundas.
Dessa forma, prefere as margens alagadas com ricas vegetações, locais em que come não só os insetos, mas também os anfíbios, peixes como o mussum e a tuvira, além de roedores pequenos.
Esta é uma das primeiras aves a surgir quando o solo é arado, a fim de comer minhocas e outros invertebrados removidos pelas máquinas.
Também tem o costume de andar lentamente observando a presa ou ficar por longos períodos, sem se mexer.
Curiosidades
Decidimos trazer como curiosidade mais informações sobre os hábitos da espécie.
No geral, as aves são vistas em plantações, campos, pampas, savanas de cupins, cerrados e varjões.
No sudeste, por exemplo, é comum observar indivíduos na orla marítima, fazendas e campos litorâneos.
Logo no início da manhã, vai para o seu local de alimentação e no final da tarde, desloca-se até as árvores altas que ficam em terreno seco, para repousar e dormir.
Esta garça tem uma batida de asas característica, tendo em vista que é de alta velocidade e baixa amplitude, tal como, deixa pescoço menos encolhido do que as outras espécies.
As características acima nos dão a impressão de que a ave voa somente com o deslocamento da ponta extrema da asa.
A Maria-faceira também é a única garça nativa do nosso país que vive em locais secos e alagados, vivendo até em locais de caatinga.
São animais solitários ou que vivem em pares, sendo que são territoriais.
Quanto a sua vocalização, saiba que é diferente dos demais ardeídeos porque é um sibilo melodioso repetido sem pressa: “i,i,i”, emitido com o pescoço esticado e bico aberto.
Onde encontrar a Maria-faceira
De modo geral, a espécie está distribuída desde a Venezuela e Colômbia, até o nosso país (vive nas regiões centro-oeste, sul e sudeste do Brasil).
Outros países que abrigam a espécie são Argentina, Bolívia e Paraguai.
A preferência é por áreas abertas que são misturadas com bosques, locais em que a ave fica escondida em árvores.
Tem grande capacidade de adaptação em habitats que foram modificados pelo homem, beneficiando-se da agricultura e do desmatamento.
Assim, pode empoleirar até em postes de vedação ou é vista facilmente em margens de estradas.
Por fim, a maior atividade da Maria-faceira ocorre durante o dia.
Enfim, gostou das informações? Então, deixe seu comentário logo abaixo, ele é muito importante!
Informações sobre a Maria Faceira no Wikipédia
Veja também: Arara-militar: confira tudo sobre a espécie e entenda porque corre risco de extinção
Acesse nossa Loja Virtual e confira as promoções!