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João-de-barro: características, curiosidades, alimentação e reprodução

por Otávio Vieira

João-de-barro, forneiro, uiracuité e uiracuiar são nomes vulgares que representam uma ave Passeriforme, ou seja, os indivíduos são melodiosos, têm um porte pequeno ou médio e constroem os ninhos muitas vezes com perfeição.

Assim, o principal nome vulgar foi dado por conta do característico ninho de barro com o formato de forno.

Na Argentina, a espécie é vista como a “Ave de la Patria” desde o ano de 1928, local em que atende pelo nome vulgar de “hornero”.

Outros nomes comuns em espanhol são de hornero común e alonsito.

Na língua portuguesa há diversos tipos de apelidos como maria-de-barro, joão de barro, amassa-barro, oleiro, barreiro, forneiro e pedreiro.

Classificação:

  • Nome científico – Furnarius rufus;
  • Família – Furnariidae.

Características do João-de-Barro

Em primeiro lugar, que cor é o João-de-barro?

As penas do animal são divididas em três tons, sendo que a cauda é vermelha, a parte da garganta até a barriga seria branca e o restante do corpo é da cor terra.

Mas, saiba que a plumagem pode variar de acordo com a região.

À vista disso, na Bahia e no Piauí a coloração é mais forte, sendo que o tom do dorso é mais avermelhado, além de mais escuro e ocre no ventre.

Os indivíduos que vivem no sul da Argentina tendem a ter um tom acinzentado e pálido.

Por outro lado, o tamanho varia, pois as populações que vivem no sul do país são maiores do que aquelas que vivem no norte.

Também há uma sobrancelha suave que é formada por algumas penas mais claras que contrasta com a plumagem da cabeça.

O comprimento médio é de 20 cm e os machos e fêmeas não são diferenciados, isto é, o dimorfismo sexual não é evidente.

ninho do joão de barro

Ninho do João de Barro

O ninho do João-de-barro tem a forma característica de um forno de barro, sendo facilmente identificado no alto de postes em regiões campestres e em árvores.

Portanto, na parte de dentro do ninho existe uma parede que separa a câmara incubadora da entrada.

Esta câmara é construída a fim de diminuir as correntes de ar e dificultar o acesso de alguns predadores.

Como matéria-prima, o animal usa um barro úmido, palha e esterco, das quais as proporções dependem do tipo de solo.

Por exemplo, quando o solo é arenoso, a quantidade de terra é menor do que a de esterco.

Outro ponto interessante é que o joão de barro não usa o mesmo ninho por duas estações seguidas.

Aparentemente, a espécie faz o rodízio entre dois a três ninhos, reparando aqueles que estão semi-destruídos ou velhos.

Assim, quando não há um espaço adequado, é possível que a construção seja feita em cima ou até mesmo, ao lado do ninho velho.

Dessa forma, os indivíduos preferem os lugares de encontro de galhos.

Já nos locais em que falta suporte para os ninhos, a construção é feita no parapeito de janelas.

Caso isso ocorra, o ninho fica entre a parede e a janela, sendo que há preferência por locais de difícil acesso e que sejam altos.

Por outro lado, se o lugar tem pouca ou nenhuma árvore alta, a espécie nidifica em postes altos que tenham travessas horizontais.

Tempo de Construção do ninho

Nesse sentido, a construção do ninho demora de 18 a 31 dias, ao que depende de chuvas e, portanto, de barro em abundância.

Logo após o uso do ninho, os indivíduos o abandonam e este serve para outras espécies de aves como tuim, canário-da-terra-verdadeiro, andorinha e pardal.

Outros tipos de animais também podem reutilizar o ninho como as cobras de pequeno porte, lagartixas, rãs, ratos silvestres e até mesmo as abelhas.

João-de-barro

Reprodução do João-de-Barro

Tanto o macho quanto a fêmea devem se revezar para a construção do ninho, visto que um traz o material e outro fica ajeitando o barro no ninho.

Este ninho tem um peso de até 4 quilos e em alguns casos, é feita a construção de até 11 deles, que ficam sobrepostos.

Neste ninho, a fêmea coloca de 3 a 4 ovos a partir do mês de setembro e a incubação dura no máximo 18 dias.

Alimentação

O João-de-barro come outros invertebrados como as minhocas e possivelmente os moluscos.

Além disso, os exemplares podem aproveitar restos alimentares humanos como, por exemplo, pedaços de pão.

Em algumas épocas de escassez, a espécie também pode comer quirera de milho em comedouros e algumas frutas.

Curiosidades

Esta é uma espécie comum em locais abertos como os cerrados, campos, pastagens, jardins e algumas rodovias.

Também pode ser observada caminhando pelo chão a busca de insetos, além de ficar pousada em cercas e postes, assim como os galhos isolados.

No geral, os indivíduos preferem viver aos casais, sendo que há um canto em dueto entre o macho e a fêmea.

O canto é agudo e penetrante, bem com eles cantam de modo diferente nos arredores do ninho.

E um ponto interessante é que apesar de algumas espécies reutilizarem o ninho, algumas aves podem ter dificuldade ao fazê-lo.

Isso ocorre porque a temperatura do interior é alta, por isso o nome “forno” tanto em espanhol hornero, quanto no nome científico Furnarius.

Onde encontrar

O João-de-barro é nativo de países como Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai.

Como resultado, os exemplares podem ser vistos em uma vasta região, incluindo o sul dos estados brasileiros de Goiás, Pernambuco e Mato Grosso.

A distribuição também inclui toda a região leste da Bolívia, seguindo para o sul pelas encostas da Cordilheira dos Andes até a altura da Península Valdez, na Argentina.

Há poucos estudos sobre a espécie, por isso, não se sabe a quantidade de indivíduos ou de populações.

Mas, acredita-se que esteja ocorrendo um aumento, sendo que animal é visto como uma “ave comum”.

Assim, conforme a Lista Vermelha da IUCN, esta é uma espécie em condição pouco preocupante.

Vale destacar que os exemplares vêm invadindo cada vez mais as grandes cidades por conta da arborização rala ou do desmatamento que cria campos.

No entanto, acredita-se que a espécie não esteja sendo afetada, visto que a abundância e distribuição estão aumentando a cada dia.

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Informações sobre o João de Barro no Wikipédia

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