Falcão-peregrino é uma ave de rapina que fica mais ativa durante o dia e tem um porte médio.
Os indivíduos podem ser vistos facilmente em todos os continentes, com exceção da Antártida, sendo assim, esta é uma das aves de rapina de distribuição mais ampla.
Tendo em vista que ultrapassa os 300 km/h em seus voos de caça, também é a ave mais rápida do mundo.
Portanto, caça em especial, as aves e morcegos que são pegos durante o voo por meio de rápidas perseguições ou investidas.
Esta também é uma das aves mais estudadas no mundo, tendo mais de 2000 trabalhos publicados, entenda mais informações a seguir:
Classificação
- Nome científico – Falco peregrinus;
- Família – Falconidae.
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Subespécies do falcão-peregrino
Em primeiro lugar, saiba que há 19 subespécies que estão espalhadas por regiões de todo o mundo, sendo que quatro delas vivem no continente americano.
Das 4 que vivem nas Américas, 2 podem ser vistas em nosso país, entenda:
A F. p. tundrius vive na tundra ártica da América do Norte, habitando os locais do Alasca até a Groenlândia.
Por isso, quando chega a época de inverno, os indivíduos migram até a América do Sul, vivendo no Brasil, Argentina e no sul do Chile.
Já a F. p. anatum ocorre na América do Norte, incluindo os lugares desde os Estados Unidos e sul do Canadá até o norte do México.
No inverno, esta subespécie também migra, porém fica no sul dos Estados Unidos ou parte para a América Central, dificilmente atingindo o Brasil.
De outro modo, a subespécie F. p. cassini está na região andina, desde o sul da Bolívia (Cochabamba) e Equador, até o sul do Chile, norte da Argentina e Peru (Cuzco, Juni Lambayeque, Piura).
Por fim, F. p. pealei vive na costa ocidental da América do Norte, incluindo o oeste do Alasca e as ilhas Aleutas.
Características do Falcão-peregrino
Em primeiro lugar, saiba que o falcão-peregrino também atende pelo nome vulgar “Peregrine Falcon” na língua inglesa e o nome científico seria “Falco peregrinus”.
E por que o Falcão-peregrino tem esse nome?
Vindo do grego, phalkön significa falcão e do latim, peregrinus é igual a andarilho, que vem do exterior, estranho ao local ou peregrino.
Ou seja, o nome está relacionado ao seu hábito migratório.
Nesse sentido, os exemplares medem de 34 a 58 cm de comprimento, com a envergadura entre 74 e 120 cm.
Já a massa varia de 330 a 1000 gramas para os machos e as fêmeas pesam de 700 a 1500 gramas, evidenciando o único dimorfismo sexual, isto é, a diferença entre os sexos.
A plumagem é característica, tendo em vista que há tons de cinza-azulado nas asas e no dorso, a cabeça é preta ou cinza e os indivíduos têm uma espécie de “bigode” escuro.
Abaixo do queixo, podemos ver uma cor branca, o bico é escuro e sua base amarelada, bem como as patas amarelas contam com garras negras.
Por outro lado, as asas são longas e afiadas.
No que diz respeito ao comportamento da espécie, saiba que ela é solitária ou vive somente com um parceiro.
A maior parte do tempo é usada para repousar em poleiros, sendo que as atividades de caça ocorrem no início da manhã ou no final da tarde.
Por isso, somente quando o animal caça morcegos, ele é ativo durante a noite.
É interessante observar a fidelidade dos indivíduos aos lugares de invernagem, visto que cada um volta para o mesmo local todos os anos.
Tal fidelidade também pode ser observada quando os poleiros ficam nestas regiões, tanto aqueles para repouso e alimentação, quanto os de uso estratégico para a caça.
Reprodução do Falcão-peregrino
No geral o falcão-peregrino faz ninho em plataformas que ficam na borda de penhascos, porém há populações que usam os ninhos que foram abandonados por outras aves e estão no alto de árvores das paisagens abertas.
Nos locais urbanos, os ninhos ficam em plataformas no alto de edifícios, postes e outros tipos de estruturas artificiais.
Assim, devemos destacar que nem mesmo as subespécies que migram para o Brasil, se reproduzem aqui. A reprodução delas ocorre no hemisfério norte.
Aliás, na época de reprodução, as aves são muito territoriais, impedindo que qualquer invasor como os gaviões e grandes águias, se aproximem.
Logo após construir o ninho, a fêmea coloca de 3 a 4 ovos, (em casos raros ela pode pôr até 6 ovos) que são incubados por 35 dias pelos pais.
Embora o macho ajude na incubação, grande parte do processo é de responsabilidade da fêmea.
Os filhotes ficam emplumados com 35 a 42 dias, sendo que são dependentes dos pais por mais 5 semanas.
Alimentação
O falcão-peregrino come vários tipos de presas incluindo as aves, morcegos, peixes, insetos e mamíferos pequenos.
Portanto, este é um caçador solitário que tem diversas estratégias de caça como a de voo picado.
Nesta estratégia, o falcão voa alto patrulhando toda a área e desce em queda livre contra qualquer pássaro que esteja voando baixo e tenha de um porte de pequeno a médio.
Assim, a alta velocidade e a violência do impacto causam a morte instantânea da presa ou ferimentos graves.
Apesar disso, nota-se que nas áreas urbanas, o falcão mata as suas presas e geralmente não as consome.
Por exemplo, em Santos, no litoral paulista, o tráfego de pessoas afasta a ave que simplesmente abate os pombos e os abandona na via pública.
Esta também é uma ave oportunista que caça qualquer pássaro que vive em seu local de ocorrência, como os manguezais de Cubatão, em que captura jovens guarás.
Curiosidades
Como curiosidade, saiba que a espécie é muito sensível ao envenenamento com pesticida como o DDT, com os quais entra em contato por meio da gordura de suas presas.
O pesticida contamina os insetos e sementes que fazem parte da alimentação de aves pequenas, acumulando-se nos tecidos.
E no momento em que as aves são predadas pelos falcões, o pesticida acumula-se em seu organismo e interfere na reprodução.
Uma das consequências é a ocorrência de ovos com a casca mais fina, sendo que não aguentam o peso da ave dos pais no momento de incubação e logo quebram, dificultando a reprodução.
Por isso, entre os anos de 1950 e 1960, as populações da América do Norte e Europa ocidental foram muito afetadas com o uso do DDT na agricultura.
Somente após o banimento do composto e com a liberação na natureza de exemplares que eram mantidos em cativeiro, a situação foi invertida.
Dessa forma, de acordo com Helmut Sick, a liberação de animais que viviam em cativeiro reduziu a migração de falcões do leste da América do Norte para o nosso país.
Isso ocorreu porque alguns dos exemplares eram mestiços de subespécies diferentes, fazendo com que as populações perdessem um pouco do seu hábito migratório.
À vista disso, também devemos trazer como curiosidade a conservação do falcão-peregrino:
A proibição do DDT que ocorreu entre os anos de 1970 e 1980, juntamente com a criação de programas de reprodução em cativeiro com o objetivo de reintrodução, permitiu que a espécie se recuperasse com rapidez.
Portanto, apesar de o declínio ter sido rápido, a recuperação foi excelente, sendo uma das histórias de conservação melhor documentadas do último século.
Atualmente, todas as populações estão em baixo risco de extinção.
Onde encontrar
Tem falcão-peregrino no Brasil?
Como pudemos ver ao decorrer da leitura, sim! Há 2 subespécies em nosso país que vêm da América do Norte para fugir do inverno rigoroso.
Por isso, há registros de migrações de até 20 mil quilômetros, em especial da subespécie F. p. tundrius.
No que diz respeito a sua distribuição geográfica, saiba que no continente americano, a distribuição é complexa.
Isso ocorre porque uma subespécies é residente, isto é, não realiza a migração (F. p. cassini).
Por outro lado, a F. p. tundrius e a F. p. anatum migram, saindo da América do Norte até a América Central ou do Sul.
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Informações sobre o Falcão Peregrino no Wikipédia
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