O Coleirinho, cientificamente conhecido como Sporophila caerulescens, é uma ave passeriforme pertencente à família Thraupidae. Esta espécie é conhecida por diversos nomes populares, dependendo da região do Brasil onde é encontrada. Alguns dos nomes mais comuns incluem coleiro, coleiro-zel-zel, coleirinha, papa-capim, papa-capim-de-coleira, papa-arroz, gola de cruz (na Bahia), coleiro-tuí-tuí, papa-mineiro (na Paraíba) e gola (no Ceará).
Este pássaro é, de fato, a espécie mais popular e abundante do grupo dos papa-capins, marcando presença em grande parte do território sul-americano. Sua popularidade está fortemente atrelada ao seu canto melodioso, que o torna um alvo favorito para criadores de aves, além de sua vistosa plumagem, principalmente nos machos.
Como todos os outros membros do gênero Sporophila, o Coleirinho é frequentemente referido como “papa-capim”, acompanhado de algum adjetivo que se relacione com suas características ou hábitos específicos. Este termo vem do hábito alimentar dessas aves, que têm preferência por sementes, especialmente as de capim.
Por ser uma ave de grande popularidade, o Coleirinho desempenha um importante papel na cultura de diversas regiões, sendo frequentemente citado em músicas, lendas e histórias locais. Contudo, essa mesma popularidade trouxe desafios significativos para a conservação da espécie, visto que a captura ilegal para a criação em cativeiro tem impactado negativamente suas populações em certas áreas.
Em suma, o Coleirinho é uma ave de destaque tanto pela sua beleza e melodia, quanto pela sua relevância cultural. Seu manejo responsável e a conservação de seus habitats naturais são aspectos-chave para garantir a continuidade de suas populações no futuro.
E além de ser popular, é uma espécie com boa distribuição, algo que iremos entender com mais detalhes a seguir:
Classificação:
- Nome científico: Sporophila caerulescens;
- Família: Emberizidae.
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Coleirinho nome científico
O Coleirinho, cientificamente conhecido como Sporophila caerulescens, é uma ave da família Thraupidae, amplamente encontrada na América do Sul. O nome científico desta ave origina-se do grego sporos (semente) e philos (que gosta, amigo), e do latim caerulescens (azulado), o que sinaliza para sua cor azulada e preferência por sementes.
Subespécies de Coleirinho
O Coleirinho, Sporophila caerulescens, apresenta três subespécies, cada uma com características distintas e distribuição geográfica específica.
A primeira, Sporophila caerulescens caerulescens, descrita por Vieillot em 1823, é a forma nominal da espécie, ou seja, a forma que foi descrita inicialmente. Esta subespécie ocorre em países como Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina, além das regiões sudeste, centro-oeste e sul do Brasil.
A segunda subespécie, Sporophila caerulescens hellmayri, descrita por Wolters em 1939, se assemelha à forma nominal, mas possui a totalidade do píleo à nuca, incluindo os lados da cabeça, de um negro brilhante. Na forma nominal, o negro não se estende até a nuca ou nos lados da cabeça, tornando-se gradualmente cinza. Importante salientar que a forma que apresenta a barriga amarela não é esta subespécie, mas sim apenas uma variação da forma original. A subespécie hellmayri ocorre no sul da Bahia e no Espírito Santo.
Por último, temos a Sporophila caerulescens yungae, descrita por Gyldenstolpe em 1941. Esta subespécie é muito semelhante à forma nominal, no entanto, possui menos negro na cabeça, que é quase toda cinza. Esta variação é encontrada no norte da Bolívia, especificamente nas regiões de La Paz, Cochabamba e Beni.
Estas subespécies representam a diversidade dentro da espécie Sporophila caerulescens, mostrando como as diferentes populações podem se adaptar e apresentar variações de acordo com as condições geográficas e ambientais em que se encontram.
Em suma, as subespécies do Coleirinho são um reflexo da rica biodiversidade sul-americana, e a observação de suas diferenças contribui significativamente para o entendimento das dinâmicas evolutivas das aves passeriformes.
Características do Coleirinho
O Coleirinho, é uma ave de porte pequeno, medindo cerca de 12 centímetros e pesando aproximadamente 10,5 gramas. Uma das características mais marcantes da espécie é a coloração do macho, que exibe um inconfundível colar branco e negro, razão pela qual recebeu esse nome popular. Além do colar, destaca-se também um “bigode” branco ao lado da garganta negra, que delimita a área abaixo do bico, que pode ser amarelado ou levemente cinza-esverdeado.
Existem machos com variações de cor no peito, que podem ser brancos ou amarelos. Ambos os tipos pertencem à forma nominal da espécie, sendo a forma de peito amarelo apenas uma variação ou morph. Essa diversidade é comum em aves e contribui para a riqueza visual da espécie.
Quanto às fêmeas, elas possuem uma coloração toda parda, sendo mais escura nas costas. Em condições excepcionais de luz, é possível perceber que elas também possuem o esboço do desenho da garganta presente nos machos, embora de maneira muito mais discreta.
Os machos juvenis, ao saírem do ninho, apresentam uma plumagem idêntica à das fêmeas. Esse fenômeno, conhecido como mimetismo sexual juvenil, é uma estratégia evolutiva que visa a proteção dos jovens machos contra predadores e machos adultos da mesma espécie.
Em relação ao comportamento, uma diferença notável entre os sexos é que as fêmeas não são canoras, ou seja, não produzem cantos elaborados. Na natureza, geralmente os machos são os responsáveis por emitir cantos complexos para atrair as fêmeas e demarcar território. O canto do Coleirinho macho é muito apreciado, sendo uma das razões pela qual a espécie é tão popular entre os criadores de aves.
Alimentação, o que come o Coleirinhodo
O Coleirinho, Sporophila caerulescens, é uma ave granívora, ou seja, sua dieta baseia-se principalmente em grãos e sementes. A espécie tem o costume de se reunir em capinzais, locais onde utiliza seu bico forte para quebrar e consumir as sementes disponíveis. Essa preferência alimentar, inclusive, é o que justifica parte do seu nome científico – “sporos”, do grego, que significa semente, e “philos”, que significa amigo.
O apelido popular “papa-arroz” surgiu devido ao hábito da ave de usar plantações de arroz como fonte de alimentação. Em períodos de plantio e colheita, é comum ver grupos de Coleirinhos aproveitando os grãos caídos no chão ou ainda nas plantas.
Além do arroz, o Coleirinho também se adaptou ao consumo de diversas gramíneas trazidas da África. Essa capacidade de adaptação contribuiu para que a espécie acompanhasse a expansão da pecuária em áreas anteriormente florestadas, mostrando grande versatilidade em relação ao ambiente em que vive.
O Coleirinho também aprecia os frutos do Tapiá ou Tanheiro (Alchornea glandulosa), uma espécie de árvore nativa do Brasil, muito comum em áreas de mata atlântica. Isso mostra que, embora seja majoritariamente granívora, a espécie também pode consumir frutos quando disponíveis.
Em áreas urbanas ou rurais onde as pessoas costumam alimentar as aves, o Coleirinho frequentemente visita comedouros. Nesses locais, ele costuma consumir sementes variadas e quirera de milho. Esse hábito demonstra a grande capacidade adaptativa da espécie, que consegue encontrar fontes de alimento em diversos contextos.
Reprodução e tempo de vida do Coleirinho
A reprodução do Coleirinho é sazonal, normalmente ocorrendo durante a primavera e o verão. O ninho, construído principalmente pela fêmea, é uma pequena cesta feita de capim.
O ciclo reprodutivo do Coleirinho, é bastante interessante e começa geralmente no período de outubro a fevereiro. Durante esse período, o casal se separa do grupo e estabelece seu próprio território. Curiosamente, o macho é quem inicia a construção do ninho, enquanto as demais tarefas reprodutivas e de cuidado com os ovos e filhotes ficam a cargo da fêmea. A função do macho durante esse período é cantar para afastar outros coleiros da área.
Apesar de viverem em áreas abertas, os Coleirinhos procuram árvores da borda das matas nos horários mais quentes do dia. Eles nidificam em árvores e arbustos situados na interface entre a mata e o campo aberto. O ninho, construído com gramíneas, raízes e outras fibras vegetais, tem formato de tigela rasa e é posicionado em arbustos a poucos metros do solo.
A fêmea de Coleirinho geralmente põe 2 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas ou menos. Cada fêmea realiza essa tarefa de choco de 3 a 4 vezes por ano, o que mostra o grande potencial reprodutivo da espécie. Após o nascimento, os filhotes são alimentados por ambos os pais.
Os filhotes de Coleirinho deixam o ninho quando completam cerca de 13 dias de vida. Aos 35 dias, eles já são capazes de se alimentar sozinhos. A maturidade sexual é alcançada no primeiro ano de vida, permitindo que iniciem seu próprio ciclo reprodutivo.
Em condições naturais, a expectativa de vida do Coleirinho varia de 10 a 12 anos. No entanto, essa longevidade pode ser maior em situações de cativeiro, com alimentação controlada e ausência de predadores.
Curiosidades sobre o Coleirinho
É interessante falar mais sobre o canto do Coleirinho. Sendo assim, entenda que as fêmeas são canoras, ou seja, não cantam.
Um ponto interessante é que na região Sudeste, os criadores classificam a espécie em dois tipos conforme o canto.
O primeiro é o Tuí-Tuí, um canto mais melodioso e puro, sendo o mais valorizado, seguido do canto Grego.
No entanto, a ave tem diferentes tipos de canto como, por exemplo, tui tui flautado, tui tui puro, tui tui zero zero, tui tui apito, tui tui tcha tchã, tui tui zel zel, vi vi ti, tui tui tcheu tchei, sil sil, assobiado e mateiro. Aliás, há variações como os cantos cortados e os cantos fibras.
Distribuição geográfica, onde vive o pássaro Coleirinho?
O Coleirinho possui uma distribuição geográfica extensa, estando presente em praticamente todo o território brasileiro ao sul do Rio Amazonas. A espécie é bem adaptada a campos abertos e capinzais, que são considerados seus habitats naturais. Esta espécie tem demonstrado uma habilidade incrível para se adaptar a uma variedade de condições, fazendo dela uma das aves mais amplamente distribuídas no país.
Embora a parte florestal da Região Amazônica seja uma exceção para a presença do Coleirinho, a ave tem aproveitado a abertura de pastagens e plantações na região para expandir sua área de distribuição. Este comportamento evidencia uma tendência de muitas espécies de aves para se aproveitar de mudanças antropogênicas nos ecossistemas para expandir seus territórios.
Adicionalmente, o Coleirinho também pode ser encontrado em áreas urbanas. A urbanização crescente no Brasil tem levado a mudanças significativas na distribuição e comportamento de várias espécies de aves, e o Coleirinho não é exceção. A presença da espécie em ambientes urbanos reflete sua adaptabilidade a novos ambientes, mesmo quando eles são profundamente alterados pela atividade humana.
No entanto, apesar de sua vasta distribuição e adaptabilidade, a espécie não deve ser considerada imune aos efeitos das mudanças climáticas e perda de habitat. A conservação dos habitats naturais do Coleirinho é fundamental para garantir a sobrevivência e prosperidade a longo prazo desta espécie.
Em suma, o Coleirinho é uma ave verdadeiramente adaptável, com uma vasta distribuição geográfica que se estende por campos, pastagens, plantações e áreas urbanas em todo o Brasil ao sul do Rio Amazonas. Esta extensa distribuição e a capacidade de adaptar-se a uma variedade de ambientes fazem do Coleirinho uma espécie fascinante e resistente.
Hábitos do pássaro
O Coleirinho, é uma ave de comportamento gregário fora do período reprodutivo. A espécie tende a formar grupos que variam de 6 a 20 indivíduos, demonstrando um senso de comunidade altamente desenvolvido. É notável que esses grupos podem ser mistos, incluindo outras espécies de papa-capins e tizius, mostrando uma certa coexistência pacífica entre espécies diferentes.
Devido ao seu peso e tamanho reduzidos, o Coleirinho tem a capacidade de trepar nas hastes das plantas para alcançar sementes de gramíneas, um comportamento que o ajuda a obter alimento de uma maneira que poucas outras aves podem replicar. Esta habilidade de se mover facilmente pelas plantas em busca de sementes indica um alto nível de adaptação ao ambiente.
A introdução de algumas gramíneas africanas, especialmente da braquiária, beneficiou significativamente o Coleirinho. A ave adaptou-se a essas plantas como uma fonte principal de alimentação, especialmente em áreas alteradas pelo homem. Esse comportamento destaca a notável adaptabilidade da espécie a novas fontes de alimento e mudanças em seu habitat.
Os Coleirinhos que habitam as regiões mais ao sul são conhecidos por seu comportamento migratório. Nos meses mais frios, eles se deslocam para latitudes mais baixas em busca de climas mais quentes. Esse comportamento migratório é uma estratégia que muitas espécies de aves adotam para sobreviver em condições climáticas variáveis.
Em resumo, o Coleirinho é uma ave com hábitos fascinantes que revelam a sua adaptabilidade. Suas práticas gregárias, sua habilidade de escalar hastes de plantas, sua adaptação a novas fontes de alimento e seu comportamento migratório são todos indicativos de uma espécie resiliente e adaptável.
Canto e criação em cativeiro
O canto do Coleirinho é, sem dúvida, uma de suas características mais notáveis. Sua melodiosa canção é tão apreciada que transformou o Coleirinho numa das aves mais cobiçadas por criadores e apreciadores de aves. Contudo, este interesse tem um lado negativo. A captura ilegal para o comércio de animais silvestres tem levado ao declínio da população da espécie em várias regiões.
Embora o Coleirinho seja um alvo para o tráfico de animais, a sua criação em cativeiro é permitida no Brasil, desde que se sigam as normas ambientais e se respeitem as leis de proteção à fauna. Isto significa que a posse de um Coleirinho só é legal se o animal for adquirido de um criador licenciado pelo IBAMA, e se o comprador registrar o pássaro em seu nome.
A criação de Coleirinhos em cativeiro também traz responsabilidades para o criador, que deve proporcionar um ambiente saudável para a ave. O pássaro necessita de uma dieta balanceada, um ambiente limpo, e o máximo de contato possível com a natureza para que possa expressar o seu comportamento natural, incluindo o canto.
A preservação do canto do Coleirinho em cativeiro é importante não apenas para a qualidade de vida da ave, mas também para a conservação da espécie. Cada vez mais, as aves criadas em cativeiro são vistas como uma estratégia potencial para repovoar áreas onde a espécie foi extirpada devido à captura ilegal.
Portanto, apesar de seu canto ser muito apreciado, é importante garantir que o interesse pelo Coleirinho não prejudique a sobrevivência da espécie em seu habitat natural. A criação legal e responsável, bem como o combate ao tráfico de animais, são fundamentais para a conservação desta bela ave canora.
Considerações finais sobre o Coleirinho
O Coleirinho, ou Sporophila caerulescens, é um tesouro da fauna brasileira, com sua plumagem distintiva, hábitos interessantes e canto melodioso. Este pequeno pássaro passa grande parte de sua vida em bandos, nos campos abertos, alimentando-se principalmente de gramíneas, sobretudo as de origem africana. Contudo, durante o período reprodutivo, mostra um comportamento territorialista, quando o macho canta para demarcar seu espaço e atrair a fêmea.
Ameaçado pelo tráfico de animais, é importante que sua criação em cativeiro seja feita de maneira responsável e sempre dentro das normas ambientais estabelecidas pelo IBAMA. A conservação do Coleirinho é crucial, não apenas pelo seu valor estético ou musical, mas pelo papel que desempenha nos ecossistemas.
As variações entre as subespécies, especialmente em termos de características físicas e regiões geográficas, reforçam a incrível diversidade da espécie. Esta diversidade, juntamente com a adaptação do Coleirinho a diferentes habitats e sua resistência a mudanças ambientais, são razões para otimismo em relação à sua sobrevivência a longo prazo.
Entretanto, apesar de sua robustez e adaptabilidade, a conservação do Coleirinho requer ações proativas, que incluem a conscientização sobre a importância da posse responsável e legal, a preservação de seu habitat natural e a repressão à caça e ao comércio ilegal.
Em conclusão, o Coleirinho é uma espécie emblemática que simboliza as belezas e os desafios da fauna brasileira. Sua preservação depende de um esforço coletivo, que abrange desde as autoridades ambientais até os criadores e apreciadores de aves, todos empenhados em garantir que o encantador canto do Coleirinho continue a ecoar pelos campos do Brasil.
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Informações sobre o Coleirinho no Wikipédia
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1 comentário
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