Axolote ou “monstro da água“, é um animal que pode ser visto como adorável, tendo em vista o seu sorriso permanente no rosto.
Mas, algumas pessoas consideram os axolotes totalmente estranhos. E além de aparência exótica, a espécie desperta grande interesse por parte dos cientistas que alimentam a ideia de que axolotes podem ensinar um dia ao ser humano qual o segredo da regeneração.
Os axolotes são animais únicos e interessantes, com uma aparência que lembra uma mistura entre uma salamandra e um larva. Esses animais são nativos da América Central e são encontrados nas águas do México. Os axolotes têm um corpo alongado e uma cauda fina, com uma boca grande e redonda. São ameaçados devido à poluição das águas do México e à destruição de seu habitat natural. Eles também são capturados para serem vendidos como animais de estimação. No entanto, algumas espécies de axolotes estão sendo criadas em cativeiro e estão sendo reintroduzidas nas águas do México.
O Axolete mexicano, é um animal da família Ambystomatidae que se classifica na categoria de anfíbios, mas com uma característica muito particular, não completa a fase de metamorfose típica das criaturas próximas a ele. Seu físico adulto permanece como um girino com quatro membros e uma cauda, embora ele atinja a idade adulta.
Este raro anfíbio foi descoberto há mais de 150 anos e possui características que nunca foram vistas em nenhuma outra espécie descoberta antes ou depois. Atualmente o Ambystoma mexicanum encontra-se em estado crítico de ameaça, propenso a desaparecer.
A seguir, vamos entender mais sobre a espécie, incluindo as informações sobre a criação como um bicho de estimação.
Classificação:
- Nome científico: Ambystoma mexicanum
- Família: Ambystomatidae
- Classificação: Vertebrados / Anfíbios
- Reprodução: Ovípara
- Alimentando: Carnívoro
- Habitat: Terra
- Ordem: Caudata
- Gênero: Ambystoma
- Longevidade: 12 – 15 anos
- Tamanho: 23cm
- Peso: 60 – 227gr
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Características mais curiosas do Axolote
O axolote tem de 15 a 45 cm, apesar de os indivíduos terem em média 23 cm e os espécimes com mais de 30 cm serem raros. Este é um animal neotênico, sendo que na fase adulta, tem características típicas da sua forma jovem ou larval. Ou seja, o sistema reprodutor é maduro, embora o aspecto externo seja o de um jovem.
Por outro lado, os olhos não têm pálpebras, a cabeça é ampla, bem como os machos podem ser identificados somente na época de reprodução devido ao aspecto redondo e a presença de cloacas muito mais pronunciadas.
A principal característica desse animal e o que o torna raro e ao mesmo tempo maravilhoso e único, é que ele tem a capacidade de regenerar seus membros, órgãos e tecidos amputados. Essa habilidade se estende até mesmo a órgãos vitais como o cérebro e o coração.
O que é realmente surpreendente sobre este evento é que ele pode regenerar seus ossos, nervos ou tecidos em questão de semanas e sem deixar sequelas do acidente sofrido.
Por trás desse animal raro está uma das descobertas mais importantes que a ciência já fez, do que estamos falando?
Foi determinado que o Axolote tem o maior genoma sequenciado descoberto na história. Seu genoma é pelo menos 100 vezes maior que o genoma humano.
Este estranho animal pode medir até 30 cm, porém o comprimento médio é de 15 cm. Seu peso é de apenas 60 a 230 gramas. Este raro anfíbio pode ser comparado a um girino devido a algumas de suas características semelhantes na aparência física.
Embora possa ser facilmente diferenciado por seus olhos pequenos, cauda, pele completamente lisa, pernas e dedos finos. Além disso, devido aos seus pequenos dentes distribuídos em fileiras.
Mais informações sobre o Axolote
A pigmentação do Axolote pode variar, alguns espécimes podem ser cinza, marrom, branco, albino dourado, albino branco, preto; mas principalmente a cor marrom escura prevalece.
Este animal tem três pares de brânquias em forma de penas que surgem da base da cabeça e estão localizadas para trás.
Outra de suas muitas características impressionantes é que preserva sua aparência larval até a fase adulta. Ou seja, toda a sua vida dá a impressão de que carece de desenvolvimento.
Não são considerados animais perigosos, pelo contrário, possuem um comportamento geralmente calmo. Em média podem viver até 15 anos de idade.
O que come o axolote?
Com relação à dieta em cativeiro, saiba que o tutor pode dar minhocas-da-terra, além de iscas de minhoca congeladas que são compradas em pet shops.
Os dois elementos acima são fundamentais para a nutrição do animal, sendo que a complementação é feita com petiscos como pedacinhos de frango e camarões.
Assim, é importante evitar alimentos vivos e disponibilizar comida por meia hora (deixe o animal comer o máximo que ele quiser durante este período). Por fim, alimente o axolote uma vez a cada dois dias.
Esses animais saem de seu sono noturno para ir em busca de comida, para isso fazem uso de seu sentido olfativo. Por ter dentes tão pequenos, o Axolote não pode mastigar, então não pode esmagar sua presa, mas a absorve.
Esses anfíbios podem comer diferentes alimentos, em seu habitat natural sua dieta pode ser composta por pequenos peixes, alevinos e crustáceos como lagostins, moluscos, vermes e larvas de insetos. Em cativeiro, eles são alimentados com minhocas, vermes e pequenos pedaços de peru, frango ou peixe.
Uma curiosidade destes animais é que quando são jovens comem todos os dias, mas com o passar do tempo e tornam-se adultos comem 2 ou 4 vezes por semana.
Regeneração do axolote
Assim como falamos na introdução, esta espécie desperta interesse por parte dos cientistas. Isso ocorre porque é o único animal vertebrado que tem a habilidade de se recuperar de feridas sem deixar cicatriz.
Além disso, vale destacar a reparação total da medula espinhal em casos de lesões, como também a regeneração de extremidades amputadas.
Portanto, após definir as sequências genéticas responsáveis pela regeneração, os cientistas acreditam que futuramente seja possível a contribuição com a medicina humana.
“Os cientistas estão tentando tirar proveito das propriedades regenerativas dos axolotes e aplicá-las em pessoas feridas em acidentes, guerras ou vítimas de doenças — pessoas que perderam membros”, explica Servín Zamora.
Aliás, alguns pesquisadores buscam entender se é possível que a regeneração da espécie ajude na cicatrização de órgãos humanos como, por exemplo, o fígado ou o coração.
Também foi observado que o animal tem aparente resistência ao câncer, pois em 15 anos, não foi visto nenhum tumor maligno em axolotes.
“Suspeitamos que sua capacidade de regenerar células e partes do corpo ajude nesse aspecto”.
Como ocorre o processo de reprodução do Axolote
Estamos diante de uma espécie que consegue preservar seu estado juvenil no organismo adulto, para atingir a maturidade sexual mesmo com características larvais.
Esses animais atingem a maturidade sexual após 12 ou 18 meses, a partir desse momento pode-se iniciar a corte.
O namoro começa quando o macho atrai a atenção da fêmea após enfiar o rabo na cloaca da parceira, e então os dois dançam em círculos.
Esses animais colocam em torno de 200 a 300 ovos que são depositados na vegetação ao redor de seu habitat ou podem ser fixados em rochas. Após 10 ou 14 dias, eles eclodirão.
Curiosidades sobre o axolete
Além de destacar a importância do axolote para os cientistas, saiba que o animal é usado para a produção de um xarope para a tosse.
Esta prática foi passada de geração em geração, sendo que o remédio é feto por um grupo de freiras do município mexicano de Pátzcuaro. Porém, como o animal ajuda na produção do xarope, não é dito.
As freiras contam com laboratórios dentro do mosteiro e também ajudam a criar e devolver os exemplares para o seu habitat natural.
Em contrapartida, além de contar com o nome vulgar de “monstro da água ou do aquático”, o animal atende por “peixe que anda”, porém lembre-se de que este é um anfíbio como um sapo.
Sendo assim, os axolotes são um tipo de salamandra, isto é, eles são da ordem dos anfíbios e têm aparência de lagarto, também tendo por nome “salamandra axolotl”.
Estado de conservação
Conforme um artigo publicado na revista científica Nature no final do ano de 2017, a espécie está cada vez mais próxima da extinção devido ao seguinte declínio:
Em 1998, havia somente 6 mil exemplares por quilômetro quadrado na região mexicana de Xochimilco, sendo que dois anos depois, tinham somente 1 mil.
Dez anos mais tarde, o número era ainda menor, sendo que havia somente 100 espécimes por quilômetro quadrado e por fim, em 2018, apenas 35 axalotes.
Portanto, a espécie está quase extinta na natureza. No entanto, há um grande paradoxo de conservação porque este é o anfíbio mais espalhado pelo mundo em lojas de animais e laboratórios.
Daí surgem problemas como a baixa diversidade genética, tornando o animal mais propenso a doenças.
Quais são os principais predadores dos Axolotes?
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) anunciou que o Axolote está na lista vermelha de espécies criticamente ameaçadas, devido a outros espécimes que o homem introduziu em seu habitat natural.
Entre esses predadores estão a carpa e a tilápia, peixes que atacam diretamente os filhotes, que não estão suficientemente preparados para se defender.
Da mesma forma, existem aves como a garça, que se dedica à caça de Axolotes. No entanto, o humano é seu principal inimigo, ocupando o primeiro lugar.
Nesse sentido, os fatores que colocam em risco a reprodução desse animal da floresta também estão relacionados à poluição da água em Xochimilco; a venda do animal no mercado negro e o uso da criatura em atividades de charlatanismo.
Habitat do Axolote mexicano
O Axolote é uma espécie nativa do México que vive na floresta temperada do Parque Ecológico Xochimilco, localizado ao sul da capital da nação asteca.
Este tipo de zona arborizada costuma ser muito húmida, uma vez que as chuvas são constantes, onde reside um grande número de animais, como o Axolote, que passa o seu tempo nos canais aquíferos.
Da mesma forma, pode ser encontrado nas florestas de oyamel desse país, localizadas em climas temperados e semifrios.
Outra opção onde vive o Axolote é o parque urbano de Chapultepec, sendo um espaço na Cidade do México com espécies arbóreas como: pinheiro, cedro, goma-doce e outras.
Chapultepec destaca-se por ser uma área arborizada de clima temperado, onde se pode observar uma infinidade de arbustos, plantas e lagos. No entanto, este anfíbio foi introduzido naquela área pelo Governo do México para sua conversação.
Principais dicas para a criação
Apesar de ter se tornado raro na natureza, o axolote é criado em cativeiro com dois objetivos principais: hobby ou estudos científicos.
Em nosso país, não há uma permissão específica para a criação da espécie como um pet de estimação. Porém é a única salamandra que pode ser mantida em casa.
Caso tenha ficado interessado, entenda que os exemplares são muito sensíveis, tal como os demais animais exóticos, precisando de cuidados especiais.
Por exemplo, você não deve colocar peixes no aquário junto com este anfíbio porque os nadadores podem brincar com as brânquias externas do axolote e deixá-lo incomodado.
Os tutores também devem ter um bom sistema de filtragem porque os indivíduos são sensíveis a substâncias tóxicas.
Aliás, não pegue o seu amigo nas mãos!
Com relação à temperatura, saiba que esta é uma espécie de água fria, estando boa uma temperatura abaixo de 21 °C.
No geral, quanto mais quente a água, menos oxigênio ela contém, fazendo com que o bichinho fique muito estressado com altas temperaturas.
Por fim, o substrato deve ser de areia porque além de nadar, o animal anda.
Condicionando o aquário para o axolote
Inicialmente, tenha em mente o investimento em um tanque longo, medindo até 100 cm.
Uma boa profundidade é a de 15 cm, sendo que é necessário um filtro de carbono a fim de eliminar os resíduos de nitrogênio. A água deve ser muito limpa, por isso a troca é feita a cada 15 dias, no máximo.
Caso você opte por colocar plantas aquáticas, saiba que é legal porque elas fornecem sombras e permitem que o animal caminhe entre elas. Quanto à iluminação, opte por opções mais fracas e frias.
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Informações sobre o axolote no Wikipédia
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