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Arara-azul animais que se destacam pela beleza, tamanho, comportamento

por Otávio Vieira

Esta magnífica ave, mais conhecida como arara-azul-grande, é uma espécie verdadeiramente única que merece nossa admiração e proteção. Vamos conhecer melhor esta criatura maravilhosa.

A Arara-azul-grande, de nome científico Anodorhynchus hyacinthinus, é uma das mais emblemáticas aves do Brasil, sendo facilmente reconhecida pela sua exuberante plumagem azul, que lhe valeu o nome. O nome “Anodorhynchus” deriva do grego “anodön”, que significa “sem dente”, e “rhunkos”, que significa “bico”. Isso se refere ao formato peculiar do bico dessas aves, que, a despeito de ser extremamente poderoso, não apresenta nenhum “dente” ou serrilhação.

Já o termo “hyacinthinus” faz referência ao jacinto, uma flor de coloração azul intensa comumente encontrada na Europa, que remete à coloração da plumagem da arara-azul-grande. Ou seja, Anodorhynchus hyacinthinus pode ser traduzido como “(ave da cor) do jacinto com bico desdentado”, uma descrição bastante acertada para essa espécie.

As Araras-azuis-grandes são endêmicas das regiões do cerrado e do Pantanal no Brasil. Apesar de sua beleza e de seu tamanho impressionante – podem atingir até um metro de comprimento -, as Araras-azuis-grandes estão ameaçadas de extinção devido à perda de habitat e ao tráfico ilegal de aves.

A dieta da Arara-azul-grande é composta principalmente por nozes e sementes duras, que conseguem abrir com seu poderoso bico, sem a necessidade de dentes. Além disso, elas possuem um papel ecológico importante como dispersoras de sementes, contribuindo para a regeneração de seu habitat.

É importante salientar que a preservação da Arara-azul-grande é crucial, não apenas por sua singular beleza e importância cultural, mas também por sua função ecológica. A conservação desse pássaro é uma questão que envolve a preservação de seu habitat, a luta contra o tráfico de animais.

Classificação:

  • Nome científico – Anodorhynchus hyacinthinus, leari e A. glaucus;
  • Família – Psittacidae.

Principal espécie de Arara-azul-grande

Primeiro de tudo, a arara-azul-grande (A. hyacinthinus) está em biomas da Floresta Amazônica, em especial no pantanal e cerrado. Assim como a arara-azul-de-lear (A. leari) e a arara-azul-pequena (A. glaucus), esta espécie é ameaçada quando nos referimos à distribuição mundial.

Em nosso país, a arara-azul-grande foi retirada da lista de animais em extinção no ano de 2014. No entanto, saiba que a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção proíbe a venda de exemplares da espécie.

Quanto às suas características corporais, vale citar a plumagem azul com a pele nua e amarelada ao redor dos olhos. Também há um tom amarelado na base da mandíbula inferior, bem como o bico é grande, podendo ser maior que o próprio crânio. O comprimento médio seria de 98 cm, mas já foram vistos exemplares com 114 cm de comprimento que pesavam até 2 kg.

A arara-azul-grande, um dos mais belos membros da família Psittacidae, tem sido uma figura constante nas histórias e lendas das culturas indígenas da América do Sul. Sua cor azul brilhante e tamanho imponente sempre despertaram fascínio e curiosidade.

arara-azul com alimento nos pés

Demais espécies

A arara-azul de lear (A. leari) tem um porte médio, algo que varia entre 70 e 75 cm de comprimento total. Como diferencial, a espécie tem um bico grande e preto assim como a plumagem do pescoço e da cabeça seria azul-esverdeada. A base da mandíbula tem uma parte nua com o formato triangular e o tom de amarelo-claro.

Somente no ano de 1978, Helmut Sick descobriu que o animal é do Raso da Catarina, nordeste do estado da Bahia, Brasil.

Como dito acima, os indivíduos sofrem a ameaça de extinção, sendo que um dos principais motivos seria o tráfico de animais. Além disso, a destruição do habitat natural da arara oferece risco a diversas populações. Nesse sentido, acredita-se que há somente 1200 exemplares vivos desta espécie.

E por fim, a arara-azul-pequena (A. glaucus) também tem por nome vulgar “araúna”, “arara-preta”, “araraúna”, “arara-azul-claro” e “arara-celeste”. A espécie é a menor de todo o gênero Anodorhynchus porque, em média, tem 69 cm de comprimento total.

A plumagem tem a cor esverdeada e azul-pálida, bem como a cabeça grande tem um tom cinza. Inclusive, a cauda do animal é longa e seu bico também seria grande.

arara-azul pousada na galha

Tal como a arara-azul-de-lear, esta arara tem uma parte nua na base da mandíbula com o formato triangular e cor amarelo-pálido.

Além disso, a arara-de-lear e a arara-azul-pequena têm outras características similares, algo que foi comprovado por meio de um estudo feito em 2007. Este estudo sugere que ambas podem ser raças geográficas ou subespécies de uma única espécie.

Porém as informações acima dificilmente serão confirmadas, visto que, a espécie foi extinta em nosso país porque não é vista há mais de 80 anos. Não há exemplares em cativeiro, fazendo com que a IUCN mantenha a espécie na lista grave de animais ameaçados.

Características físicas da Arara-azul-grande

Como o nome sugere, a arara-azul-grande é coberta por penas azuis vibrantes. No entanto, ela também possui uma linha negra ao redor dos olhos e um anel amarelo na região periocular.

A Arara-azul-grande, é conhecida por ser a maior representante da família Psittacidae, que inclui todas as araras, papagaios e periquitos. Esta ave de aparência inconfundível pode atingir até 100 centímetros de altura, com uma envergadura de até 140 centímetros, e pesar cerca de dois quilos, o que a torna realmente impressionante em tamanho e beleza.

A plumagem desta ave é de um azul intenso e profundo, que varia em tonalidade de acordo com a incidência da luz, podendo ir de um azul escuro a um azul celeste brilhante. Esta coloração vibrante e única torna a Arara-azul-grande um animal facilmente identificável e muito apreciado pelos observadores de aves e ornitólogos.

Outra característica marcante da Arara-azul-grande é seu bico forte e curvado. Este é de cor preta e possui uma base robusta de cor amarela, conhecida como “anel ocular”, uma característica típica das araras. Este bico é uma ferramenta essencial para a ave, pois permite que ela quebre sementes duras e nozes, que constituem a maior parte de sua dieta.

As partes internas das asas e a cauda da Arara-azul-grande são de cor preta. Esta característica, embora possa passar despercebida quando a ave está em repouso, torna-se bastante visível quando a ave está em voo, oferecendo um belo contraste com o azul dominante de sua plumagem.

Finalmente, embora a Arara-azul-grande seja uma ave deslumbrante, é importante lembrar que ela está atualmente em risco de extinção devido à perda de habitat e ao comércio ilegal de aves. Esforços de conservação são essenciais para garantir a sobrevivência desta espécie magnífica para as futuras gerações.

Reprodução da Arara-azul-grande

A Arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus, é conhecida por seu comportamento monogâmico. Esta espécie forma pares que se mantêm unidos por toda a vida, um comportamento que favorece a sobrevivência dos filhotes e contribui para a coesão do grupo. Uma vez formado o casal, as araras selecionam locais adequados para a construção do ninho, que geralmente se situam em cavidades de árvores altas ou penhascos rochosos.

A reprodução ocorre uma vez por ano, e a fêmea deposita de 1 a 3 ovos que serão incubados durante um período de 27 a 30 dias. É importante notar que, na maior parte das vezes, apenas um filhote sobrevive, o que reforça a necessidade de cuidados intensos durante esse período crucial de desenvolvimento.

Os filhotes nascem extremamente dependentes e permanecem no ninho por um período médio de 107 dias. Durante este tempo, eles recebem cuidados dos pais, que os alimentam e protegem de predadores. No Pantanal, cerca de 90% dos ninhos são encontrados em apenas uma espécie de árvore, o manduvi (Sterculia apetala), e no Pará, em Sterculia pruensis. Na região nordeste, a arara-azul-grande também pode utilizar paredões rochosos para nidificar.

Após saírem do ninho, os jovens ainda são dependentes dos pais por um período que varia de 12 a 18 meses. Durante esse tempo, eles aprendem as habilidades essenciais para a sobrevivência, incluindo a busca por alimento e a defesa contra predadores.

O longo período de cuidado parental, combinado com o tempo de incubação dos ovos, significa que a Arara-azul-grande geralmente produz apenas uma ninhada por ano. Em alguns casos, a reprodução pode até ocorrer a cada dois anos. Isso torna a taxa de reprodução da espécie relativamente baixa, o que, aliado a outros fatores como a perda de habitat e a caça, contribui para o risco de extinção desta magnífica ave.

arara-azul

Alimentação, dieta e comportamento alimentar

Estas aves são principalmente herbívoras, alimentando-se de frutas, nozes, sementes e, em particular, de cocos de palmeiras, que são capazes de quebrar com seu poderoso bico.

As araras-azuis-grandes são conhecidas por se reunirem em grandes bandos para procurar alimentos, muitas vezes voando grandes distâncias para encontrar alimento.

A Arara-azul-grande, é uma espécie de ave que possui uma alimentação altamente especializada. Sua dieta é constituída majoritariamente por frutos de diversas espécies de palmeiras, sendo que essa preferência varia conforme a região geográfica em que a ave se encontra.

No Pantanal Matogrossense, a Arara-azul-grande costuma se alimentar dos frutos das palmeiras bocaiúva (Acrocomia totai) e acuri (Schelea phalerata). Esses pequenos frutos são consumidos em grande quantidade e fornecem os nutrientes necessários para a manutenção de sua saúde e vitalidade.

Na região de encontro entre os estados do Piauí, Tocantins, Maranhão e Bahia, a dieta da Arara-azul-grande passa a incluir os frutos das palmeiras piaçava (Atalea funifera) e catolé (Syagrus cearensis). Estes alimentos são particularmente ricos em lipídios, que são fundamentais para a energia dessas aves.

Na região de Carajás e Altamira, a espécie adiciona à sua dieta frutos de inajá (Maximiliana regia), babaçu (Orbignya phalerata), tucum (Astocarym sp), gueroba (Syagrus oleracea), além de continuar se alimentando de acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia aculeata). Essa diversidade de alimentos é essencial para suprir todas as necessidades nutricionais da espécie.

Além de sua importância para a sobrevivência da Arara-azul-grande, essa dieta também tem uma função ecológica relevante. Ao se alimentar desses frutos e dispersar suas sementes, a Arara-azul-grande contribui para a regeneração dessas espécies de palmeiras, desempenhando um papel chave na conservação dos ecossistemas em que habita.

Hábitos e curiosidades

A Arara-azul-grande, uma das mais belas e emblemáticas aves do mundo, apresenta uma série de hábitos e características interessantes. Sua longevidade é um ponto notável, já que se estima que essas aves possam viver até 60 anos em estado selvagem. No entanto, em cativeiro, com cuidados adequados, este período pode ser ainda maior, chegando a até 80 anos, o que as torna um compromisso de longo prazo para aqueles que optam por mantê-las como animais de estimação.

Estas araras são notáveis por sua habilidade de imitar a fala humana. Apesar de não serem tão proficientes quanto algumas outras espécies de papagaios, como o Papagaio-cinzento-africano, a Arara-azul-grande pode aprender e repetir uma variedade de sons, incluindo palavras e frases humanas. Esta habilidade, juntamente com a sua beleza exuberante, contribuiu para a sua popularidade como animal de estimação.

Um aspecto curioso sobre a Arara-azul-grande é o seu comportamento social. Estas aves são extremamente sociáveis e costumam viver em grupos de até 30 indivíduos. Além disso, o vínculo entre os pares é muito forte e duradouro, com casais permanecendo juntos durante toda a vida.

Outra característica interessante das Araras-azuis-grandes é a sua dieta especializada em frutos de palmeiras, como bocaiúva e acuri. Esta preferência alimentar é tão marcante que a distribuição geográfica das palmeiras pode influenciar diretamente a distribuição das araras.

Finalmente, vale ressaltar que a Arara-azul-grande é conhecida por seu voo poderoso e majestoso. Elas têm uma envergadura impressionante de até 140 centímetros e são capazes de voar longas distâncias em busca de alimento, o que faz da observação dessas aves em voo um verdadeiro espetáculo da natureza.

arara-azul entre as folhas

Habitat naturais e distribuição

Estas aves majestosas são nativas das florestas tropicais da América do Sul, onde preferem áreas de floresta aberta, savanas e pantanais.

A arara-azul-grande é encontrada principalmente no Brasil, mas também pode ser vista na Bolívia e no Paraguai.

A Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) é uma espécie que se encontra distribuída principalmente pelo continente sul-americano, com ocorrência notável em regiões de floresta aberta, savanas e pantanais. Elas são típicas de ambientes tropicais e são particularmente adaptadas a habitats com grandes árvores, onde fazem seus ninhos e encontram abundante alimento.

No Brasil, a Arara-azul-grande tem uma distribuição que abrange principalmente os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, especialmente no Pantanal. Também se encontram populações desta ave em outras regiões do país, como Tocantins (Cariri do Tocantins), Goiás (rio Tocantins), Minas Gerais (médio São Francisco), Bahia (alto rio Preto), sul do Piauí (Corrente) e no Maranhão, Pará (Transamazônica e leste do Estado) e Amapá (próximo ao rio Amazonas).

Além das fronteiras brasileiras, a Arara-azul-grande pode ser avistada em territórios da Bolívia, particularmente próximo à divisa com o Brasil, e no norte do Paraguai. Estas aves magníficas são, portanto, um emblema importante da biodiversidade sul-americana.

Existe ainda uma referência de ocorrência provável da Arara-azul-grande no sudeste da Colômbia, especificamente na região do rio Mapori, no departamento de Vaupés. Entretanto, essa informação ainda necessita de confirmação através de estudos mais aprofundados.

A preservação do habitat natural da Arara-azul-grande é fundamental para a sobrevivência da espécie, que se encontra ameaçada devido à perda de habitat e ao tráfico ilegal. Ações de conservação e conscientização são essenciais para garantir a sobrevivência dessa espécie em suas regiões de ocorrência.

Onde encontrar as demais espécies

A distribuição depende da espécie, por exemplo, a arara-azul grande está em 3 regiões do nosso país e em alguns locais da Bolívia.

Em contrapartida, a arara-azul-de-lear do estado da Bahia, local em que há duas colônias. A primeira colônia fica na Serra Branca e a segunda em Toca Velha, logo ao sul do Raso da Catarina. A distribuição se limita ao nordeste da Bahia, pois os indivíduos vivem nos municípios de Euclides da Cunha, Canudos, Uauá, Campo Formoso, Jeremoabo, Paulo Afonso e Sento Sé.

Por fim, a arara-azul-pequena está no norte da Argentina, leste da Bolívia, sul do Paraguai, sul do Brasil e nordeste do Uruguai. Em nosso país, a espécie vive no estado do Paraná, sendo que é natural dos cursos médios dos rios Uruguai, Paraguai e Paraná. Conforme alguns relatos de exploradores dos séculos XVIII e XIX, esta espécie vivia em savanas, além das matas e palmares. Ainda por meio destes relatos, foi possível notar que a arara-azul-pequena dependia mais de ambientes ribeirinhos para sobreviver.

Relação com humanos e status de conservação

A relação entre a Arara-azul-grande e os seres humanos é complexa e multifacetada. De um lado, a espécie é muito apreciada como animal de estimação, dada a sua beleza inigualável e a sua notável inteligência. No entanto, é importante ressaltar que a posse dessas aves é rigorosamente regulada por leis de conservação. Ademais, elas requerem cuidados especiais que vão além dos dedicados a um animal de estimação convencional, já que possuem necessidades específicas de alimentação e espaço.

A atração que essas aves exercem sobre as pessoas tem um lado negativo. A procura por Araras-azuis-grandes como animais de estimação tem alimentado o comércio ilegal de espécies silvestres, o que representa uma grande ameaça à sobrevivência da espécie na natureza. Muitos indivíduos acabam sendo mantidos em condições inadequadas, que não atendem às suas necessidades básicas, levando a problemas de bem-estar e saúde.

Outra questão importante é a perda de habitat. O desmatamento e a conversão de florestas tropicais em áreas de pastagem ou agricultura têm reduzido drasticamente o espaço disponível para as Araras-azuis-grandes. Essa perda de habitat não só diminui a quantidade de alimentos disponíveis, como também reduz o número de locais adequados para a nidificação.

Atualmente, a Arara-azul-grande está listada como vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). As principais razões para isso são a perda de habitat e o comércio ilegal, mencionados anteriormente. Isso significa que a espécie enfrenta um risco elevado de extinção na natureza.

É importante mencionar que estão sendo realizados esforços para a conservação da Arara-azul-grande. Entre eles estão programas de reprodução em cativeiro, reintrodução na natureza, proteção do habitat e educação ambiental. No entanto, para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo, será necessário um compromisso contínuo com a conservação e o combate ao tráfico de animais.

Considerações finais

A arara-azul-grande, ou Anodorhynchus hyacinthinus, é um verdadeiro tesouro da fauna sul-americana. Sua beleza, tamanho e personalidade fazem dela uma espécie inesquecível. No entanto, a preservação desta espécie majestosa depende de nossos esforços para proteger seu habitat e combater o comércio ilegal.

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Informações sobre a Arara-azul-grande no Wikipédia

Veja também: Arara-canindé: onde vive, características, curiosidades e reprodução

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